terça-feira, 20 de dezembro de 2022

“Só porque funciona não significa que esteja certo”- Uma Book review do Livro "Primeiro Pergunta Porquê" de S.SInek


 


Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Uc: Métodos de Intervenção e Desenvolvimento nas Organizações

1ºsemestre - 3ºano

Ano letivo: 2022/2023

Docente: Prof. Patrícia Araújo

Discente: Adriana Lourenço

  


O livro selecionado divide-se em 6 capítulos e desafia-nos a perguntar o Porquê em diversas situações organizacionais. 
Simon Sinek nasceu em Wimbledon, no Reino Unido a 9 de outubro de 1973 e estudou Direito na Universidade City University de Londres embora tenha deixado a Universidade de Direito para estudar Publicidade.

Começou a sua carreira em agências de publicidade e mais tarde criou o seu próprio negócio “Simon Partners”. Simon escreveu cinco livros “Comece pelo porquê”, “Os líderes comem por último”, “Juntos é melhor”, “Encontre o seu porquê” e o “Jogo infinito”.

 https://en.wikipedia.org/wiki/Simon_Sinek


https://www.fnac.pt/SearchResult/ResultList.aspxSCat=0&Search=primeiro+pergunte+o+porque&sft=1&sa=0.

Nas organizações há os líderes e o que lideram. Os que são líderes têm um posição de poder, mas os que lideram inspiram e têm seguidores fiéis.

O autor fala-nos das suposições que fazemos baseadas em informações incompletas ou falsas em que o nosso comportamento acaba por ser influenciado. Essas decisões que têm falsos pressupostos não são apenas as más, também as boas decisões podem ter falsos pressuposto, pois embora tenha um resultado positivo, esse pode ser a curto prazo e, para contrariar essa situação é necessário questionarmos o Porquê de modo a gerar resultados a longo prazo.

As decisões de curto e longo prazo são influenciadas pela manipulação e pela inspiração. A maioria das empresas tomam decisões em errados e falsos pressupostos e, só existe duas formas de manipular ou inspirar os comportamentos. No entanto, as manipulações levam-nos a ganhos a curtos prazo e “só porque funciona não significa que esteja certo(Sinek, 2009). O perigo das manipulações é que por norma funcionam, e por isso tornam-se estratégias normais nas organizações. Porém, existe uma alternativa: o círculo dourado: o Porquê, o Como e o Quê, sendo isto a capacidade de uns líderes influenciarem e outros não. Os líderes com capacidade de influenciar pensam de dentro para fora do círculo, mas os líderes que não têm esta capacidade focam-se no Quê e Como sem saberem o seu Porquê.

Os fatores externos representam o que as empresas fazem, mas é o Porquê a essência da organização. A maior parte das empresas foca-se no Que fazem e na forma Como o fazem sem considerar o Porquê. As empresas, como a Apple, têm um claro sentido do Porquê e é isso que lhes garante o sucesso a longo prazo e as diferencia.

As empresas normalmente falam sobre o Que fazem, mas é o Porquê de fazerem que nos leva a querer pertencer aquela empresa. Os princípios do círculo dourado estão enraizados na evolução do comportamento humano e, como tal, as empresas que comunicam claramente o Porquê conquistam os corações antes das mentes das pessoas.

O círculo dourado também tem a necessidade de equilíbrio e quando ausente o Porquê, as manipulações prosperam e, consequentemente, gera instabilidade na organização e para os seus clientes, pois não há um sentimento de confiança. A forma Como fazemos as coisas trata-se dos processos e sistemas de uma organização na cultura e compreender o Como ajuda as empresas na contratação das pessoas ideais que prosperaram na organização. Assim, um Porquê não é o alcance de resultados, mas uma crença que justifica a existência da organização e o Como são as ações que levam a concretizar essa crença. O Que é o resultado dessas ações (tudo o que diz e faz) e é no nível Que, que a autenticidade acontece.

