quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Book Review do Livro "IKIGAI - VIVA BEM ATÉ AOS CEM", por Ana Antunes

 

Book Review: “Em busca do meu IKIGAI”

    Este libro foi lançado em outubro de 2016, pelas mãos de Héctor García e Francesc Miralles, que juntos foram tentar encontrar o significado de “IKIGAI”, e quiçá descobrir o seu!

Héctor García, nascido em 1981 em Valência, mudou-se para Tóquio em 2004 e desde então tem publicado na sua página “Kirainet” textos sobre a cultura japonesa.

    O outro autor do livro, Francesc Miralles, nasceu em Barcelona em 1968, e tem-se dedicado à escrita embora exerça funções de assessor literário e consultor de editores.

Ambos quiseram perceber o significado do “IKIGAI”, e nada melhor que ir à origem, malas feitas e foram conhecer a aldeia de Ogimi, em Okinawa no Japão. A aldeia é conhecida por ter as pessoas mais velhas do mundo, em que muitos dos seus habitantes passam dos 100 anos de vida. Aldeia esta em que a Felicidade é uma constante e a Longevidade também! É então que o conceito de “IKIGAI” começa a ganhar forma e força nas mentes dos autores, transcrevendo as suas vivências, aprendizagens, segredos e formas de manter uma vida saudável para chegar aos 100 anos, neste livro.

Estes aldeões fazem uma alimentação à base de legumes, tofu, peixe e batata-doce, bebem muita água e chá, fazem exercício físico mesmo depois de reformados para manter o corpo ativo, riem muito e assim se mantem um espírito positivo e alegre, dançam e cantar, vivem em comunidade e numa constante relação interpessoal. Alias, em crianças é-lhes atribuído um amigo e essa amizade dura a vida inteira, são cúmplices, parceiros, e é esta união que, segundo eles, os fazem sentir bem e em paz. Outros dos rituais que fazem é o banho de floresta, estar perto da natureza transmite uma paz incrível, recarrega baterias, este contato permite ouvir os sons da natureza “transportando-os” para uma outra dimensão de calma e serenidade. Outra das formas de longevidade é saciar o nosso corpo com cerca de 80%, não sobrecarregando o organismo, assim o estômago mantém-se ativo e consegue facilmente digerir toda a comida ingerida.

Outro princípio, é o de ser grato e de agradecer pela vida, por tudo o que recebemos e damos, por tudo o que fazemos, pela natureza, pela bênção de estar em paz. Muita das vezes, este agradecimento é feito na meditação, quer seja de manhã quer seja à noite, às entidades em quem acreditam.

“IKIGAI”, “Iki” = vida e “Kai” = razão, em suma, “IKIGAI” significa razão de viver. Foi nesta perspetiva que os autores foram em busca do seu propósito de vida.

A dita “razão de viver”, abrange as mais diversas áreas da nossa vida, como a nossa missão de vida, a nossa paixão por algo que nos dá prazer e gosto, a nossa vocação seja profissional ou pessoal, sobretudo, qual é o nosso propósito, embora estas áreas variem de pessoa para pessoa.

Pensar sobre o nosso “IKIGAI” (https://www.linkedin.com/pulse/ikigai-o-segredo-japon%C3%AAs-para-uma-vida-longa-e-feliz-rodrigues/?originalSubdomain=pt), pode implicar uma mudança de vida, uma mudança de profissão, tantas outras mudanças. A mudança é algo positivo, faz-nos crescer e desenvolver competências, faz-nos adaptar e sair da nossa zona de conforto entrando na zona do desafio, ou até na zona de pânico, mas é o nosso “IKIGAI” que nos vai motivar a ter vontade de mudar. As motivações intrínsecas (https://www.connecta.pt/2020/04/21/motivacao-intrinseca-vs-extrinseca/), são o mote para a mudança, é do nosso interior que parte esta necessidade de procurar a nossa razão de viver.

Enquanto reviewer, esta experiência foi fantástica, li um livro fascinante! Fez-me questionar, por diversas vezes, qual é o meu propósito enquanto ser humano, enquanto profissional da área de Recursos Humanos, se estou no caminho certo, se os meus sonhos serão tangíveis.

Escolhi o livro, pois nunca tinha abordado este tema, nem sequer conhecia o conceito em questão. Fez-me pôr em causa muitas das minhas práticas diárias, de como levo a vida, a forma como educo os meus filhos…ponderar sobre os meus objetivos, se os mesmos estão alinhados a minha razão de viver ou com o meu propósito/missão.

Desejo mudar a minha vida, para este conceito, a adaptação levará o seu tempo, o conjugar com a rotina diária também, mas creio que as mudanças de hábitos serão benéficas para o meu corpo e para a minha mente. Este livro abriu-me horizontes, fez-me ver para além do quotidiano, ter uma visão 360º, que me possibilita ter noção da minha envolvente e do espaço que ocupo neste mundo.

A nível profissional, senti que posso olhar para as pessoas que diariamente entrevisto, de forma diferente e tentar procurar dentro delas o seu “IKIGAI”, e conciliá-lo à função à qual se candidata, articulando a sua vocação à sua motivação e à sua paixão, não esquecendo as suas competências, capacidades e aptidões para o exercício da função.

Eu sou a Ana Antunes, nasci em dezembro de 1982, sou natural de Óbidos, tenho dois filhotes lindos, um com 16 anos e outro de 12 anos. Sou filha, sou mãe, sou profissional, sou esposa, sou amiga, sou colega, sou bombeira, sou arbitra de natação, sou instrutora da Escola de Infantes e Cadetes do Corpo de Bombeiros de Óbidos, sou psicóloga, sou confidente, sou ouvinte, sou irmã, sou tia, sou madrinha, sou nora, sou cunhada, sou cúmplice, sou eu! Este é o meu “IKIGAI”! É assim que sou e quero ser! Sou Licenciada em Gestão de Recursos Humanos e frequento o Mestrado em Gestão de Recursos Humanos no ISLA Santarém.

                                    

Linkedin: www.linkedin.com/in/ana-sofia-martins-1982RH

Aconselho-o vivamente a leitura do livro, e desejo que procure o seu “IKIGAI”, e esteja atento aos sinais que o seu corpo lhe transmite! Se tiver de fazer uma mudança radical? Faça!

