quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Book Review do livro “O Gestor-Minuto” – por Mariana Santos

 


 


Book Review do livro “O Gestor-Minuto” – por Mariana Santos

Enquadramento Teórico sobre os autores

Ken Blanchard

Kenneth Hartley Blanchard, mais conhecido como Ken Blanchard, é uma figura proeminente no mundo da gestão, liderança e desenvolvimento organizacional. Nascido a 6 de maio de 1939 nos Estados Unidos, Blanchard construiu uma carreira de renome enquanto autor, consultor de negócios e conferencista, sendo amplamente reconhecido pelo seu trabalho na área da liderança situacional e pela criação de teorias aplicáveis tanto a grandes corporações como a pequenos grupos de trabalho.

Blanchard é doutorado em Educação e Liderança pela Universidade de Cornell, uma das mais prestigiadas universidades norte-americanas, e ao longo da sua vida académica e profissional, tem focado grande parte dos seus esforços em tornar a liderança eficaz acessível e aplicável a gestores e líderes de todos os níveis. Ele cofundou, em 1979, a Ken Blanchard Companies, uma consultora global de formação em liderança que visa ajudar organizações a aumentar a sua eficiência e a desenvolver uma cultura organizacional positiva. A empresa é especialmente conhecida por popularizar o modelo de Liderança Situacional, que adapta o estilo de liderança à maturidade dos subordinados e à situação específica.

Blanchard é um autor prolífico, tendo escrito ou coescrito mais de 60 livros, muitos dos quais são best-sellers. Além de "O Gestor-Minuto", que é sem dúvida a sua obra mais famosa, também é conhecido por títulos como "Liderança e o Gestor-Minuto", "O Segredo" e "Quem Me Roubou o Tempo?". A sua abordagem prática, otimista e orientada para resultados tornou os seus livros populares entre gestores de todas as áreas. Blanchard continua ativo, palestrando em eventos e prestando consultoria a empresas de renome internacional.

Figura 1- Ken Blanchard







  Figura 2- Spencer Johnson


Spencer Johnson                                                            

Spencer Johnson, nascido em Mitchell, Dakota do Sul, em 24 de novembro de 1938, e falecido a 3 de julho de 2017, foi um médico e escritor norte-americano com uma formação invulgar para alguém que se tornaria tão influente na área da gestão e do desenvolvimento pessoal. Johnson graduou-se em Psicologia pela Universidade da Califórnia do Sul e completou o seu doutoramento em Medicina no Royal College of Surgeons, na Irlanda. No entanto, foi através da escrita que ele alcançou maior reconhecimento, nomeadamente pelas suas competências em simplificar conceitos complexos e apresentá-los ao público de forma acessível e envolvente.

Embora Spencer Johnson seja coautor de "O Gestor-Minuto", a sua fama internacional foi consolidada com outro livro que se tornou um fenómeno editorial: "Quem Mexeu no Meu Queijo?". Publicado em 1998, esta parábola sobre mudança, adaptabilidade e superação do medo tornou-se um dos livros de autoajuda mais vendidos de todos os tempos. A sua capacidade de transformar ideias profundas em histórias curtas e impactantes cativou milhões de leitores pelo mundo.

A carreira de Johnson focou-se principalmente em escrever fábulas empresariais e livros sobre desenvolvimento pessoal, onde utilizava histórias simples para transmitir lições poderosas sobre liderança, mudança e comportamento humano. Entre as suas outras obras mais conhecidas estão "O Apresentador-Minuto" e "O Pico da Montanha é Onde Está!". O estilo de escrita de Johnson, altamente acessível e metafórico, atraiu tanto líderes empresariais quanto o público em geral, oferecendo soluções práticas para problemas quotidianos.

Ao longo da sua carreira, Johnson foi também consultor e colaborador de diversas grandes empresas e instituições, ajudando a moldar a forma como muitas organizações abordam a gestão da mudança. A sua contribuição ao campo da liderança e do desenvolvimento pessoal permanece relevante até hoje, com os seus livros a serem utilizados tanto em contextos corporativos quanto em programas de coaching pessoal.

