quarta-feira, 30 de abril de 2025

Entre Sonhos e Inovações - Book Review de “Nos Bastidores da Pixar” por Susana Alegria

 

 



Licenciatura em Gestão de Empresas - Ano Letivo 2024/2025

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Ano - 2º Semestre

Docentes: Patrícia Araújo

 

 

 

Entre Sonhos e Inovações - Book Review de “Nos Bastidores da Pixar” por Susana Alegria

 

                                               Fig. 1 – Capa do Livro “Nos Bastidores da Pixar”

 

 Discente: Susana Alegria – a22301036

 

Autores

Bill Capodagli é um consultor norte-americano com mais de 30 anos de experiência em liderança, cultura organizacional e inovação. Formou-se em Economia e Matemática pela Illinois State University. Antes de cofundar a Capodagli Jackson Consulting em 1993, ocupou cargos de gestão nas consultoras AT Kearney e Ernst & Whinney (atualmente Ernst & Young). Também geriu o Centro de Gestão da Qualidade Total na University of Southern Indiana. ​Lynn Jackson é especialista em comunicação organizacional e cultura empresarial. É cofundadora da Capodagli Jackson Consulting e possui formação pela Indiana University–Purdue University Indianapolis (IUPUI).


Fig. 2 – Bill Capodagli e Lynn Jackson


Porque escolhi este livro?

Escolhi Nos Bastidores da Pixar devido ao meu interesse em entender como uma das empresas mais inovadoras do mundo consegue manter a sua criatividade e sucesso ao longo do tempo. Ed Catmull, presidente da Pixar, partilha as suas experiências e visões sobre como a empresa construiu um ambiente que fomenta a inovação contínua. A leitura foi extremamente envolvente, pois o autor combina histórias inspiradoras com lições práticas que nos fazem refletir sobre a importância da liberdade criativa e da colaboração nas organizações.

 

Sobre o Livro

No início do livro, Catmull reflete sobre como a Pixar resgata a energia da infância, associando a criatividade dos filmes da empresa à imaginação natural das crianças. Ele compara essa abordagem com o programa OMA, que permite que crianças explorem a sua criatividade, como escrever as suas próprias óperas. Da mesma forma, na Pixar, a criatividade é incentivada sem medo de falhas, criando um ambiente onde todos podem experimentar e colaborar. A chave para isso é uma cultura que valoriza a imaginação sem restrições. Este tipo de liberdade é o que possibilita grandes inovações, como a criação do primeiro filme de animação em computador, Toy Story.

Catmull destaca como a Pixar valoriza a tentativa e erro, além de ressaltar que, ao longo da vida, muitos perdem a capacidade de inovar devido à repressão da sua criatividade. O mesmo conta como Walt Disney, ao chegar a Hollywood, foi visto como um "outsider", mas a sua capacidade de inovar levou à criação de personagens icónicos e histórias que revolucionaram a animação. Na Pixar, todos os colaboradores têm a liberdade de experimentar e trazer novas ideias, mantendo viva a chama da inovação.

O livro enfatiza a importância de evitar fórmulas repetitivas e de contratar pessoas com ideias novas, como foi o caso de Os Incríveis. A Pixar não se contentou em seguir fórmulas de sucesso, mas procurou inovar com histórias que emocionassem o público. Ao contratar Brad Bird, a Pixar deu liberdade para que ele criasse um filme que fosse verdadeiramente novo e único. A colaboração entre equipas "nos bastidores" e "em cena" também é um ponto crucial, já que essa troca de ideias alimenta a criatividade de todos.

Catmull reflete sobre a importância de não abandonar os sonhos de infância, especialmente quando o mundo corporativo muitas vezes exige resultados rápidos. Ele partilha a sua própria jornada, que levou 20 anos até à criação de Toy Story, o primeiro filme de animação em computador. A perseverança e a paciência foram essenciais para transformar a Pixar no que é hoje. Isto ensina-nos que o sucesso verdadeiro vem com o tempo, e é importante manter o foco nos objetivos a longo prazo.

A liderança na Pixar é diferente da liderança tradicional, que muitas vezes se baseia no medo. Catmull e a sua equipa preferem um estilo de liderança baseado em confiança mútua e autonomia. Walt Disney, por exemplo, acreditava nas habilidades da sua equipa e incentivava-os a criar de forma colaborativa. Isto criou um ambiente onde os funcionários se sentiram capacitados para inovar e assumir riscos, o que é fundamental para o sucesso da Pixar. A liberdade criativa, quando acompanhada de responsabilidade, é um dos pilares dessa abordagem.

A Pixar adota um ambiente de aprendizagem contínua, comparando-o com crianças a brincar num parque de areia, onde as experiências e tentativas são valiosas. A empresa criou a Pixar University, um espaço onde todos os colaboradores podem aprender e crescer, partilhando experiências e aprimorando as suas habilidades. O exemplo de Toy Story 2, que passou por um processo de reavaliação e ajustes, mostra como a colaboração e a aprendizagem contínua são essenciais para manter o padrão de qualidade e inovação.

Catmull relata um episódio durante a produção de Toy Story em que enfrentaram a pressão de Jeffery Katzenberg, na altura chefe dos estúdios Walt Disney, para modificar a personalidade de Woody, que originalmente deveria ser um líder simpático, mas que Katzenberg queria mais cruel. A equipa da Pixar resistiu a essas pressões externas, garantindo que a visão original fosse preservada. Isto ensina-nos que a colaboração interna e a coragem de manter a visão criativa é essencial para o sucesso de qualquer projeto inovador.