Caro/a Leitor, para citar esta book review, use esta referência final: Antunes, A. (07/02/2023). Book Review: Em busca do meu IKIGAI.

Book Review orientada pela PhD Patrícia Araújo, no âmbito da unidade curricular de “Gestão da Mudança”, integrada no Mestrado de Gestão de Recursos Humanos, do ISLA de Santarém: https://www.islasantarem.pt/pt/

 

Muda hoje para amanhã seres um sucesso! Book Review: "A startup por $100" por Ana Rita Vieira



O livro apresentado destina-se a todas as pessoas que queiram iniciar uma nova fase e começar o seu próprio negócio.

O autor na sua viagem entrevistou cerca de 1500 pessoas que inicialmente começaram a investir 100 euros, ou menos, que lhes renderam um montante anual de 40.000 euros. Destacando que ninguém precisa de um MBA em Gestão de Empresas, de um plano de negócios ou, sequer, de empregados, para começar um negócio próprio

Quando acabou de entrevistar todas estas pessoas deparou-se com o facto de que todas reuniam as condições: O Modelo “siga a sua paixão”, demonstraram interesse em construir negócios nos seus tempos livres, mas que nem todas tinham as contas o capital necessário; Capital reduzido, o investimento nos negócios eram inferiores a oitocentos euros, em especial para serem lançados com o montante de cem euros; Pelo menos 38.000 euros do rendimento liquido anual; Ausência de competências especificas, onde podem iniciar a profissão sem qualquer formação mas ao longo do processo vão-se especializando; Ausência de reservas à divulgação de dados financeiros, as pessoas têm de concordar com os valores e revelar os pormenores; e menos de cinco empregados, relaciona-se com empresários inesperados ou acidentalmente geridos por uma pessoa que se relaciona com objetivo da liberdade pessoal.

As vertentes mais utilizadas que o autor revela é o facto de conciliarmos aquilo que estamos mais aptos para fazer com o que os outros estão dispostos a adquirir (convergência). O facto de sermos bons numa determinada área pode indicar que provavelmente também somos bons noutras (correlação de competências) e que da junção das duas vertentes resulta o sucesso.

Para abrirmos um negócio são necessárias de três coisas: um produto ou serviço; um grupo que esteja disposto a adquiri-lo; e um meio para sermos pagos.

Na obra são apresentados vários exemplos: de pessoas com espírito empreendedor e de coragem; de alguns casos para arriscar algo que se tem como certo por algo incerto, para se sentirem livres e autónomos; e de desempregados que se depararam com a sua vida menos facilitada e que mais tarde conseguiram o seu próprio negócio.

Ao longo do livro, o autor apresenta o “valor” como um dos principais conceitos. Começou por ajudar as pessoas mencionando que a liberdade e a criação de valor estão diretamente relacionadas. Podemos encontrar a liberdade enquanto criamos valor para as pessoas. A liberdade é aquilo que um empreendedor procura, não ser dependente de ninguém, já que o valor é aquilo que é criado para partilhar com o mundo.

De forma a ajudar o leitor a descobrir a melhor forma de aplicar o modelo de Start-up de 100 euros, são demonstradas três estratégias: redobrar esforços para descobrir necessidades ocultas; fazer com que o seu cliente se sinta um herói; vender o que as pessoas precisam de comprar.

Um dos exemplos mencionado para demonstrar que as pessoas sejam pagas para fazer o que gostam, assegurando que isso é o que elas procuram, é o de Gary Leff. Considerado um dos “piratas das viagens” acumula através das promoções das marcas aéreas milhares de milhas., aproveitando o facto de muitas das pessoas que as conseguiam adquirir não as usufruíam. Gary com a informação que os passageiros lhe davam (destino, transportadoras e datas pretendidas) efetuava uma análise e contactava as transportadoras, o que lhe permitia identificar e aproveitar todos os benefícios, por este serviço cobrava cerca de 190 euros. Muitos dos serviços traziam benefícios pois muitas das viagens custariam o dobro se fossem os próprios a fazê-lo.

Os erros iniciais do autor para a procura de um determinado negócio, ensinaram-lhe que o mais importante é concentrarmo-nos no que os clientes querem demonstrando-o num quadro em que a coluna do “mais” incluem coisas positivas como amor, dinheiro, aceitação/aprovação e tempo livre. Ou seja, as coisas que os clientes realmente querem e dão valor e a coluna do “menos” inclui as coisas indesejáveis como stress, longos trabalhos e conflitos. Com isto, Broke Snow, sem trabalho certo dava aulas numa pequena cidade, mas deparando-se com as fracas inscrições este decide expandir o seu trabalho, nomeadamente a criação de um curso online com a ajuda de um dos inscritos no seu curso. Fazendo com que mais lhe rendesse cerca de 23.000 euros contribuindo para a melhoria de vida.

Com isto, a paixão muita das vezes pode se tornar um negócio rentável. 

Exemplos de casos em que a paixão se tornou rentável:



Por fim, o autor destaca uma mensagem importante: Muda de trabalho para mudares a tua vida. A paixão por fazer algo que gostamos é apenas uma ajuda para o sucesso, uma vez que se não existirem competências necessárias, esta paixão de nada serve, porque poderá não haver um público para adquirir os nossos serviços ou produtos. Nem todas as paixões são viáveis, mas é possível montar um negócio num só dia. Quanto mais específico for melhor será o seu resultado, mas para isso temos de descobrir a nossa paixão e o modelo de negócio mais eficaz para o nosso sucesso.

                                            Reflexão Integrativa

No âmbito da matéria de Gestão de Mudança, o presente livro relaciona-se com a motivação e não tanto com a liderança porque são só mencionados exemplos em que as pessoas trabalham de forma independente. A maior parte das motivações são intrínsecas à necessidade de sobrevivência, um impulso para satisfazer as necessidades, uma ação para resolver o problema e no fim uma satisfação em algo que foi obtido com sucesso pelo seu esforço. Identificam-se os cenários de mudanças não planeadas e a mudança estratégica, pois em muitos dos casos abordados não se esperava do resultado obtido.