Ambos os autores, com percursos distintos, mas complementares, contribuíram significativamente para a popularização de conceitos de liderança e gestão prática, que continuam a influenciar líderes e organizações em todo o mundo. Ken Blanchard, com a sua base académica em liderança, e Spencer Johnson, com a sua formação médica e a sua abordagem narrativa, uniram forças em "O Gestor-Minuto", criando uma obra seminal no campo da gestão organizacional.


Livro “O Gestor-Minuto” - O método de gestão de maior sucesso no mundo.

Figura 3- Capa do Livro “O Gestor-Minuto”

"O Gestor-Minuto", de Ken Blanchard e Spencer Johnson, é uma obra paradigmática no campo da liderança e gestão, que rapidamente se tornou um best-seller mundial, destacando-se pela sua clareza e acessibilidade. Publicado em 1982, este livro apresenta uma abordagem inovadora e prática sobre a forma como os líderes podem alcançar resultados eficazes, motivando e orientando as suas equipas de maneira eficiente, através de interações curtas e significativas. A narrativa desenrola-se numa fábula empresarial envolvente, onde um jovem profissional, á procura do gestor ideal, encontra o "Gestor-Minuto", que lhe transmite três segredos fundamentais para uma gestão bem-sucedida.

O primeiro destes segredos são os Objetivos-Minuto, que consistem na definição de metas claras e concisas, que podem ser revistas em menos de um minuto. Este princípio garante que os colaboradores compreendam as suas responsabilidades de forma inequívoca, permitindo, simultaneamente, que gestores e subordinados possam ajustar-se rapidamente às circunstâncias. Ao promover uma comunicação clara e objetiva, esta técnica visa otimizar o tempo e o esforço despendido na supervisão de tarefas.

O segundo segredo reside nos Elogios-Minuto, que preconizam o reconhecimento imediato de comportamentos positivos e realizações dos colaboradores. O gestor é incentivado a elogiar os seus subordinados logo que observe algo digno de mérito, reforçando assim o comportamento desejado e aumentando a motivação. Este princípio assenta na premissa de que o feedback positivo, quando sincero e expedito, contribui para um ambiente organizacional mais produtivo e harmonioso.

Por fim, o terceiro segredo é a prática das Repreensões-Minuto, que se aplicam quando um colaborador comete um erro ou exibe um comportamento inadequado. O gestor deve corrigir imediatamente, de forma objetiva e concisa, o comportamento, focando-se no erro em si, e não na pessoa. Esta repreensão, embora breve, é seguida por uma reafirmação da confiança do gestor nas capacidades do colaborador, assegurando que este se sinta motivado para melhorar, sem ressentimentos.

A obra destaca-se pela sua simplicidade e clareza, o que a torna acessível a leitores de diferentes níveis de experiência. A linguagem é direta, e o formato de fábula facilita a apreensão das ideias, oferecendo um conteúdo prático e imediatamente aplicável. Este pragmatismo é um dos seus principais pontos fortes, uma vez que os leitores são capazes de implementar os princípios sugeridos de forma rápida e eficaz. A ideia subjacente de que pequenas intervenções frequentes podem gerar grandes resultados revela-se profundamente relevante, não apenas no ambiente de trabalho, mas em diversos aspetos da vida.

Porém, a simplicidade que confere ao livro uma das suas grandes qualidades também pode ser vista como uma limitação. Alguns críticos apontam que a obra, embora clara, carece de profundidade em determinadas questões mais complexas da gestão. Para gestores que lidam com contextos organizacionais mais desafiantes ou que enfrentam problemas estruturais, os métodos apresentados podem parecer excessivamente simplistas ou idealistas. A necessidade de adaptar os princípios às particularidades de cada empresa é uma crítica frequente, sobretudo em organizações com culturas ou dinâmicas mais intrincadas.

