segunda-feira, 5 de maio de 2025

O Sentido que nos move – Book Review ao Livro Ikigai por Daniel Duarte



Licenciatura em Gestão de Empresas - Ano Letivo 2024/2025

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Ano - 2º Semestre

Docentes: Patrícia Araújo




Ikigai: Viva bem até aos cem




Fig. 1 - Capa do livro "Ikigai"






Discente: Daniel Duarte - a22402925




Biografia dos Autores

Héctor García é um engenheiro e escritor espanhol morador no Japão, conhecido por explorar temas ligados à cultura japonesa, produtividade e bem-estar. Francesc Miralles, também espanhol, é escritor, jornalista e especialista em psicologia e espiritualidade. Juntos, embarcaram numa jornada à ilha de Okinawa para descobrir o segredo das pessoas mais longevas do mundo – e encontraram no conceito japonês de ikigai o fio condutor para uma vida plena.



Fig 2. Héctor Garcia e Francesc Miralles


Resumo e Ideias Principais

O livro Ikigai: Viva bem até aos cem de Héctor Garcia e Francesc Miralles, é uma obra que combina investigação científica, sabedoria oriental e relatos reais numa jornada inspiradora à procura do propósito de vida. O conceito de ikigai, de origem japonesa, significa literalmente “razão para viver” ou “aquilo que faz a vida valer a pena”. No centro deste conceito estão quatro grandes dimensões: aquilo que amamos, aquilo em que somos bons, aquilo de que o mundo precisa e aquilo pelo qual podemos ser pagos.

Os autores viajam até à ilha de Okinawa, mais concretamente à aldeia de Ogimi, conhecida por ter a maior concentração de centenários do mundo. A partir de entrevistas com os habitantes locais e observações sobre o seu estilo de vida, os autores identificam vários fatores que contribuem para uma vida longa, saudável e feliz: uma alimentação leve e rica em vegetais, o exercício físico suave e regular (como a jardinagem ou caminhadas), fortes laços sociais e comunitários, e, sobretudo, a existência de um ikigai bem definido.

 Ao longo do livro, é possível observar como o sentido de propósito atua como um motivador intrínseco poderoso. As pessoas que vivem em Ogimi não se reformam nem param de trabalhar; simplesmente adaptam o seu ritmo e continuam a exercer as atividades que as apaixonam e que beneficiam a comunidade. Há uma ligação clara entre a longevidade e o facto de estas pessoas se sentirem úteis e integradas.

Outro ponto relevante do livro é a gestão das emoções. Através da prática da atenção plena (mindfulness), do estoicismo e da filosofia japonesa do wabi-sabi (aceitação da imperfeição), os autores reforçam que o bem-estar não depende de grandes conquistas externas, mas sim da capacidade de viver o presente com equilíbrio e significado. O livro destaca ainda o conceito de flow — o estado de imersão total numa atividade — como uma via para o ikigai e o bem-estar psicológico.

Assim, Ikigai não se apresenta apenas como uma teoria de bem viver, mas como um verdadeiro convite à ação, propondo que cada um descubra as suas próprias motivações profundas, redefina a sua ideia de sucesso e incorpore hábitos que promovam um propósito duradouro.



Fig. 3 - Diagrama Ikigai

Opinião Pessoal e Reflexão Crítica

Ao contrário de muitos livros de autoajuda, Ikigai não promete fórmulas mágicas, mas sim uma mudança de perspetiva. É uma narrativa inspiradora e quase meditativa, como um convite à introspeção.

A força deste livro é a sua simplicidade que nos convida a abrandar, a valorizar os detalhes, e a repensar a forma como definimos o sucesso e propósito. Para mim, a leitura inspirou-me a praticar hábitos sustentáveis para que possa ter uma vida longa e saudável.


Relação com a Unidade Curricular (UC) de Motivação e Liderança

A ligação entre Ikigai e os conteúdos da unidade curricular de Motivação e Liderança é profunda e enriquecedora. A começar pelo entendimento da motivação humana: enquanto muitas teorias tradicionais, como a de Maslow, abordam a motivação a partir de necessidades hierárquicas, o conceito de ikigai apresenta uma visão mais holística e circular do propósito, tocando simultaneamente a autorrealização, a contribuição social e a sustentabilidade pessoal.