Assim, o círculo dourado não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também de estrutura organizacional, um vez que o mesmo é tridimensional transformado num cone e do topo para a base. O topo representa o Porquê e é onde se encontra o líder; no nível intermédio temos o Como que normalmente estão os executivos e, abaixo temos o Quê que é onde está a realidade prática, isto é, onde estão a maior parte dos funcionários. Como o círculo dourado, o cérebro divide-se em três partes: o neocórtex que corresponde ao Que, que é responsável pela parte racional e analítica, o Como e Porque pelo límbico que é responsável pela confiança e lealdade.

O objetivo é vendermos para as pessoas acreditarem em nós e serem-nos fiéis, ou seja, clientes a longo prazo e não que com as constantes inovações do mercado deixem de ser nossos clientes.

Por isso, conquistar a confiança das pessoas demonstrando que partilham os mesmos valores e crenças é o que leva ao Porquê provando-o com o Que faz. As culturas são grupos de pessoas que se juntam em torno de um conjunto de valores e crenças criando uma base de confiança e as empresas de excelência contratam pessoas motivadas para as inspirar. Isto é, as pessoas que trabalham com um claro sentido do Porquê são menos propensas a desistir após uma dificuldade ou fracasso porque acreditam na causa maior, no Porquê. As ditas organizações de excelência assim o são porque as pessoas sentem-se ligadas à cultura da organização e protegidas e, é este forte sentido de cultura que cria um sentimento de pertença que funciona como rede.


A teoria da difusão das inovações representa a população que está dividida em cinco segmentos: os inovadores (2.5%), que são primeiros a aderir e procuram criar produtos ou ideias, a maioria inicial (13.5%), que apreciam as vantagens obtidas por novas ideias e dão valor à inovação, a maioria tardia (34%) e os retardaríeis (16%). Quanto mais à direita da curva menos leais são à organização.

O Porquê é a crença que impulsiona a decisão, o Que faz fornecer nos uma maneira de racionalizar a atratividade do produto. Um exemplo desta teoria, foi quando Martin Luther King preparou uma manifestação com base no que ele acreditava com hora e data exata e, apesar de não haver tecnologias que relembrassem apareceram 250 mil pessoas, porque acreditavam no que ele acreditava, ou seja, ninguém apareceu por causa de Martin Luther King, mas sim pela crença, pela clareza do seu Porquê.

Em suma, o Autor enfatiza a ausência do Porquê nas organizações e das decisões a curto prazo sendo ambas consequentes das empresas não terem sucesso duradouro. O Porquê origina a crença que é o que distingue e torna única a organização e, para isso também é preciso que as organizações tenham líderes que inspirem as pessoas.

A minha experiência …

Este livro ajuda-nos a perceber a importância de um líder saber influenciar os outros e às organizações não se focarem apenas em resultados, mas também na sua razão de existir, ou seja, no seu Porquê.

Penso que é um livro com uma escrita acessível e que todos os líderes desde micro a grandes empresas deveriam ler e pôr em prática o modelo do círculo dourado, pois desta forma passariam a ter que se focar em resultados a longo prazo e, consequentemente, teriam sucessos mais duradouros o que os distinguiria da concorrência, não só influenciando e incentivado os colaboradores a trabalhem para aquela empresa, bem como tornando fieis os clientes.

De forma a ser mais perceptível deixo o link de uma ted talk de Simon Sinek como forma de resumir tudo o que aqui foi escrito https://www.youtube.com/watch?v=u4ZoJKF_VuA.

Sobre mim


O meu nome é Adriana Lourenço e sou finalista da Licenciatura de Recursos Humanos. Após várias cadeiras universitárias as estratégias organizacionais sempre me interessaram, pois acho que é uma parte fulcral para o sucesso organizacional e profissional, uma vez, que puxa pelo nosso lado criativo e as organizações precisam de apostar em estratégias inovadoras como seguir o modelo do Círculo Dourado.

 

Caro/a leitor/a, para citar esta Book Review use esta referência: Lourenço. A (2022). Primeiro Pergunte Porquê. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional”. ISMAT- Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://www.blogger.com/blog/posts/3268341675809187225

 

Referências

Sinek, S. (2009). Primeiro Pergunte Porquê. Alfragide : Lua de Papel.

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