Apesar dessas limitações, "O Gestor-Minuto" teve um impacto indiscutível na literatura de liderança e gestão. O seu enfoque na valorização das pessoas e na eficiência dos resultados, através de interações rápidas e feedback imediato, contribuiu para uma mudança significativa na forma como muitos gestores passaram a lidar com as suas equipas. O livro é, ainda hoje, amplamente utilizado como referência para aqueles que pretendem melhorar a sua eficácia na liderança, sem recorrer a metodologias demasiado complexas ou morosas.

Não obstante, "O Gestor-Minuto" é uma leitura essencial para gestores e líderes que procuram uma abordagem prática e funcional. A sua proposta de que uma gestão eficaz pode ser alcançada através de ações simples, mas perspicazes, permanece atual e aplicável. Os seus três princípios — objetivos claros, elogios rápidos e correções imediatas — oferecem uma estrutura de liderança que pode ser facilmente adotada em diversos contextos. Quando implementadas com inteligência, essas lições ajudam a construir um ambiente de trabalho mais produtivo, motivador e voltado para o crescimento contínuo.


Interligação com a Unidade Curricular

O livro O Gestor Minuto está diretamente ligado à disciplina de Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional (MIDO), pois ambos abordam estratégias práticas e teóricas para a gestão eficaz de pessoas, a promoção de mudanças organizacionais e o desenvolvimento contínuo das empresas. O livro destaca a importância de práticas simples e impactantes, como a definição clara de objetivos, o feedback positivo e o redirecionamento, elementos que são essenciais para melhorar o desempenho individual e coletivo. Estes conceitos refletem-se nos temas explorados na disciplina, que defende o papel da liderança empática e eficaz como um motor essencial para a transformação e crescimento organizacional.

Além disso, o Gestor Minuto oferece ferramentas práticas que ajudam a compreender e a gerir a resistência à mudança, uma questão central no MIDO. Na disciplina, é estudada a curva de mudança de Kubler-Ross, que descreve as fases emocionais que indivíduos e organizações enfrentam em processos de transformação. De forma semelhante, o livro mostra como os gestores podem apoiar os colaboradores a superarem essas resistências através de reconhecimento e orientação, promovendo a aceitação de novas práticas ou realidades.

Outra ligação importante é o foco no trabalho em equipa e na identificação de papéis dentro das organizações. Enquanto o Gestor Minuto defende a valorização das forças individuais para alcançar objetivos comuns, o MIDO utiliza ferramentas como os Papéis de Belbin para formar equipas eficazes, destacando como o alinhamento de talentos e funções pode maximizar o desempenho organizacional. Ambos também sublinham a importância de estabelecer objetivos claros e mensuráveis, como os objetivos SMART, que conectam o desempenho individual às metas estratégicas da organização.

Assim, o Gestor Minuto e o MIDO complementam-se ao explorar, na prática e na teoria, como a gestão de pessoas e o desenvolvimento organizacional são pilares fundamentais para alcançar mudanças bem-sucedidas e resultados sustentáveis. O livro traduz conceitos estudados na disciplina em ações concretas, tornando-se um exemplo prático da aplicação desses princípios no contexto organizacional.


Experiência como Leitora

Ao ler "O Gestor-Minuto", a experiência é, acima de tudo, uma incursão pela simplicidade desarmante das grandes verdades organizacionais. A narrativa, fluida e envolvente, transmite princípios de liderança de uma clareza quase lapidar, oferecendo ao leitor uma visão pragmática, porém profundamente humana, da arte de gerir. A elegância com que Blanchard e Johnson tecem as suas fábulas administrativas torna o livro não apenas um manual de gestão, mas um convite à reflexão sobre a eficácia dos pequenos gestos e da comunicação precisa. Cada página parece desdobrar-se como uma lição prática, repleta de sabedoria e aplicabilidade, demonstrando que a verdadeira liderança reside na simplicidade intencional, no feedback oportuno e no reconhecimento autêntico. Uma obra breve, mas substancial, que se lê com a leveza de uma fábula, mas que ecoa com a profundidade de um tratado sobre a condição humana nas organizações.