                                                                    Critica do livro

A escolha deste livro deve-se ao facto de ter um título ser um tema apelativo e desafiante. um negócio e poder aproveitar algumas ideias de exemplos descritos em termos práticos e não tanto teórico.

É de fácil leitura, objetivo e de rápida interpretação.

O livro transmite motivação, por vezes achamos que um problema não tem solução e o livro demonstra o contrário. Muitos dos exemplos citados poderiam dar errado tornaram-se em casos motivadores e de realização.

Os exemplos são baseados em casos verídicos e isso torna o livro ainda mais apelativo. Quando só há teoria nunca é suficiente para se saber resolver certas situações. Os casos podem variar de pessoa para pessoa, mas incentiva a não desistir.

No livro apenas são abortados casos de sucesso. O autor podia ter mencionado alguns casos que não tivessem tido tanto sucesso, mantendo a mesma perspetiva positiva.

                                                            Bibliografia de Chris Guillebeau

Chris Guillebeau é autor, blogueiro, orador e empreendedor americano nascido em Oregon, Estados Unidos, no dia 7 de abril de 1978.

É o autor do livro: “A STARTUP DE $100”, um dos mais vendidos do New York Time.

Dirige um dos 15000 blogues mais visitados dos Estados Unidos, The Art of Non-Conformity, o Business Week, o Huffington Post, o Washington Time e o MSNBC.

Por volta dos seus 20 anos, Chris Guillebeau, quis iniciar a sua aventura de visitar vinte países por ano começando por visitar 193 países do mundo até ao seu trigésimo quinto aniversário, descrevendo o seu próprio objetivo no seu blog.

Atualmente é responsável pelo seu site: https://chrisguillebeau.com/ , dá palestras em universidades, em empresas e conferencias por todo o país.


SOBRE MIM...


Chamo-me Ana Rita Vieira, sou licenciada em Administração Pública e neste momento decidi aprofundar o meu conhecimento e estou a frequentar o mestrado de Gestão de Recursos Humanos no ISLA Santarém. 

Referências bibliográficas

Guillhebeau. C. (2012) “ A start-up por $100” Editora Saraiva;

Araújo, P. (2023) Material de apoio nas aulas de Gestão de Mudança. ISLA Santarém.


Caro/a leitor, para citar este Book Review, use esta referência final:

Vieira, A (2023). A start-up por $100. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Gestão de Mudança”. ISLA- Santarém. Disponível em https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2023/02/muda-hoje-para-amanha-seres-um-sucesso.html


 
https://www.islasantarem.pt/pt/





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Book Review do Livro “Mude, Você, o Mundo – Manual do empreendedorismo social” por Bárbara Cordeiro

O livro que escolhi é de autoria de Gabriel Cardoso, especialista em Gestão de Projetos e formado em Administração de Empresas. Atualmente, é Gerente Executivo do Instituto Sabin, estando envolvido em vários projetos que fomentam a inovação social. Também colabora com os Conselhos Consultivos de empresas e organizações no Brasil e no exterior. Outras informações relativas a este autor podem ser consultadas em https://www.gabrielcardoso.com.br/.


Figura 1. Autor Gabriel Cardoso

A missão de vida do autor é tornar-se um ser humano melhor. Neste sentido, ele ajuda empresas, organizações e pessoas a serem empreendedoras, de forma a conseguir o sucesso pessoal e profissional.

Este livro tem a missão ajudar a quem o lê a alcançar o sucesso empresarial, através de estratégias de empreendedorismo social, a fim de o globalizar. A criação de novas empresas que procuram solucionar problemas socioambientais é extremamente importante no panorama internacional. É fundamental a consciencialização das pessoas para hábitos de consumo sustentáveis, de forma a preservar os recursos naturais disponíveis.

Assim, o indivíduo é levado a identificar um problema ou necessidade e a criar a sua própria empresa para obter lucro, mas também resolvê-lo(a). Daí surge a renovação das empresas e do mercado, traduzindo-se no capitalismo do século XXI.

Figura 2. Livro

O site https://www.mudevoceomundo.com/ encontra-se bem estruturado, identificando algumas questões importantes no processo de criação dum negócio social.

De salientar que o empreendedorismo social pode ser visto como um alicerce para a reforma e construção da sociedade atual.

O livro encontra-se dividido em 10 capítulos, sendo possível lê-lo do início ao fim, de forma corrida ou consultando capítulo a capítulo, de acordo com o assunto de interesse do leitor.



Figura 3. Capítulos do livro

Esta obra pode ser vista como um guia para quem pretenda ingressar pelo mundo do empreendedorismo, aliado à sustentabilidade. O empreendedor é desafiado pelo autor a mudar comportamentos, a criar competências e condições para obter o seu lucro e tornar o mundo melhor.

Não se trata de criar uma oportunidade de negócio, mas sim procurar problemas sociais e estudá-los exaustivamente com o intuito de os solucionar através duma empresa lucrativa, a qual tenha impacto social.

O autor faz referência a Edgar Barki (2014), que sintetizou as características que deve ter um modelo bem sucedido de um empreendedorismo social.

O autor dedica ainda um capítulo a exemplificar negócios sociais com sucesso.

É fundamental o empreendedor obter competências e conhecimentos para desenvolver o seu negócio social, tendo atitude e baseando-se em valores válidos.

A comunicação eficaz e efetiva deve estar também presente na atitude do empreendedor. Saber comunicar no seio da empresa e para o exterior é essencial na sua trajetória.

Deste modo, o autor propõe ao leitor/empreendedor um processo, denominado de INL (ideia+negócio+lógica), o qual se desenvolve em três etapas: “gerar ideias e soluções; conceituar o negócio; criar modelo lógico”.

Esta ferramenta é capaz de mostrar a relação lógica entre os recursos (insumos), as atividades que serão necessárias para o funcionamento e os benefícios e mudanças que resultarão do processo.

Figura 4. Modelo lógico

Fonte: Adaptado de Wharton Business School (2014).

Gabriel Cardoso dedica ainda um capítulo à identificação das partes que devem constituir um plano de negócio social. Este capítulo é muito importante para o empreendedor, pois esclarece, de forma concisa, as várias etapas para desenvolver o seu negócio social.

