sexta-feira, 22 de novembro de 2024

“Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson” - Book Review de Joana Mina

“Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson” - Book Review de Joana Mina

Sobre o autor:

Mark Manson é um autor, blogger e empreendedor norte-americano que nasceu em Austin, Texas nos EUA, no dia 9 de março de 1984(40 anos). Transformou a indústria da autoajuda ao trazer uma abordagem mais realista e crua, ao desconstruir mitos sobre a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Manson é formado em Finanças pela Universidade de Boston, começou a sua carreira como consultor e rapidamente desenvolveu um blog popular, onde explorava os temas relacionados com a psicologia, a filosofia e o crescimento pessoal, o autor utiliza uma linguagem direta e com uma abordagem baseada em "aceitação radical" dos aspetos desafiadores da vida, tornando-o uma voz distinta entre autores de autoajuda. É considerado um autor bestseller do “The New York Times” e publica regularmente artigos com a BBC, CNN, Business Insider, Time, entre outros. 


Resumo e Estrutura do Livro:

A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da, Mark Manson aborda como podemos escolher com mais clareza o que realmente nos importa, e explica como devemos de aceitar as limitações da vida, ao sermos mais seletivos com as nossas preocupações.

O livro é organizado por 9 capítulos que desconstroem as ideias tradicionais da felicidade e do sucesso, ao mostrar uma perspetiva que valoriza a autenticidade e a responsabilidade.


Capítulo 1: “Não Tentes”

    Mark Manson inicia o livro com um conceito que pode contradizer muitas ideias tradicionais de autoajuda, ou seja, a vida não é sobre tentar ser extraordinário ou estar sempre à procura do sucesso, este utiliza a história do escritor Charles Bukowski para ilustrar esta mensagem. Bukowski era um homem que vivia à margem da sociedade, com uma história de fracassos e de hábitos autodestrutivos. No entanto, ao abraçar a sua verdadeira natureza e ao escrever sobre a realidade cruel da sua vida, tornou-se um dos escritores mais influentes do seu tempo. Manson propõe que a obsessão de sermos sempre “os melhores” ou “os mais bem-sucedidos” é uma fonte de frustração e de insatisfação. Além disso, encoraja-nos a aceitar quem somos, com todas as nossas imperfeições, o que desafia a ideia de que devemos ser extraordinários para sermos felizes, propondo que encontrar significado em ações simples e no momento presente pode ser mais libertador, ou seja, neste capítulo é transmitido que a felicidade deriva de termos de aceitar quem somos do que tentar ser aquilo que não somos.

Capítulo 2: “Felicidade é um Problema”

    Manson desconstrói a ideia de que a felicidade é um estado permanente ou algo que pode ser “alcançado”. Para ele, a felicidade não é a ausência de problemas, mas sim a forma como escolhemos enfrentá-los, este conceito pode parecer contraintuitivo, mas faz sentido, quando pensamos como é que nos sentimos realizados após conseguirmos superar desafios difíceis. O autor reforça que é impossível viver sem problemas, o que podemos fazer é escolher os problemas que nos levem a algum tipo de crescimento ou de aprendizagem.

Capítulo 3: “Não És Especial”

    Mark, ataca a mentalidade contemporânea de cada pessoa como sendo única e especial, indicando que a crença cria expectativas irrealistas e gera frustração. Para o autor o que nos torna valiosos não é aquilo que somos por nascimento, mas o que escolhemos fazer e todo o esforço que colocamos nas nossas ações. Manson descreve como a obsessão de sermos “especiais” e de querermos ser reconhecidos constantemente pode levar a uma vida superficial, onde o foco está na aceitação externa, em vez do crescimento interno. Ele encoraja-nos a aceitar a nossa mediocridade como ponto de partida, relembrando de que a grandeza vem do esforço e do compromisso com o que nos importa.

Capítulo 4: “O Valor do Sofrimento”

    Neste capítulo, o autor argumenta que os nossos valores são aqueles que definem a qualidade da nossa vida. Assim, diferencia os valores saudáveis, por exemplo, a honestidade, a compaixão e a resiliência, dos valores tóxicos, como a procura pela aceitação ou de ser “famoso”. Segundo Mark, através dos nossos valores conseguimos ver como determinamos os problemas que enfrentamos e de como escolhemos enfrentá-los.