Enquadramento Biográfico Autora do Book Review

O meu nome é Mariana Santos, tenho 20 anos e sou natural de Portimão.

Atualmente estou no 3.º ano de Gestão de Recursos Humanos no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, estou a usufruir do estatuto de trabalhador-estudante, pois neste momento estou a trabalhar na Parfois, em Portimão, estar a conciliar os estudos com o trabalho está a ser uma tarefa bastante desafiante, mas irei conseguir concluir com sucesso.


Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

Santos, M. (2024) – Uma Book Review ao Livro O Gestor-Minuto. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional”. ISMAT -Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes.  (https://www.ismat.pt/) 

Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com

Mariana Santos - marianafmdos@gmail.com

 

“Desvendar o Invisível – uma perspetiva da economia do dia a dia” – BookReview de Maria Branco

 “Desvendar o Invisível – uma perspetiva da economia do dia a dia” – BookReview de Maria Branco

Autores:

Steven David Levitt é um economista norte americano e professor de Economia da Universidade de Chicago, nasceu a 29 de maio de 1967, em Boston, formou-se na Universidade de Harvard em Economia e é doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, conhecido pelo seu livro em parceria com Stephen J. Dubner, onde usa a teoria econômica para explicar de forma inusitada fenômenos da vida cotidiana. Foi também premiado com a Medalha John Bates Clark em 2003.

Stephen J. Dubner é um jornalista norte americano, autor de quatro livros e inúmeros artigos, nasceu a 26 de agosto de 1963, em Nova Iorque, formou-se na Escola de Artes da Universidade de Columbia, é mais conhecido por ser o coautor do livro Freakeconomics.

 


O Livro:

O Livro “Freakonomics”, analisa teorias e métodos económicos que ajudam a decifrar o que é feito no nosso dia a dia e apresenta também perguntas “normais”, como por exemplo, o impacto que o nome escolhido tem no destino das pessoas, a conexão entre a queda nos índices de criminalidade e a legalização do aborto, tudo isto é abordado utilizando dados e factos reais.

Este livro começa com uma análise dos anos 90, onde a criminalidade violenta aumentou nos Estados Unidos, e os especialistas previram que continuaria a aumentar fenomenalmente, mas ao contrário do esperado diminui, mostrando que a verdadeira razão teria sido a legalização do aborto há 20 anos.

Capítulo 1:

Neste capítulo, Levitt define incentivos como uma chave, com o poder de mudar uma situação, para ele os incentivos são a pedra angular da vida moderna, sendo assim fundamentais para compreender os comportamentos e eventos humanos.

Ele identifica três tipos de incentivos:

·       Moral;

·       Social;

·       Económico.

 Muitas vezes, esses tipos sobrepõem-se ou substituem-se, como no exemplo das campanhas antitabagismo, que combinam incentivos econômicos (impostos elevados), sociais (proibição de fumar em lugares públicos) e morais (associação do fumo com financiamento de atividades ilícitas).

Levitt enfatiza: 'A moralidade, pode-se argumentar, representa a forma como as pessoas gostariam que o mundo trabalhasse; a economia representa como ele realmente funciona.'

O autor questiona a 'sabedoria convencional', frequentemente aceita sem questionamento, como exemplificado pela crença de que beber oito copos de água por dia é essencial para a saúde, apesar da falta de comprovação científica. Levitt desafia os leitores a investigar as verdadeiras causas por trás dos eventos dramáticos.

Um exemplo polêmico apresentado é a relação entre a queda nas taxas de criminalidade nos EUA e a legalização do aborto duas décadas antes, sugerindo que mudanças distantes podem ter impactos sutis, mas profundos.

Um exemplo intrigante apresentado é o de uma creche que tentou reduzir atrasos através de uma multa. Contudo, os atrasos aumentaram, pois os pais passaram a encarar a multa como um custo econômico, e não como uma obrigação social ou moral.