Na apresentação do negócio deve ser implementado o “Pitch”, o qual engloba quatro elementos.

Figura 5. Elementos do Pitch

Numa fase inicial de criação do negócio social, o empreendedor deve ter consciência se tem capacidade financeira para iniciar ou se tem de recorrer a sócios. Neste caso, a escolha do sócio tem de ser feita com muito cuidado, pois deve ser uma pessoa que o complemente e compatível com as suas ideias para o negócio. Aliado a este tema, o empreendedor é alertado ainda para as possibilidades de adquirir financiamento para o desenvolvimento do seu negócio social: investidores-anjo; seed capital; financiamento coletivo, venture capital e empréstimos bancários.

O autor alerta que o empreendedor deve ter consciência das oportunidades que o rodeiam, mas também das turbulências que podem surgir ao longo de todo o processo. Daí que seja fundamental ter um pensamento otimista e encarar as mudanças e obstáculos com transformações necessárias para alcançar o sucesso empresarial e social.

O autor finaliza esta obra com o capítulo “Mãos à Obra!”, no qual encoraja o empreendedor à mudança e a pôr em prática os conhecimentos adquiridos com a leitura deste livro.

Reflexão integrativa do livro com a Unidade Curricular

Ao longo da leitura da obra é referenciado, em varias ocasiões, a necessidade de mudança, tema abordado na Unidade Curricular de Gestão da Mudança lecionada pela Professora Doutora Patrícia Araújo. Nesse âmbito, a professora referiu-se à “Curva da Mudança”, definida por Elisabeth Kubler-Ross, como sendo uma metodologia de gestão da mudança, com o objetivo de ajudar não só as pessoas a enfrentar obstáculos, mas também as empresas e organizações a adaptarem-se às alterações que vão surgindo ao longo do caminho empresarial e agarrar nessas mudanças para criar um mundo melhor.

Opinião

Na minha opinião, a obra “Mude, Você, o Mundo – Manual do empreendedorismo social”, é um livro de fácil leitura e com conteúdos muito esclarecedores para quem pretende ser empreendedor e implementar um negócio social. Encontra-se estruturado de uma forma concisa e coerente com o tema do empreendedorismo, o qual facilita a consulta por parte do leitor. Este é desafiado, constantemente, a tomar uma atitude de mudança face ao mundo para o tornar melhor.

Com esta obra, alarguei, grandemente, a nível pessoal e profissional, o meu conhecimento e estou convicta que, no futuro, irei sugerir este livro a outras pessoas que pretendam ser empreendedoras.

 A Reviewer

O meu nome é Bárbara Cordeiro, encontro-me licenciada em Gestão Turística pelo Instituto Superior de Gestão e Administração – ISLA Santarém e, presentemente, a frequentar o Mestrado em Gestão de Recursos Humanos também no ISLA Santarém.



Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

Cordeiro, B. (2023). "Mude, Você, o Mundo - Manual do empreendedorismo social"Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Gestão da Mudança’. ISLA -Instituto Superior de Gestão e Administração de Santarém. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2023/02/book-review-do-livro-mude-voce-o-mundo.html

















terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

"Principezinho põe a gravata"- book review por Filipa Rodrigues

Principezinho nas organizações: Book Review "Principezinho põe a gravata"


   

 Borja Vilaseca...

    

Figura 1: borjavilaseca.com 


Vilaseca é um escritor, professor, conferencista e empreendedor na área do Desenvolvimento Pessoal e Autoconhecimento. Outrora foi jornalista, sendo que ainda faz publicações no El País Semanal (EPS).  Destina-se, portanto, a promover a “mudança de paradigma social”. 



O livro...e algumas reflexões...


Figura 2: Borja Vilaseca - Wook

        


    Trata-se da história de consultora SAT, espanhola, que com nomes fictícios, o jornalista Borja Vilaseca, retrata a sua evolução reformatória, relativamente à forma como laborava e tratava os seus colaboradores. Numa narrativa secundária, fala-nos, ainda, da história de vida do responsável por esta MUDANÇA, estabelecendo uma analogia entre este e o Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry

O livro encontra-se dividido em capítulos, como se um diário se tratasse. Os presentes anos de 2002/23 correspondem à transformação da SAT, sendo que os restantes ao passado de Pablo, 1999.

Começamos, pela apresentação do presidente da empresa, Jordi Amorós que funciona como o ponto de viragem ocorrido na consultora: o início de uma nova vida e de uma nova organização. – “quem não vive para servir, não serve para viver”.

Seguidamente, pela entrevista ao que viria a ser o “responsável pelas pessoas e valores da organização”. Pablo, foi o responsável pela REVOLUÇÃO na empresa de Jordi. Percebe-se, através desta, a alteração e evolução do processo de recrutamento. Além das qualificações e da experiência profissional, valorizam-se as qualidades pessoais, as aprendizagens ao longo da vida, entre outros. Há, também, uma desvalorização pela forma física como se apresenta, bem como do típico discurso gestual e politicamente correto, enaltecendo a ideia da diminuição do fosso, entre patrão e empregado aquando de uma entrevista e após a mesma.

Posteriormente, há a apresentação do típico líder clássico, Ignacio Iranzo. Descreve-se como eram as relações hierárquicas entre este e os colaboradores, bem como entre estes últimos, regidas “pela lei da selva”. Caracteriza-se o espaço de trabalho, desprovido de luz, reduzido a cubículos, secretárias e computadores. Ainda detinham um horário rígido, onde as horas de término pareciam nunca existir.

Face a esta descrição da consultora, Pablo projetiva, sucintamente, o seu plano para o futuro da SAT, colocando as pessoas como foco principal – “O essencial é invisível aos olhos”.

Faz-se uma interrupção no livro, de modo a ficarmos a conhecer melhor Pablo Príncipe, responsável pela revolução desta consultora. Uma breve história de vida, retrata-nos uma pessoa moldada pelos estereótipos da sociedade e família, que estudou e trabalhou onde lhe impuseram.