    O autor refere que precisamos de alinhar os nossos valores com a realidade, onde os valores saudáveis são aqueles que dependem de nós e não de fatores externos, por exemplo, em vez de procurarmos sempre em agradar aos outros (um valor dependente), deveríamos focar-nos em sermos honestos com nós próprios, algo que está sob o nosso controlo.

Capítulo 5: “És Sempre Responsável”

    O blogger, introduz um dos conceitos mais impactantes do livro, a responsabilidade radical, embora que, não sejamos culpados por tudo o que acontece na nossa vida, somos sempre responsáveis pela forma como reagimos a essas situações. A distinção entre a culpa e a responsabilidade é importante, pois, por exemplo, a culpa pode não ser nossa de termos perdido o emprego, mas somos nós os responsáveis em decidir o que fazer a seguir.

    O autor descreve como devemos de assumir a responsabilidade pelas nossas reações, o que transforma a forma de como enfrentamos os desafios. Por mais que nos colocaremos no papel de vítimas, acabamos por ganhar mais controlo sobre as nossas escolhas e emoções.

Capítulo 6: “Estás Errado Sobre Tudo (Mas Eu Também)”

    Manson explora a noção de todos nós que estamos frequentemente errados sobre muitas coisas na vida, o que coloca à prova a nossa necessidade de estarmos certos o tempo todo e apresenta a vida como um processo contínuo de aprendizagem e correção. A isto, dá o nome de humildade intelectual, que segundo o autor, é uma ferramenta poderosa para o crescimento.

    No entanto, ele utiliza exemplos práticos para mostrar como estar aberto à possibilidade de estar errado pode melhorar as nossas relações, as tomadas de decisão e do desenvolvimento pessoal explicam que a certeza é uma armadilha, pois impede-nos de explorar novas ideias e de mudar as perspetivas. Assim, saber reconhecer que podemos estar errados é, contraditoriamente, uma força e não uma fraqueza.

Capítulo 7: “O Fracasso é o Caminho para a Frente”

    Neste capítulo é apresentado o “princípio do fazer” como uma visão revolucionária para o progresso, Mark indica que, em vez de esperarmos pela motivação para agir, devemos simplesmente começar por iniciativa própria. Já a ação, por mais que seja pequena, gera motivação e energia, o que se cria um ciclo positivo de progresso.

    Por sua vez, o autor também desmistifica o fracasso, referindo que é uma parte essencial do sucesso de todos nós. Este partilha exemplos de como os maiores avanços pessoais e profissionais, por muitas vezes surgem após múltiplos fracassos. Nesta parte, é um convite de abandonarmos o medo do erro e abraçá-lo como uma ferramenta de aprendizagem.

Capítulo 8: “A Importância de Dizer Não”

    O foco principal deste capítulo é aprender a dizer “não” é o foco deste capítulo, e o autor Mark Manson apresenta que esta é uma característica essencial para proteger os nossos valores e prioridades. É ilustrado que, ao tentarmos agradar a todos ou aceitar tudo, acabamos por negligenciar aquilo que realmente importa.

    Manson estuda o impacto de estabelecermos limites saudáveis, tanto no contexto pessoal como profissional, além disso, ressalta que dizer “não”, não é apenas um ato de autopreservação, mas também uma forma de honrar as relações que realmente valorizamos. Ao definirmos limites claros, conseguimos priorizar as coisas certas e  de mantermos um equilíbrio emocional.

Capítulo 9: “…E Depois Morrerás”

    No capítulo final, Manson leva-nos a encarar uma das verdades mais universais de que todos iremos morrer, em vez de evitar este tema, como muitas vezes fazemos, o autor encoraja-nos a aceitar a nossa mortalidade como forma de dar significado à vida. Ou seja, refere que, ao reconhecermos a nossa finitude, conseguimos focar-nos melhor no presente e dar mais valor ao tempo que temos. Contudo, o empreendedor norte-americano, reflete como o medo da morte pode ser transformado numa fonte de motivação poderosa. Assim, desafia-nos a usar a consciência da mortalidade para viver de forma mais intencional, escolhendo com cuidado como gastamos o nosso tempo e com quem o partilhamos.