Na perspetiva organizacional, o ikigai pode ser visto como uma ferramenta estratégica para líderes que pretendem alinhar os objetivos da empresa com as motivações individuais dos colaboradores. Quando um líder compreende o que move cada membro da sua equipa — o seu “porquê” pessoal — é possível criar um ambiente de trabalho onde todos sentem que fazem parte de algo maior, com clareza de sentido e direção. Este tipo de liderança inspiradora contribui não só para o aumento do bem-estar individual, como também para a retenção de talento, o engajamento e o desempenho coletivo.

Além disso, o livro reforça princípios de liderança transformacional: os líderes que cultivam o seu próprio ikigai tornam-se exemplos autênticos, capazes de inspirar pela ação e pelo propósito. Tal como os habitantes de Ogimi lideram as suas vidas com simplicidade, coerência e entusiasmo, os gestores e líderes organizacionais podem aprender a ser facilitadores de crescimento pessoal e profissional, promovendo ambientes psicologicamente seguros, baseados na empatia e na escuta ativa.

Em suma, Ikigai é uma leitura essencial para qualquer futuro gestor ou líder que deseje compreender melhor o fator humano nas organizações e aprender a inspirar equipas a partir de dentro — através da motivação intrínseca, do propósito partilhado e da liderança com sentido.


Links Relevantes

Site oficial do ISMAT: https://www.ismat.pt

• Página do autor Héctor Garcia: https://www.ikigai.guru

• Artigo sobre o conceito de Ikigai na PositivePsychology: https://positivepsychology.com/ikigai


Experiência como Leitor e Reviewer

Escolhi este livro por estar numa fase de questionamento sobre o futuro profissional e pessoal. A leitura foi reconfortante e transformadora – fez-me perceber que a pressa constante não é sinónimo de progresso, e que a busca por propósito é um processo contínuo.

Enquanto futuro gestor, este livro recorda-me da importância de promover ambientes de trabalho onde as pessoas possam expressar o seu ikigai. E como pessoa, inspirou-me a simplificar e viver com mais presença.


Sobre Mim

Sou estudante de Gestão de Empresas no ISMAT, apaixonado por desenvolvimento pessoal. Acredito que grandes mudanças começam com hábitos diários que provêm de pequenos passos conscientes.

Email: daniel.duarte.04@hotmail.com


Referências (Norma APA)

Garcia, H., & Miralles, F. (2016). Ikigai: Viva bem até aos cem.

Editora: Porto Editora.

PositivePsychology.com. (n.d.). What is Ikigai?. Disponível em: https://positivepsychology.com/ikigai

Site oficial do ISMAT. (n.d.). Disponível em: https://www.ismat.pt



Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:


Duarte, Daniel. (2025). O Sentido que nos move – Book Review ao Livro Ikigai. Book Review orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Motivação e Liderança. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: 
https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2025/05/book-review-livro-ikigai-daniel-duarte.html

O Poder e os Perigos do Pensamento Rápido em “Blink- Decidir num piscar de olhos” - Book Review

 

Licenciatura em Gestão de Empresas - Ano Letivo 2024/2025 

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Ano - 2º Semestre 

Docente: Patrícia Araújo 

 

O Poder e os Perigos do Pensamento Rápido em Blink- Decidir num piscar de olhos” - Book Review  



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Fig. 1: Capa do livro Blink- Decidir num piscar de olhos  

 

Discente: Angel Bandesha – a22303180 



Biografia do autor: 

     Malcolm Gladwell é um escritor, jornalista e palestrante canadiano-britânico, amplamente conhecido pelas suas obras que investigam tópicos de psicologia, sociologia e comportamento humano com uma narrativa envolvente e acessível. Nasceu em 3 de setembro de 1963, em Fareham, na Inglaterra, mas foi criado em Ontário, no Canadá. É descendente de uma psicoterapeuta jamaicana e de um acadêmico britânico.  

     Ganhou notoriedade mundial com os seus livros de não-ficção entre os quais se destacam The Tipping Point, Blink, Outliers, David and Goliath e What the Dog Saw tornando-se uma das vozes mais influentes na análise do comportamento humano e da sociedade contemporânea. 