Pablo coloca o seu plano em ação. Começa com um inquérito a todos os colaboradores, no que concerne às condições de trabalho que detinham: desde o porteiro, Benjamin, à secretária, Verónica Serra, passando por todos os consultores, tais como Manuela Marigorta e Alicia, que não se quis manifestar. Sintetizando as suas respostas, passaram todas por reclamações acerca do mau ambiente de trabalho, falta de espaço e de organização por parte da chefia; ausência de recompensas e de autonomia dos funcionários. Por fim, queixas do líder de “mau feitio e mão dura”.

Posto isto, Pablo considerou que o início da Mudança assentava na “tomada de consciência” de cada um que temos de ser “cúmplices da felicidade”, proporcionando um ambiente laboral mais humano e, consequentemente, uma maior produtividade e competitividade da empresa. Num primeiro passo, começou por organizar um curso de “introdução ao autoconhecimento e ao desenvolvimento pessoal”.

Inicia-se, então o curso, excetuando somente a presença de Ignacio. Falou-se de HONESTIDADE, HUMILDADE e CORAGEM, proporcionando-nos a capacidade de conseguir “olharmo-nos ao espelho”, estarmos predispostos “à aprendizagem e à transformação”, tendo “valentia e coragem” de enfrentar os nossos medos e inseguranças e reconhecer, humildemente, que não detemos conhecimento sobre tudo, estamos em constante experimentação e compreensão do desconhecido. De seguida, abordou-se o AUTOCONHECIMENTO, no sentido de atingir a felicidade, o equilíbrio e bem-estar interiores. Desmistifica-se o facto de este conceito supracitado, não ser um “ATO EGOÍSTA”, mas sim o primeiro passo para conseguirmos tratar bem os outros e evitar a nossa “REATIVIDADE” em prol da “PROATIVIDADE”. Reconhecer que, por vezes, reagimos de forma negativa quando têm atitudes menos boas para conosco (Reatividade) será o primeiro passo para treinarmos a nossa Proatividade, tornando o que nos acontece em algo mais são e construtivo. Tudo isto, encontra-se correlacionado com a interpretação que fazemos da realidade, totalmente subjetiva. Aquilo que nos acontece é imutável, já as nossas ações dependem, inteiramente, de nós.

Igualmente, nesta formação, aborda-se o EGOCENTRISMO, como bloqueador da Proatividade e acompanhado da “Ignorância”, de não saber quem somos, e a “Inconsciência” de não queremos saber das consequências das nossas ações/atitudes. Contrariamente, o “Poder da Aceitação”, de termos capacidade de compreendermos aquilo que nos acontece, “sermos donos de nós mesmos”.

Um ênfase dado, também, à função das Crises Existenciais. Acabamos, apenas, por questionar a nossa forma de olhar para a vida, quando chegamos ao nosso ponto de saturação, daí demonstrarmos uma grande resistência à MUDANÇA. Tiram-nos os pilares que suportam as nossas ideologias e valores, cessam a nossa “Zona de Conforto”, conduzindo á necessidade de “mudança e evolução”. Cria-se uma espécie de “ponte entre a vitimização e a aceitação da responsabilidade” e “é então que podemos desfrutar da vida com o coração”.

O autor, faz uma paragem no curso de Príncipe e volta novamente e analisar o seu passado, criticando, mais uma vez os rótulos impostos pela sociedade através da (suposta) “perfeição” da família Príncipe.

Voltando ao curso sobre o “processo gradual de mudança e crescimento pessoal”, inicia a segunda parte onde realça a importância de colocarmos em prática as nossas aprendizagens, “praticar, cometer erros e continuar a treinar”. Funcionam de forma circular e não linear.

Assumirmos a responsabilidade pessoal, nesta lógica, conduz à felicidade, à paz e a reagir em “servir os outros”. O MEDO, a IRA e a TRISTEZA mostram-se como obstáculos à responsabilidade social, a ser proativo. Alimenta, portanto, o nosso EGO, “a nossa parte inconsciente, mecânica e reativa”. No entanto, somos seres providos de CONSCIÊNCIA, temos um instinto de sobrevivência física, como também, emocional, logo capacita-nos para “transformar a nossa existência numa obra de arte.”. Claro que para atingirmos este estádio, a nossa IDENTIDADE passa por várias fases: 1ª INOCÊNCIA; 2ª IGNORÂNCIA; 3ª SABEDORIA.

Esta última fase, corresponde, então, quando somos capazes de “olhar-nos ao espelho”, uma viagem que se inicia com o despertar da nossa consciência, o saber lidar com o nosso ego, não o alimentando e manter contacto com a nossa essência.

No que diz respeito a outros conceitos analisados durante esta formação, Pablo considera que a FELICIDADE e a PAZ INTERIOR consistem no “estado natural do nosso ser”. Distingue a DOR, como sendo a nível físico de SOFRIMENTO, a nível emocional. Refere-se à VERDADE como a informação que testamos, que é “posta em prática”, sendo esta a “filha da nossa essência”, distanciando-se da MENTIRA, “filha do nosso EGO”.

Pablo enfatiza, igualmente no seu curso, a necessidade de nos auto abastecermo-nos emocionalmente, afirmando mesmo que a nossa verdadeira luta é dentro de nós, ainda que as relações que estabelecemos com os outros sejam os nossos principais “conflitos emocionais”. No “CÍRCULO DE INFLUÊNCIA” encontram-nos confortáveis, enquanto nos “CÍRCULOS DE PREOCUPAÇÃO”, saímos da zona de controlo. Nestes últimos, revela-se ainda mais a necessidade de “cultivar (esta) ENERGIA VITAL, conciliando a vida pessoal, familiar e profissional. Claro que tudo isto só é possível com TREINO.

Para terminar esta formação, Pablo aborda a capacidade de termos COMPAIXÃO, sermos capazes de aceitar tudo e todos, tal como somos, uns verdadeiros proativos.

Posto isto, verificamos a verdadeira MUDANÇA na Consultora SAT. A “Sala das máquinas”, onde todos os trabalhadores estavam confinados aos seus cubículos, passou à “Sala de aprendizagem”, um espaço bem mais amplo, arejado e natural. Estabeleceu-se uma Gestão por objetivos, onde os colaboradores gozavam de uma maior autonomia, organizados por departamentos, em constante coordenação e numa plena integração. Há uma clara mudança inerente à questão da gravidez. Outrora, naquela empresa, nestas circunstâncias era motivo de despedimento. Foi, também, criado um Sistemas de Recompensas, que não existia.

