terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Book Review- Sucesso sem mudança?- By Débora Pinheiro

 

Biografia 

Spencer Johnson (1938-2017), autor do livro “Quem Mexeu no meu Queijo”, foi um médico e escritor norte-americano, reconhecido pelas suas contribuições na área do desenvolvimento pessoal. Nascido em Dakota do Sul, formou-se em Psicologia pela Universidade do Sul da Califórnia e em Medicina pelo Royal College of Surgeons, na Irlanda. Antes de se dedicar à escrita, trabalhou como consultor médico em instituições prestigiadas como a Harvard Business School e a Mayo Clinic.

A sua formação médica e o interesse pelo comportamento humano influenciaram a sua abordagem à escrita, focando-se em temas como liderança e adaptação à mudança. Ao longo da sua carreira, tornou-se um palestrante procurado, sendo amplamente respeitado pela sua capacidade de traduzir conceitos complexos em mensagens simples e práticas. O seu legado permanece relevante, especialmente no campo da gestão e desenvolvimento pessoal.


Resumo do livro 







Quem Mexeu no Meu Queijo?, de Spencer Johnson, é uma fábula alegórica que examina as diversas reações humanas face à mudança e a importância da adaptação em contextos de incerteza. A narrativa acompanha dois ratos, Sniff e Scurry, e dois seres humanos em miniatura, Hem e Haw, que habitam num labirinto à procura de queijo, o qual simboliza os objetivos, a felicidade ou o sucesso. Inicialmente, todos encontram uma vasta fonte de queijo. Contudo, quando esta desaparece, os protagonistas reagem de forma distinta: os ratos adaptam-se rapidamente e partem à procura de novos recursos, enquanto os humanos revelam maior resistência emocional e intelectual. Hem recusa-se a sair, esperando que o queijo regresse, enquanto Haw, após hesitar, decide enfrentar os seus receios e explorar o labirinto.

Haw, ao longo da sua jornada, reflete sobre as consequências do apego ao passado e a necessidade de agir para superar adversidades. Nas paredes do labirinto, escreve ensinamentos que sintetizam as lições aprendidas, como "quanto mais cedo deixares o queijo velho, mais depressa encontrarás o novo". Posteriormente, , Haw descobre uma nova fonte de queijo, onde reencontra os ratos, que já tinham ajustado o seu comportamento às novas circunstâncias. Tal contraste evidencia a importância de uma mentalidade aberta e resiliente, bem como os riscos associados à estagnação e ao medo de mudança, exemplificados pela decisão de Hem de permanecer imóvel, recusando-se a agir.

A obra destaca, através de uma narrativa simples mas profunda, que a flexibilidade, a capacidade de antecipar mudanças e a coragem para explorar novas possibilidades são essenciais para alcançar novos sucessos. Assim, o livro funciona como uma poderosa metáfora para o desenvolvimento pessoal e organizacional, incentivando o leitor a superar resistências e a abraçar transformações com uma atitude otimista e proativa.



Lições retiradas 


Ao longo desta fábula, é possível retirar diversas lições importantes para aplicarmos no nosso dia-a-dia, sobre como lidar com a mudança e prosperar em situações de incerteza. Uma das mensagens fundamentais é a inevitabilidade da mudança e a necessidade de a aceitar. Transformações são uma constante na vida, e resistir a elas, como exemplificado por Hem, que permanece estagnado à espera do regresso do queijo, resulta em perda de tempo e oportunidades. Em contrapartida, Haw demonstra que aceitar a mudança, mesmo com medo, é o primeiro passo para progredir. A aceitação é um ato de libertação, permitindo abrir espaço para novas possibilidades.

Outra lição importante é a importância de antecipar mudanças. Sniff e Scurry, os ratos, simbolizam a simplicidade e a capacidade de estar atentos aos sinais de alteração no ambiente, o que lhes permite agir prontamente e procurar alternativas. Esta antecipação contrasta com a atitude de Hem e Haw, que inicialmente ignoram os indícios de que a fonte de queijo está a diminuir. 

A capacidade de adaptação surge também como uma competência essencial para superar desafios. Haw aprende, ao longo da sua jornada, que persistir em estratégias obsoletas é contraproducente. Ao abandonar o local do desaparecimento do queijo e explorar o labirinto, Haw simboliza a coragem de ajustar comportamentos e atitudes em função da nova realidade. Este princípio aplica-se tanto à vida pessoal como à profissional, sublinhando que o sucesso está frequentemente associado à flexibilidade e à disposição para experimentar caminhos alternativos.