Capitulo 3:

No capitulo 3 de 'Freakonomics', Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner analisam a economia do crime, com foco nos incentivos enfrentados pelas gangues de rua americanas envolvidas com a cocaína e crack. O capitulo explora como os poucos membros no topo das gangues lucravam significativamente, enquanto a maioria permanecia no negócio com a esperança de ascender na hierarquia, apesar das condições adversas.

Os autores questionam a sabedoria convencional, que muitas vezes idealiza o passado como uma época de menos criminalidade. No entanto, as estatísticas mostram que a criminalidade hoje é consideravelmente menor do que nos séculos XVIII, XIX e mesmo no início do século XX. Eles atribuem essa redução a incentivos morais, sociais e econômicos mais eficazes presentes atualmente.

Um exemplo de causa distante com impacto dramático é a invenção da cocaína crack nos anos 1970, que contribuiu para o aumento das taxas de criminalidade e mortalidade em comunidades negras nos EUA. A combinação de um método de produção barato e uma demanda crescente fez do crack uma droga amplamente acessível e destrutiva.

A cocaína crack surgiu como uma alternativa barata à cocaína tradicional, tornando-se rapidamente popular nas ruas americanas. Misturada com bicarbonato de sódio e água, a substância proporcionava uma alta intensa, mas de curta duração, incentivando os usuários a consumi-la repetidamente. Isso resultou em uma explosão na demanda e na lucratividade para as gangues de rua.

A chegada do crack coincidiu com um excesso de cocaína na Colômbia, que foi aproveitado por Oscar Danilo Blandon, um traficante nicaraguense. Blandon fornecia grandes quantidades de cocaína para gangues negras de rua, que transformavam a substância em crack e a distribuíam em comunidades vulneráveis.

Até a chegada da cocaína crack, a comunidade negra nos EUA vinha realizando grandes avanços em direitos civis, saúde, educação e poder econômico. Contudo, o crack causou um retrocesso significativo nesses progressos. A mortalidade infantil e as taxas de criminalidade dispararam em bairros negros, marcando um período de grande destruição social.

Levitt destaca que, numa escala maior, o crack contribuiu para a maior onda de criminalidade já vista nos EUA, que começou a declinar apenas nos anos 1990, devido a fatores inesperados como a legalização do aborto.

Capitulo 5:

No capítulo 5 de 'Freakonomics', Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner exploram como a parentalidade tornou-se um campo intensamente estudado e como as percepções erradas de risco influenciam as decisões parentais. Os autores destacam que especialistas em paternidade frequentemente utilizam o medo para vender ideias e produtos, muitas vezes sem base científica sólida.

Os seres humanos são, em geral, ruins em avaliar riscos reais. Tendem a temer perigos imediatos, como o terrorismo, mesmo que problemas distantes, como doenças cardíacas, sejam muito mais letais. Esse fenômeno influencia decisões individuais e políticas públicas, favorecendo reações desproporcionais a riscos menores.

Os autores dão exemplos como o caso da 'doença da vaca louca' em Nova Jersey, que levou muitos a parar de comer carne, e a comparação entre mortes em acidentes de carro e acidentes aéreos. Embora o carro seja estatisticamente mais perigoso, o avião é mais temido por parecer uma ameaça mais imediata.

Quando os pais tentam proteger seus filhos, frequentemente compram produtos que prometem segurança, mas nem sempre são eficazes. Por exemplo, o benefício real de cadeiras infantis em carros é que elas mantêm as crianças no banco traseiro, onde estão mais seguras, e não o design da cadeira em si. Os autores também mostram como o medo pode ser desproporcional ao risco real.

Armas vs. Piscinas: Um Exemplo Revelador:

Os dados apresentados no capítulo revelam que as piscinas representam um risco significativamente maior para crianças do que armas de fogo. Para cada 11.000 piscinas residenciais nos EUA, uma criança se afoga anualmente, resultando em cerca de 550 mortes. Por outro lado, para cada 1 milhão de armas, há uma morte infantil, resultando em 175 mortes anuais. Apesar disso, os pais tendem a temer mais uma arma do que uma piscina.