     Gladwell começou sua trajetória profissional como repórter no The American Spectator e depois no Washington Post, onde abordou assuntos relacionados à ciência e ao setor empresarial. Desde 1996, trabalha como redator na renomada revista The New Yorker. 

     Além de ser um escritor, Gladwell é famoso pelo seu podcast Revisionist History, no qual reexamina acontecimentos e conceitos que, na sua opinião, foram mal interpretados ou esquecidos.  

     O seu estilo combina pesquisa científica com narrativas pessoais e sociais, facilitando a compreensão de temas complexos para o público em geral. Malcolm Gladwell permanece como uma das vozes mais impactantes na área da análise cultural atual.  

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Fig. 2- Malcolm Gladwell 

 

Resumo do livro: 

     Blink: Decidir num piscar de olhos”, de Malcolm Gladwell, é uma obra de não-ficção que explora o poder do pensamento rápido e das decisões intuitivas. Malcolm Gladwell defende que, muitas vezes, somos capazes de tomar decisões certas em apenas um piscar de olhos, antes mesmo de conseguirmos explicar racionalmente o porquê. Esta forma de julgamento instantâneo, conhecida como thin-slicing, baseia-se na nossa capacidade de extrair conclusões a partir de pequenos fragmentos de informação. 

     O livro começa com um caso emblemático: uma escultura antiga comprada por um museu, que parecia legítima segundo testes científicos. No entanto, especialistas em arte desconfiaram da sua autenticidade num simples olhar. Estavam certos. Este exemplo serve para introduzir a ideia de que o nosso inconsciente capta sinais subtis que a mente racional pode ignorar.  

     Ao longo dos capítulos, Gladwell apresenta vários exemplos e estudos para ilustrar como estas decisões rápidas funcionam e quando podem ser fiáveis. Um dos casos mais marcantes é o do psicólogo John Gottman, que consegue prever com grande precisão se um casal irá manter a relação, observando apenas alguns minutos da sua interação. Ele baseia-se em sinais não verbais, como o tom de voz, o desprezo ou a evasão, mostrando que a linguagem corporal e emocional transmite mais do que pensamos. 

      Contudo, nem todos os julgamentos instantâneos são positivos. O autor dedica um capítulo a Warren Harding, um presidente norte-americano eleito sobretudo pela sua aparência, embora fosse incompetente. Este exemplo serve para mostrar como preconceitos e estereótipos podem corromper o nosso pensamento intuitivo. 

     Gladwell também destaca situações onde a decisão rápida é essencial. Num exercício militar, o general Paul Van Riper derrota uma força tecnologicamente superior usando apenas o instinto e a experiência, sem recorrer a análises complexas. Isto demonstra que, em ambientes caóticos e de alta pressão, o instinto pode ser mais eficaz do que a análise racional, mas apenas se a pessoa estiver devidamente preparada. 

     Por outro lado, o autor analisa falhas deste tipo de pensamento, como nos testes de gosto entre Pepsi e Coca-Cola. Mostra que preferências momentâneas não refletem necessariamente escolhas de longo prazo. O caso do músico Kenna também ilustra como talentos fora do convencional são prejudicados por julgamentos rápidos que não lhes dão tempo para serem compreendidos. 

     Num dos capítulos mais fortes, Gladwell analisa casos de violência policial, mostrando como decisões precipitadas, em contextos de medo e stress, podem ser fatais. Sublinha a importância do treino emocional para que o pensamento rápido não se torne perigoso. 

     O livro termina com uma reflexão sobre inteligência emocional, empatia e a forma como lemos o comportamento dos outros. Gladwell conclui que, embora o pensamento rápido seja poderoso, devemos aprender quando confiar nele e quando o questionar. 

 

 

Opinião pessoal: 

     Blink é um daqueles livros que parece prometer uma revelação: a ideia de que os nossos julgamentos instantâneos, os chamados "dois segundos", podem ser tão (ou mais) fiáveis do que decisões pensadas durante horas ou dias. E, de facto, Gladwell cumpre essa promessa em parte. O livro é importante porque trouxe à conversa pública um conceito fascinante: o poder e os perigos do pensamento rápido. Fez-nos parar e considerar como funcionam os nossos instintos, o que, por si só, já é um mérito. 