No que concerne a esta mudança supracitada, poder-se-á aplicar a Teoria de Mudança de Robert Quinn. Houve uma primeira fase marcada pela Incerteza, relativa à contratação de Pablo e da aplicação das suas novas ideias. Foi visível, pela renitência de Jordi aquando do seu recrutamento e, ainda, na incerteza sentida entre os colaboradores aquando da alteração do horário. A transformação viu-se a acontecer na adesão aos Cursos lecionados por Pablo e, por último, a Rotinização desta mudança, os horários mais flexíveis, uma maior coordenação e trabalho de equipa, o constante desenvolvimento das pessoas, que inclusive voaram para outras empresas, entre outros.

Novamente, um aparte relativo à experiência de Pablo. O primeiro emprego deste apresentado como o oposto do que se verificava agora na Consultora. Consideravam que o sistema do MEDO era sinónimo de trabalho fácil por parte dos trabalhadores” – “tontos úteis”. Uma empresa onde se pautava pela falta de valores humanos, da qual Pablo acabou por se despedir, iniciando-se a seu verdadeiro processo de MUDANÇA.

Voltando, à mudança da SAT, verificou-se a promoção dos colaboradores, uns inclusivamente partiram para ouras empresas. No recrutamento, procura-se além de bons profissionais, “seres humanos preocupados com o mundo que os rodeava”.

A Mudança de Ignacio Lorenzo, encerrou este livro. Fulcral, também, na Mudança geral da consultora. Pelas palavras deste – “(…)  penso que a mudança será permanente”. Após realizar uma viagem proposta por Pablo e Jordi a Madagáscar, Ignacio mudou completamente o seu EU: mais feliz, mais estável, com uma nova visão da vida e do trabalho, muito menos materialista. Extinguiu-se a imagem de líder clássico de Ignacio.

Através desta personagem, conseguimos traçar, claramente a “curva” de Kübler-Ross, entrando em CHOQUE, com a contratação e ação de Pablo dentro da Consultora. De seguida, entra em negação com as mudanças implementadas, ao nível do horário e recusa-se mesmo a participar nos cursos de formação. Cada vez mais frustrado e depressivo descarrega a sua raiva e ira nos restantes colaboradores, inclusivamente descredibiliza as novas políticas de Pablo para a empresa. Depois de bater no fundo, decide seguir o conselho de Jordi e Pablo e viver a experiência de uma viagem a Madagáscar. Regressa, totalmente mudado, começa por pedir perdão pelas suas más atitudes, para com os colaboradores e integra-se e acompanha a mudança pela qual passou a SAT. Aliás, a própria viagem de Ignacio, pode-se inserir nesta curva, passando por estas mesmas fases: a negação (o querer desistir), frustração e depressão (aperceber-se da sua pessoa na solidão), decisão e experiência (autoconhecimento, assimilação da felicidade, bem-estar e paz interior, etc) e integração (carta de pedido de desculpas aos colaboradores, acompanhar a mudança na SAT). 

    


A minha experiência enquanto leitora...


        No meu ponto de vista, a obra está bem conseguida e de fácil leitura e aprendizagem, na medida em que o facto de ser aproximada a uma história torna-se menos cansativa e tem conteúdo, igualmente, pertinente e em grande volume. Dá, claramente, para inspirar um Projeto de Mudança para uma determinada empresa. Dá-nos algumas ferramentas, bastante úteis para os processos de formação e desenvolvimento dos colaboradores numa organização. Ademais, considerei a referência a um país díspar ao Capitalismo um pilar interessante para utilizar/ aplicar na Gestão de Pessoas, no sentido de uma melhor conciliação entre a sabedoria e o conhecimento típico da nossa sociedade com as essências destas comunidades. Por outro lado, o aproveitamento da “história de Pablo Príncipe”, carecia de um desenvolvimento conceptual mais aprofundado, na minha ótica.

    


Referências Bibliográficas...

 

Borja Vilaseca (2020). O Principezinho põe a gravata (3ª edição) Carcavelos: Publicações Self;
Naína Tumelero (2019). Resenha Crítica: vejas as principais características do género. Publicações Mettzer blog;
Patrícia Araújo (2023). Material de Apoio cedido pela docente no âmbito da Unidade Curricular de Gestão da Mudança. ISLA Santarém.
 


Links...



Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2023/02/blog-post.html


Notas pessoais...


                    Email: filipa22maio@gmail.com
                   LinkedIn: (10) Filipa (Urbano) Rodrigues | LinkedIn 
    
    Sou a Filipa Rodrigues, sou licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais, sendo que ,atualmente, frequento o Mestrado em Gestão e Recursos Humanos no ISLA Santarém, uma área que foi despoletando interesse em mim ao longo da minha licenciatura. 






segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Como Ficar Rico Mudando a Forma de Pensar-Book Review do Livro "Segredos da Mente Milionária"- por Maria Frazão

 Autor…

 


Além de escritor, T. Harv Eker é empresário e orador motivacional. Criou uma das mais bem-sucedidas empresas de coaching dos Estados Unidos e do Canadá e é responsável pela organização de seminários e cursos sobre os princípios da mente milionária.

Nasceu em Toronto (Canadá), a 10 de junho de 1954. Já adulto, mudou-se para os Estados Unidos onde abriu uma série de empresas de diversos ramos, não conseguindo alcançar o sucesso com nenhuma delas. A sorte mudou quando decidiu abrir um negócio focado em produtos fitness, tendo conseguido ampliar rapidamente o negócio e ganhar milhões.



Como Surgiu o Livro…


Após inúmeros negócios malsucedidos, Eker começou a refletir sobre o sucesso das pessoas ricas e a forma como elas pensam em relação ao dinheiro e chegou à conclusão de que cada pessoa tem um plano financeiro que dita a sua relação com o dinheiro, sendo que até mesmo quem não tem o plano dos milionários pode conseguir reprogramar a própria mente, melhorando a forma como se relaciona com o dinheiro. Como resultado dessa reflexão, T. Harv Eker escreveu o livro que aqui analisamos. 