    Ao ler A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da, de Mark Manson, fui particularmente marcada por quatro capítulos que considero que para mim, sejam os mais impactantes, que são “A Felicidade é um Problema” (capítulo 2), “Não És Especial” (capítulo 3), “És Sempre Responsável” (capítulo 5) e” O Fracasso é o Caminho para a Frente” (capítulo 7). Estes capítulos trouxeram-me a reflexões profundas e a ensinamentos práticos que irei tentar aplicar tanto na minha vida pessoal quanto no meu desenvolvimento profissional.


Análise Crítica

    Como foi mencionado anterior mente, Mark Manson desafia os conceitos tradicionais de autoajuda e oferece uma perspetiva mais prática, que para muitos, é libertadora sobre de como encarar a vida, em vez de incentivar uma procura constante pela felicidade e pelo sucesso. O blogger propõe que reconheçamos as falhas e limitações como parte natural do desenvolvimento humano, ainda que, esta visão pode ser especialmente relevante para gestores, uma vez que a aceitação das falhas e de problemas pode criar um ambiente de trabalho mais resiliente e menos preocupado em evitar conflitos.

    Apesar do estilo direto e uma linguagem vulgar podem ser um choque para alguns leitores, esta abordagem também torna o livro acessível e genuíno. No entanto, para aqueles que preferem uma abordagem mais suave, o estilo de Manson pode ser uma desvantagem, ainda assim, é difícil ignorar o impacto transformador que este livro tem para muitos leitores que procuram uma mudança autêntica nas suas vidas.


Relação com a Unidade Curricular e a leitura do livro:

    Este livro está profundamente ligado aos temas discutidos na disciplina de Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional (MIDO). Um dos pontos é a ideia de escolher valores significativos, que é algo fundamental tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para o sucesso organizacional, tal como Manson propõe que os valores sólidos ajudem a enfrentar os problemas de forma significativa. Nesta UC é destacado que o alinhamento dos valores da organização com os seus objetivos é importante para sustentar a mudança.  Por fim, uma reflexão sobre abandonar o que não traz valor, reflete com a ideia de que, para implementar novas práticas, é necessário deixar para trás hábitos e estruturas obsoletas.

 

Experiência Pessoal como Reviewer:

    Escolhi este livro devido à sua abordagem diferenciada à autoajuda, que se alinha com a minha vontade de entender a vida de uma forma mais realista e prática. A leitura foi envolvente e trouxe várias reflexões sobre como lidar com os problemas pessoais e profissionais. Ao ler este livro, fui levada a questionar as minhas próprias prioridades e a pensar mais sobre o que realmente merece o meu investimento emocional. Como futura gestora de recursos humanos, estas lições são valiosas, pois ajudam-me a focar no essencial e a manter um ponto de vista mais equilibrado. A experiência de escrever esta book review, também foi enriquecedora, pois permitiu-me articular e integrar as ideias do livro com temas relevantes para o desenvolvimento organizacional.


Sobre mim:

Chamo-me Joana Mina, tenho 20 anos e sou de Albufeira. Neste momento, estou no meu último ano da licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), Portimão.

Nos meus tempos livres, gosto de passear, de conhecer sítios novos, mas mais precisamente, de ver o mar, pois é onde me transmite tranquilidade.





Caro/a Leitor, para Citar esta book Review, use esta referência final:

Mina, J. (Data). “Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson”. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2024/11/book-review-mark-manson-byjoana-viversemmedodeerrar.html 


Ligações Relevantes e Fontes Externas

 

Referências Bibliográficas

Manson, M. (2016). “A ARTE SUBTIL DE SABER DIZER QUE SE F*DA: Uma abordagem contraintuitiva para viver uma vida melhor”. Saída de Emergência.

Manson, M. (2018). The Subtle Art of Not Giving a F*ck: A Counterintuitive Approach to Living a Good Life. Harper.

Manson, M. (2022). Subtle Art of Not Giving a F*ck Journal. HarperCollins Publishers Limited.

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