      Mas a leitura de Blink não é fácil. Não porque o tema seja complexo, mas porque a apresentação se torna repetitiva e, por vezes, cansativa. Gladwell tende a martelar as mesmas ideias, ilustrando-as com múltiplas histórias que, embora interessantes por si só, acabam por parecer variações da mesma nota. A certa altura, começamos a pensar que o livro podia ter sido um ensaio, e o impacto teria sido o mesmo, talvez até mais eficaz. 

     O que me cativou mais em Blink foi a ideia da intuição, esse saber imediato que muitas vezes sentimos antes de conseguirmos explicá-lo racionalmente. Foi esse o aspeto que despertou mais o meu interesse ao longo da leitura e que, sinceramente, gostaria que tivesse sido explorado com mais profundidade. A intuição surge como um fenómeno intrigante, com um potencial imenso para ser debatido, questionado e até contrariado, mas Gladwell parece preferir manter-se à superfície, usando-a mais como ponto de partida do que como objeto real de investigação. 

     Além disso, pessoalmente, prefiro uma abordagem mais subtil, que confie mais no leitor. Gosto de metáforas que me desafiem, que me deixem espaço para pensar e chegar à conclusão por mim. Em Blink, Gladwell guia-nos com mão firme, quase paternal, até à conclusão que quer que tiremos. É como se nos dissesse: "Olhem, vejam bem este ponto... aqui está a prova, e aqui está mais uma, e outra..." e isso retira um pouco da beleza da descoberta. 

      Em resumo, Blink teve o mérito de nos fazer pensar sobre o poder do julgamento instantâneo, mas fá-lo de uma forma algo insistente e pouco subtil. Foi um livro importante, mas não um livro brilhante. 

 

Reflexão Integrativa com a UC - Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação 

     Blink de Malcolm Gladwell destaca a importância dos julgamentos rápidos, sugerindo que as decisões tomadas em segundos podem ser surpreendentemente precisas. No entanto, ao analisar a relação com técnicas de negociação, liderança e motivação, vejo que o livro falha ao não explorar suficientemente a complexidade desses processos. Na negociação, a confiança excessiva na intuição, como é sugerido em Blink, pode ser arriscada, já que a análise profunda das dinâmicas envolvidas é crucial para decisões eficazes. Na liderança, embora a capacidade de tomar decisões rápidas seja importante, Gladwell não aborda os riscos de depender demasiado da intuição em contextos complexos. Em termos de motivação, o livro não explora a fundo as motivações internas e as influências emocionais que realmente nos movem. A repetição constante de exemplos no livro também limita a reflexão mais crítica sobre o tema. 

     Em resumo, Blink oferece uma visão interessante, mas sua abordagem simplista e repetitiva não é suficiente para fornecer uma compreensão completa das dinâmicas de negociação, liderança e motivação, áreas que exigem um equilíbrio entre intuição e análise mais profunda. 

 

Sobre mim: 

     O meu nome é Angel Bandesha, tenho 19 anos, sou filha de imigrantes indianos e vim para Portugal com 4 anos. Aos 16 anos, obtive a nacionalidade portuguesa. Atualmente frequento o segundo ano da Licenciatura em Gestão de Empresas no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Embora ainda não tenha uma decisão definitiva sobre o caminho que quero seguir após a licenciatura, tenho interesse em aprofundar uma área que me permita ter um impacto positivo no mundo.

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Fig. 3- Angel Bandesha 

Referências bibliográficas: 

Gladwell, M. (2005). Blink: The power of thinking without thinking. Little, Brown and Company. 

Krznaric, R. (2012, December 3). The power of outrospection [Video]. RSA. https://youtu.be/UBVV8pch1dM 

Kakutani, M. (2005, January 16). Blink: Hunch power. The New York Times. https://www.nytimes.com/2005/01/16/books/review/blink-hunch-power.html 

Gladwell, M. [@malcolmgladwell]. (n.d.). Instagram profile. Instagram. https://www.instagram.com/malcolmgladwell/ 

 

Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final: 

  

Bandesha, A. (2025).  – Entre o Instinto e o Erro: O Poder e os Perigos do Pensamento Rápido em Blink Book Review de “Blink- Decidir num piscar de olhos” por Angel Bandesha. Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2025/05/entre-o-instinto-e-o-erro-o-poder-e-os.html 

 

 

 

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