 


Livro…



Figura 2 – Fonte: Segredos da Mente Milionária de T. Harv Eker - Livro - WOOK

 

Neste livro, T. Harv Eker pretende ensinar as pessoas a enriquecer mudando os seus conceitos sobre o dinheiro e adotando hábitos de pessoas financeiramente bem-sucedidas. O autor incita-nos a mudar o nosso plano pessoal e a reprogramar a forma como pensamos, sentimos e agimos de forma a alcançarmos a liberdade financeira. Para Eker, ao entender o motivo pelo qual a maioria das nossas crenças se direcionam para a pobreza, é possível começar a substituí-las, levando o nosso cérebro a mudar a forma de pensar.

O livro está dividido em duas partes. Na primeira parte o autor explica como cada um de nós está condicionado a pensar e a agir sobre os temas financeiros e esboça quatro estratégias-chave para nos ajudar a rever o nosso modelo mental de dinheiro. Na segunda parte analisa as diferenças entre o modo de pensar das pessoas ricas e o da grande maioria das pessoas e apresenta 17 atitudes e ações capazes de promover mudanças permanentes na nossa vida financeira, às quais dá o nome de arquivos de riqueza. No final de cada um destes arquivos, o autor indica alguns exercícios práticos para serem realizados, cuja ideia se baseia no princípio de que esquecemos o que lemos, mas entendemos o que fazemos.

Outro exercício que o autor nos sugere é a repetição de crenças positivas, isto é, afirmações positivas que devem ser feitas diariamente em voz alta. Segundo, Eker, estas frases repetidas começam a entrar no subconsciente, enfraquecendo as antigas crenças sobre o dinheiro e dando lugar a novos pensamentos e comportamentos.

De acordo com o autor, o ser humano desenvolve desde a infância um modelo mental para lidar com o dinheiro que está diretamente relacionado com crenças que nos foram incutidas em criança, exemplos que tivemos por parte dos nossos pais e episódios que nos marcaram de alguma forma no passado. Esse modelo mental é o que nos conduz perante ações relacionadas com dinheiro. Eker explica que existem pessoas programadas para acumular fortuna e outras programadas para a pobreza e estas se quiserem enriquecer terão de alterar o seu modelo financeiro, o que nem sempre é fácil, uma vez que são padrões inconscientes criados há muitos anos.

Como já referi, o autor na primeira parte do livro menciona quatro elementos-chave para a mudança: consciencialização, entendimento, dissociação e recondicionamento. A consciencialização está relacionada com a ideia de que não podemos modificar algo cuja existência ignoramos; o entendimento baseia-se no conceito de que ao compreendermos a origem do nosso modo de pensar, seremos capazes de reconhecer que o adquirimos a partir de elementos externos (familiares, professores, media, etc.); a dissociação refere-se à compreensão de que um determinado modo de pensar não é nosso mas sim uma aprendizagem passada, e como tal temos a opção de o manter ou não; por último, o recondicionamento diz respeito ao processo de formatação da nossa mentalidade financeira.

É na segunda parte do livro que o autor nos mostra como substituir uma mentalidade destrutiva, que geralmente nem nos apercebemos que temos, pelos seguintes arquivos de riqueza:

1 – As pessoas ricas criam a sua própria vida

Temos de deixar de nos vitimizar e consciencializarmo-nos de que tudo o que acontece na nossa vida é inteiramente responsabilidade nossa.

2 – As pessoas ricas entram no jogo do dinheiro para ganhar

É crucial ter uma mentalidade vencedora. Entrar no jogo para vencer, arriscar e assim obter um retorno proporcional. Ao contrário das pessoas de mentalidade pobre que tendem a evitar riscos.

3 – As pessoas ricas assumem o compromisso de serem ricas

Ser rico deve ser um objetivo e não apenas um desejo e para isso é essencial traçar metas e cumpri-las, o que exige força interior e disciplina.

4 – As pessoas ricas pensam grande

Além de proporcionar um retorno financeiro maior, definir metas ousadas faz com que seja mais motivante alcançá-las.   

5 – As pessoas ricas focam-se nas oportunidades

Perante uma situação desafiante, devemos focar-nos nas oportunidades e não nos obstáculos.  

6 – As pessoas ricas admiram indivíduos ricos e bem-sucedidos

As pessoas de mentalidade pobre ressentem-se com o sucesso alheio. Por outro lado, as pessoas de mentalidade rica admiram as conquistas das pessoas bem-sucedidas.

7 – As pessoas ricas procuram a companhia de indivíduos otimistas e bem-sucedidos

Costumamos adotar os hábitos e comportamentos das pessoas com quem passamos mais tempo. Por esse motivo, estar rodeado de pessoas positivas e bem-sucedidas é fundamental para que sejamos também bem-sucedidos. Além de que ao adotar as suas estratégias aumentamos a chance de obter os mesmos resultados.

8 – As pessoas ricas gostam de se promover

A autopromoção é um fator fundamental para o sucesso, pois possibilita que os outros saibam do que somos capazes e permite-nos criar oportunidades.

9 – As pessoas ricas são maiores do que os seus problemas

As pessoas com uma mentalidade rica acreditam que são maiores do que os problemas e que podem lidar com eles, conseguindo ultrapassá-los.

10 – As pessoas ricas sabem receber

Quando sabemos receber ficamos abertos a aceitar tudo o que o universo tem para nos oferecer em todas as áreas da nossa vida.

11 – As pessoas ricas preferem ser remuneradas pelos seus resultados

Não devemos aceitar ser remunerados de forma fixa e mensal, pelas horas trabalhadas, mas sim criar uma situação que nos permita ganhar com base nos nossos resultados.

12 – As pessoas ricas pensam: Posso ter as duas coisas

Sempre que nos depararmos com situações em que temos de escolher uma coisa ou outra, devemos perguntar-nos como podemos ter as duas coisas. Colocar essa questão irá permitir que nos livremos de um modelo de escassez e limitações e, em contrapartida, teremos um universo de possibilidades e abundância.

13 – As pessoas ricas focam-se no seu património líquido

Quem procura alcançar a independência financeira tem como objetivo formar um património líquido grande o suficiente que, ao ser investido, permita que a pessoa não precise de trabalhar o resto da vida.

