quinta-feira, 30 de junho de 2022

Tu és o autor da tua vida! - Book Review do Livro “Por um sentido na vida”, por Ana Filipa Luz

Tu és o autor da tua vida! - Book Review do Livro “Por um sentido na vida”, por Ana Filipa Luz

 

 



Figura 1

Fonte: amazon.com

 

 

A Autora AMY PURDY



Figura 2

Fonte: amyprudy.com

 

 

Amy Michelle Purdy é uma actriz, modelo, atleta para-olímpica, oradora motivacional, estilista e escritora norte-americana. Em 1999 Amy Purdy uma meningite bacteriana fez com que perdesse ambas as pernas abaixo dos joelhos. Em 2005 juntamente com o namorado Daniel fundaram a organização sem fins lucrativos AAS (Adaptive Actions Sports) com o objetivo de ajudar a criar oportunidades para indivíduos com incapacidades físicas na prática de desportos de acção como o skating e o snowboard. A AAS foi uma das organizações que mais lutou para que o snowbord fosse um dos desportos a integrar os jogos para-olímpicos.

Amy também participou na competição “Dancing with the Stars” nos Estados Unidos ficando em 2º lugar nesta competição, sendo a primeira figura pública com próteses a participar numa competição de dança.

Juntamente com Oprah Winfrey fez uma tour a nível nacional a promover a sua história de vida com o objetivo de ajudar outros.

 

 

O Livro

“Se minha vida fosse um livro, e eu fosse a autora, como gostaria que fosse minha história?” foi esta a pergunta que Amy Purdy se fez em 1999. Mas o que a levou a esta pergunta?

Com apenas 19 anos Amy mudou-se para uma cidade onde podia praticar o desporto que adorava, o snowboard, e onde trabalhava como massagista. Pela primeira vez na vida sentia-se completamente em controlo da sua vida, sentia-se completamente livre.  No entanto no espaço de segundos tudo isso mudou. Em apenas 24 horas aquilo que Amy julgava ser uma gripe levou- a ao hospital e a um diagnóstico que lhe dava apenas 2% de hipóteses de vida. Amy havia contraído uma meningite bacteriana e no período de 2 meses perdeu o baço, os rins, a audição do ouvido esquerdo e ambas as pernas abaixo dos joelhos. Amy sentia-se simplesmente perdida. Como é que poderia viver a vida que sempre imaginará? Uma vida repleta de histórias e aventuras, uma vida a praticar snowboard como era o seu desejo... foi nesse momento que Amy fez aquela pergunta inicial. Amy tinha 2 hipóteses: deixava-se abater pelo desânimo e sentir pena de si própria pela sua situação atual ou fazia algo para concretizar os seus sonhos e aspirações. Recordo as palavras da mãe de Amy: “...para mim você nunca será deficiente. Você não é um rótulo... e acredito que possa fazer qualquer coisa que resolva fazer.” E ela conseguiu realmente isso.

Amy decidiu não permitir que as suas pernas se tornassem um fardo, um objeto que teria de pôr e tirar todos os dias, mas sim parte integrante dela. Em vez de ressentir as suas próteses, Amy iria “usá-las como um belo par de sapatos” e ao longo do livro podemos ver essas palavras de Amy tornadas realidade.

Amy não conseguiu simplesmente voltar a praticar novamente snowboard, ela tornou-se uma atleta para-olímpica medalhada com bronze e prata. Amy tornou também a sua história uma fonte de inspiração e motivação para outros com as mesmas limitações físicas que ela. Através da sua instituição sem fins lucrativos conseguiu que jovens com limitações físicas devido ao uso de próteses pudessem envolver-se na prática de desportos de acção como o snowbord, motocross adaptado, entre outros. Esta associação conseguiu também que este tipo de desportos adaptados fizessem parte da competição X-Games nos Estados Unidos.

Amy participou também no programa Dança com as Estrelas no Estados Unidos conseguindo o 2º lugar na competição.

Por um sentido na vida, é sem sombra de dúvidas uma história de superação pessoal. Trata-se de uma demonstração clara que apesar de limitações físicas podemos realmente alcançar aquilo a que nos propomos se não colocarmos limitações as nossas motivações e aspirações.

 

Experiência como reviewer

 

Durante a leitura deste livro houve várias expressões da autora que me marcaram, mas uma em especial ficou na minha mente: “em vez de olhar para os desafios ou limitações como algo negativo ou mau temos de começar a olhar para elas como bênçãos, como presentes magníficos que podem ser usados para incendiar a nossa imaginação e ajudar-nos a chegar mais longe do que alguma vez pensamos chegar...” Amy poderia ter usado as suas limitações como desculpa para simplesmente estagnar, mas não o fez. Continuamente procurava fazer mais e melhor. Por isso qual é a nossa desculpa, que não temos qualquer limitação física, para não fazer mais e melhor?

A leitura desta obra fez-me também recordar em particular a oradora Maria Clara Marques e a sua passagem pelo Grupo JerónimoMartins. A preocupação desta empresa em valorizar os seus recursos humanos e a torná-la uma empresa mais inclusiva, sendo a empregabilidade de pessoas com deficiência um dos pilares desta empresa, demostra precisamente o que Amy Purdy mostrou, as limitações não são algo negativo, mas são uma maneira de chegarmos mais longe, alcançarmos mais do que era expectável.

 

Como gestora de recursos humanos este livro fez-me refletir naquilo que pretendo. Será que me vou continuar a contentar com um papel meramente administrativo e ter medo

de ter um papel mais interventivo no sentido de melhorar a minha organização? Todas as organizações têm espaço para melhorar. Como gestores de recursos humanos não nos podemos deixar estagnar, ou contentar simplesmente com um não. Não podemos criar limitações a nós próprios. Cada vez mais é essencial uma boa gestão dos recursos humanos para o sucesso de uma empresa e nós, como gestores de pessoas e muitas vezes das emoções dos nossos recursos, temos uma responsabilidade muito grande nesse sentido.

 

 



Email: afrls1@gmail.com

Sobre mim:

 

Chamo-me Ana Luz, sou de Portimão, tenho 40 anos e sou licenciada em Direito pelo Ismat. Desde 2013 que estou ligada a área de recursos humanos especialmente na área de hotelaria e turismo. Esta é uma área que sempre me cativou especialmente pelo contacto com as pessoas.

Matriculei-me no Mestrado de Gestão de Recursos Humanos pois um gestor de recursos humanos não pode apenas ficar-se pela parte administrativa. A intervenção organizacional é cada vez mais importante e esta foi a minha oportunidade de me aprimorar nesta área.

 

 


 

Sites pertinentes:

https://amypurdy.com/about/

https://www.ismat.pt/

http://adacs.org/history

https://www.ted.com/talks/amy_purdy_living_beyond_limits


Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

 

Luz, A. (2022). Tu és o autor da tua vida! - Book Review do Livro “Por um sentido na vida” Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes.

 

Referências Bibliográficas:

 

Purdy, A. (2014). Por um sentido na vida; tradução Alda Lima. - 1. ed. - Rio de Janeiro, 2015.

Veloso, A. O Impacto da Gestão de Recursos Humanos na Performance Organizacional. (Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, Portugal)

 

Purdy, A.  (2022-06). Amy’s Story. Disponível a partir de https://amypurdy.com

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