A obra também destaca que o medo, embora natural, pode ser superado e usado como um catalisador para o crescimento. Haw reflete sobre a forma como o receio do desconhecido inicialmente o paralisara, mas, ao dar pequenos passos e confiar no processo, foi capaz de os ultrapassar. Esta lição incentiva os leitores a enfrentarem as suas inseguranças, confiando que o progresso é mais poderoso do que a inação. Superar o medo é um ato de transformação pessoal, que permite abraçar mudanças com uma atitude mais confiante e otimista.

Por fim, o livro ensina que abandonar o passado é crucial para abrir espaço para o futuro. O apego ao “queijo velho”, como mostrado por Hem, impede o progresso e perpetua o sofrimento. Em contrapartida, Haw percebe que a felicidade e o sucesso reside na procura pelo novo e que deixar para trás o que já não serve é libertador. Aqui, destaca-se a importância de nos focarmos no presente e de olhar em frente, reconhecendo a mudança como uma oportunidade de evolução e crescimento. 



Opinião como leitor


O livro Quem Mexeu no Meu Queijo? teve um impacto surpreendentemente significativo na minha vida, muito maior do que inicialmente esperava. A simplicidade e clareza com que aborda o tema da mudança fez-me refletir profundamente sobre as minhas próprias atitudes perante situações desafiadoras. Após descobrir toda a história por detrás do queijo, percebi que as lições ali apresentadas têm uma aplicação prática e imediata. Desde então, tenho tentado não só aplicá-las no meu quotidiano, mas também partilhá-las com amigos e familiares, acreditando que podem trazer benefícios semelhantes às suas vidas.

Embora a história seja curta, o que considero um ponto positivo para a acessibilidade e impacto rápido, reparei que a narrativa, por vezes, recorre a uma repetição excessiva de conceitos que já foram compreendidos. Isso pode tornar a leitura menos envolvente em certos momentos. Além disso, achei a conclusão do livro um pouco forçada, especialmente na parte em que os amigos de Haw, ao ouvirem a história, dizem de forma quase caricatural que vão mudar as suas vidas por completo. Este desfecho soa pouco natural e pode diminuir a autenticidade do impacto que a mensagem pretende transmitir. No entanto, a apreciação geral é positiva e, a partir de agora, sempre que me vir confrontada com dilemas entre a segurança do curto prazo e as oportunidades do longo prazo, irei priorizar o que me trará maior crescimento, mesmo que isso implique sair da minha zona de conforto. 



Interligação com a UC 


É possível estabelecer um paralelo entre o processo de "luto", desenvolvido por Elisabeth Kübler-Ross, e as reações das personagens em Quem Mexeu no Meu Queijo?. No início da história, tanto Hem como Haw mostram sinais de negação. Hem, em particular, recusa-se a aceitar que o queijo desapareceu e acredita que ele retornará, esperando que tudo volte ao estado anterior sem precisar de esforço da sua parte. Por outro lado, a raiva manifesta-se na frustração e no ressentimento que ambos sentem, especialmente Hem, que se recusa a aceitar a situação e se sente injustiçado pela perda do seu conforto. A raiva surge frequentemente como uma reação à percepção de que algo foi tirado sem aviso e que não há controlo sobre o que está a acontecer.

À medida que a narrativa avança, a personagem de Haw começa a passar por uma fase de negociação, tentando racionalizar os seus medos e ponderar as opções disponíveis, tentando encontrar uma solução que minimize a dor da perda. A fase de depressão é visível nos momentos de hesitação e medo de Haw, que, apesar de compreender a necessidade de mudança, ainda sente insegurança em dar o próximo passo. Hem, por sua vez, entra numa espécie de estagnação emocional, incapaz de sair da sua zona de conforto e continuar a sua procura.. 

Finalmente, a aceitação ocorre quando Haw decide aceitar a mudança como uma oportunidade de crescimento, reconhecendo que o queijo não voltará e que a única solução é procurar novas alternativas. A comparação entre ambos os processos revela como a resistência inicial à mudança, por mais dolorosa que seja, pode dar lugar ao crescimento pessoal e à descoberta de novas oportunidades.


Sobre mim

            O meu nome é Débora Pinheiro, tenho 23 anos, nasci e cresci em Faro. Sou estudante de Gestão de Recursos Humanos no ISMAT, localizado em Portimão. 

Email: deborapinhas123@gmail.com



ISMAT:

https://www.ismat.pt/


Vídeo Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=DpG7r9nIyPs&t=636s


Livro Fnac: 

https://www.fnac.pt/Quem-Mexeu-no-Meu-Queijo-Spencer-Johnson/a175656


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