A Pixar adota uma abordagem que celebra o fracasso, vendo-o como uma oportunidade de aprendizagem. Catmull cita exemplos como o do patinador Tony, filho de Bill, que, ao aprender com as suas quedas, tornou-se um patinador profissional. Na Pixar, o fracasso não é temido, mas sim usado como um "trampolim" para alcançar o sucesso. A inovação verdadeira vem da disposição para falhar e aprender, o que cria um ambiente de criatividade sem restrições.

O ambiente de trabalho na Pixar é projetado para estimular a brincadeira e a interação entre os colaboradores. A diversão no trabalho não é vista como perda de tempo, mas como uma maneira de reduzir a tensão, aumentar a moral e melhorar a produtividade. A disposição estratégica das instalações da Pixar, que incentiva a interação espontânea, e a personalização dos espaços de trabalho, são exemplos de como a empresa promove um ambiente descontraído e criativo.

Catmull sugere várias maneiras de estimular a criatividade, incluindo viagens para procurar inspiração e a contratação de pessoas com habilidades diversificadas. Ele cita como John Lasseter procurou inspiração na Route 66 para Carros, o que mostra como a procura por diferentes perspetivas é fundamental para inovar. Além disso, a Pixar valoriza espaços de trabalho que incentivam a troca de ideias e a experimentação.

É destacado como as regras rígidas e a pressão por resultados rápidos podem sufocar a criatividade. Walt Disney, por exemplo, foi reprimido pelos seus professores, mas isso não o impediu de criar coisas mágicas. A Pixar, ao contrário, promove um ambiente onde a autonomia e a liberdade criativa são mais importantes do que resultados imediatos. Bob Iger e John Lasseter, ao enfatizarem a importância da liberdade criativa, ajudaram a manter a Pixar focada na inovação contínua.

Catmull destaca que a verdadeira qualidade é percebida pelas crianças através do que é real e significativo. O sucesso de Toy Story e Toy Story 2 exemplifica como a Pixar prioriza a qualidade em tudo o que faz. A qualidade é vista como o melhor plano de negócios, e as equipas, compostas por artistas e técnicos, colaboram livremente para criar filmes que tocam o público. A colaboração entre equipas é essencial para alcançar o sucesso e manter altos padrões de qualidade.

O último capítulo destaca como a Pixar cria um "playground" de trabalho, onde a criatividade flui livremente. Com planos detalhados, mas flexibilidade para a inovação, a Pixar combina estrutura com liberdade. Os 16 mandamentos da Pixar, como confiar nas ideias dos colaboradores e celebrar os sucessos, são essenciais para libertar o potencial criativo e alcançar a inovação.

 

Reflexões Finais

Ao longo desta leitura, senti-me inspirada pela filosofia da Pixar de confiar nos seus colaboradores e incentivá-los a experimentar e inovar. Como futura gestora, aprendi que é fundamental construir uma cultura organizacional que valorize a criatividade, a liberdade e a colaboração. A Pixar não só promove a criatividade, mas também a celebra como parte central do seu sucesso. Isso fez-me refletir sobre como posso criar ambientes mais criativos e menos estruturados, tanto na minha vida pessoal quanto profissional.

 

Reflexão Integrativa com a UC - Liderança e Motivação

Ao longo do livro Nos Bastidores da Pixar, é possível perceber claramente como a liderança desempenha um papel fundamental no sucesso da Pixar. Ed Catmull e os líderes da empresa demonstram que, para criar um ambiente criativo e inovador, é necessário adotar uma liderança baseada na confiança, colaboração e autonomia, o que se alinha diretamente com os conceitos discutidos na UC de "Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação". Durante as aulas, foi destacado que a liderança não deve ser autoritária ou punitiva, mas sim inspiradora e motivadora, com líderes que incentivam as suas equipas a explorar novas ideias e arriscar-se sem medo do fracasso. A Pixar exemplifica esse estilo de liderança, com Catmull e outros líderes confiando nos seus colaboradores, permitindo que se sintam empoderados para contribuir com ideias inovadoras e colaborar de forma aberta. Esta abordagem não só motiva as equipas, mas também cria um ambiente onde a criatividade é cultivada de forma contínua. O conceito de liderança motivacional abordado na UC, onde a motivação intrínseca é fundamental para a retenção e o sucesso dos colaboradores, está claramente presente na filosofia da Pixar, que prioriza a confiança mútua e a liberdade criativa, elementos cruciais para o sucesso da empresa.

 

Nos Bastidores da Pixar não é apenas sobre animação, mas sobre como princípios de criatividade, liderança e inovação podem ser aplicados a qualquer área da vida. Saio desta leitura com uma visão renovada sobre a importância de uma cultura organizacional positiva e de sucesso, e como a confiança, a colaboração e a liberdade criativa são as chaves para alcançar esses objetivos.

 

Sobre Mim

O meu nome é Susana Alegria, tenho 22 anos, nascida e criada em Portimão, Algarve. Estou no 2º ano de licenciatura em Gestão de Empresas no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. No futuro sonho em ser Gestora de Marketing de Moda.

 

                       Fig. 3 – Susana Alegria

 

 Referências Bibliográficas

Capodagli, B., & Jackson, L. (2010). Nos bastidores da Pixar: Lições do playground corporativo mais criativo do mundo. Saraiva.

Executive Speakers Bureau. (n.d.). Bill Capodagli. https://www.executivespeakers.com/speaker/bill-capodagli

LinkedIn. (n.d.). Lynn Jackson. Retrieved April 13, 2025, from https://www.linkedin.com/in/lynn-jackson-a561025/

 

Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

 

Alegria, S. (2025). Entre Sonhos e Inovações – Book Review de “Nos Bastidores da Pixar” por Susana Alegria. Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2025/04/entre-sonhos-e-inovacoes-book-review-de.html

E-mail: susanaifalegria@gmail.com

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