14 – As pessoas ricas administram bem o seu dinheiro

Para sermos ricos precisamos controlar os nossos gastos, ter educação financeira e administrar bem o dinheiro. Antes de administrar uma grande fortuna é preciso adquirir o hábito e a capacidade de administrar pouco dinheiro.

15 – As pessoas ricas põem o dinheiro a trabalhar para elas

Os ricos entendem que é necessário trabalhar arduamente até se tornarem financeiramente livres e isto acontece quando o rendimento passivo excede as despesas.

16 – As pessoas ricas agem apesar do medo

O que distingue as pessoas de mentalidade rica das pessoas de mentalidade pobre, é que as primeiras agem apesar do medo, já as segundas deixam-se paralisar pelo medo, ponderam demais e acabam por nunca agir.

17 – As pessoas ricas aprendem a aprimorar-se constantemente

As pessoas de mentalidade rica estão sempre dispostas a aprender mais no campo da educação financeira e oportunidades de investimentos, ou seja, estão constantemente a trabalhar no seu próprio desenvolvimento.

Eker acredita que se colocarmos em prática estes ensinamentos, o nosso posicionamento perante a vida e, sobretudo, perante o dinheiro irá alterar-se totalmente. Passaremos a fazer novas escolhas, a tomar novas decisões e, consequentemente, obteremos novos resultados. Segundo o autor, ao conseguirmos atingir o auge do nosso potencial, seremos capazes de ajudar os outros e, dessa forma, contribuir para o mundo de uma forma positiva.


Reflexão Integrativa

Este livro ensina-nos a observar o nosso modo de pensar e a desafiar os nossos próprios pensamentos, bem como os nossos hábitos e ações. O autor defende a ideia de que somos nós os principais agentes da mudança nas nossas vidas, tanto a nível pessoal como financeiro, e que somos nós os responsáveis por encontrar estratégias para atingir os nossos objetivos. Apesar do autor se referir sobretudo à área financeira, a verdade é que se começarmos a reconhecer o nosso comportamento desfavorável nesse campo, essa consciência irá transferir-se para todas as áreas da nossa vida, até porque ao longo do livro percebemos que enriquecer é mais do que ficar rico monetariamente, trata-se também da pessoa que nos tornamos para alcançar esse objetivo.

A leitura de Segredos da Mente Milionária permitiu-me retirar vários ensinamentos, assim como criar analogias com a unidade curricular de Gestão da Mudança. A grande maioria das pessoas são resistentes à mudança e, tal como abordado na UC, existem várias razões que as levam a ter esse comportamento. O medo do desconhecido, a dúvida e a preocupação são alguns dos maiores obstáculos para o sucesso. Muitas vezes temos medo de mudar e de arriscar, e por isso não saímos do mesmo lugar, deixamo-nos ficar na nossa zona de conforto. No entanto o conforto aniquila, não nos permite evoluir. Os medos que não enfrentamos limitam-nos, fazem-nos estagnar e olhar para a nossa vida com uma perspetiva muito pouco ambiciosa, por isso é imperativo superá-los e encarar a mudança como algo positivo e produtivo para o nosso crescimento pessoal.

A curva da mudança de Kübler-Ross, também abordada em aula, ajuda-nos a compreender os estágios emocionais que são comuns em situações de mudança e neste livro podemos perceber claramente as fases pelas quais o autor passa no seu processo de mudança:

Negação: Eker não entende porque todos os negócios que inicia fracassam;

Frustração: Por mais que trabalhe nunca consegue ter lucro;

Depressão: Começa a duvidar das suas capacidades, o medo apodera-se dele;

Experimentação: Recebe conselhos de um amigo rico da família;

Decisão: Dedica-se a 100% ao estudo das pessoas ricas e do seu modo de pensar;

Integração: Decide pôr em prática tudo o que aprendeu e compromete-se em ficar rico.

A temática motivação também está bastante presente no livro, sobretudo na ideia de que não devemos desistir, que devemos ir atrás dos nossos objetivos, mesmo quando alguma coisa corre menos bem, ou parece mais difícil de alcançar.


Experiência como Reviewer

É um livro de fácil leitura e compreensão. Pessoalmente, achei o conteúdo bastante didático, principalmente para quem tem ambição financeira, uma vez que o autor nos oferece conselhos que podem ser facilmente aplicados no nosso quotidiano. Não se trata de um livro que nos ensina a fazer investimentos, trata-se sim de um livro focado no lado psicológico do dinheiro. 

 


Sobre Mim…



Email: mariajgfrazao@gmail.com





Chamo-me Maria Frazão, sou licenciada e mestre em História da Arte, no entanto apaixonei-me pela área dos Recursos Humanos na qual trabalho há pouco mais de um ano. Com o objetivo de aprofundar os meus conhecimentos e crescer enquanto profissional, atualmente frequento o 1º ano do mestrado em Gestão de Recursos Humanos no ISLA em Santarém.  



ISLA Santarém (islasantarem.pt)


Caro/a Leitor, para citar esta Book Reviewuse esta referência final:

Frazão, M. (2023). Como ficar rico mudando a forma de pensar – Uma Book Review do Livro Segredos da Mente Milionária de T. Harv EkerBook Review Orientada porPhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Gestão da Mudança” do Mestrado em GRH. Santarém:ISLA - Grupo Lusófona. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2023/02/segredosdamentemilionaria.html

 

Para Saber Mais…

Business Trainings & Secrets of Millionaire Minds | T. Harv Eker

Harv Eker - YouTube

 

Referências Bibliográficas

Araújo, Patrícia (2023). Material de Apoio cedido pela docente no âmbito da Unidade Curricular de Gestão da Mudança. Isla Santarém. 

Eker, T. Harv (2014). Segredos da Mente Milionária (1ª Edição). Lisboa: Marcador Editora

Resumo do Livro Os Segredos da Mente Milionária, PDF (pocketbook4you.com)

T. Harv Eker - Wikipedia

Book Review do Livro "IKIGAI - VIVA BEM ATÉ AOS CEM", por Ana Antunes

  Book Review: “Em busca do meu IKIGAI”      Este libro foi lançado em outubro de 2016, pelas mãos de Héctor García e Francesc Miralles, que...