Esse contraste destaca como a percepção de risco é frequentemente moldada pelo medo e pela indignação, e não pela probabilidade real de perigo. Como os autores apontam: 'Se ambos possuem uma arma e uma piscina em seu quintal, a piscina tem cerca de 100 vezes mais probabilidade de matar uma criança do que a arma.'

Análise Crítica:

Este livro utiliza a economia como principal instrumento para se conseguir perceber, algumas das preferências sociais que não estão diretamente ligadas à economia.

O facto de o livro analisar temas sensíveis, pode trazer várias questões sociais e relações quantitativas, sem existir a devida preocupação com impactos qualitativos e éticos

Relação com o Conteúdo:

O livro enquadra-se melhor em conteúdos como o desenvolvimento organizacional, comportamento organizacional e recompensas e remunerações

A forma como Freakonomics utiliza dados para questionar a sabedoria convencional é uma prática fundamental no Desenvolvimento Organizacional. Diagnósticos precisos, baseados em evidências e não em suposições, são essenciais para disciplinas bem-sucedidas.

O livro explora como diferentes tipos de incentivos (econômicos, sociais e morais) influenciam o comportamento humano, muitas vezes de maneiras inesperadas. Esse conhecimento é crucial na GRH para criar políticas de retribuições, bônus e recompensas que alinhem os objetivos dos funcionários com os da organização.

Sobre mim:

Sou a Maria Branco, tenho 20 anos, sou de Armação de Pera.

Frequento a licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, no ISMAT, em Portimão, a qual me encontro no último ano.

 

 

Caro/a Leitor, para Citar esta BookReview, use esta referência final:

Branco, M. (05/12/2024). “Desvendar o Invisível – uma perspetiva da economia do dia a dia”. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em:

 

Ligações Relevantes e Fontes Externas:

·       https://pricetheory.uchicago.edu/levitt/

·       https://www.wnyc.org/people/stephen-dubner/

·       https://www.ismat.pt/

·       https://www.wook.pt/livro/freakonomics-o-estranho-mundo-da-economia-stephen-j-dubner/175169?srsltid=AfmBOoqxqXvsHXZoNHJtsqz0FLsR7xB1THx6QTcft-IXdDegP8jmPXis

·       https://www.youtube.com/watch?v=5UGC2nLnaes

 

Referências Bibliográficas

D. Levitt, S., & J. Dubner, S. (2005). Freakonomics - O estranho mundo da economia. Editorial Presença.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

“Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson” - Book Review de Joana Mina

“Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson” - Book Review de Joana Mina

Sobre o autor:

Mark Manson é um autor, blogger e empreendedor norte-americano que nasceu em Austin, Texas nos EUA, no dia 9 de março de 1984(40 anos). Transformou a indústria da autoajuda ao trazer uma abordagem mais realista e crua, ao desconstruir mitos sobre a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Manson é formado em Finanças pela Universidade de Boston, começou a sua carreira como consultor e rapidamente desenvolveu um blog popular, onde explorava os temas relacionados com a psicologia, a filosofia e o crescimento pessoal, o autor utiliza uma linguagem direta e com uma abordagem baseada em "aceitação radical" dos aspetos desafiadores da vida, tornando-o uma voz distinta entre autores de autoajuda. É considerado um autor bestseller do “The New York Times” e publica regularmente artigos com a BBC, CNN, Business Insider, Time, entre outros. 


Resumo e Estrutura do Livro:

A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da, Mark Manson aborda como podemos escolher com mais clareza o que realmente nos importa, e explica como devemos de aceitar as limitações da vida, ao sermos mais seletivos com as nossas preocupações.

O livro é organizado por 9 capítulos que desconstroem as ideias tradicionais da felicidade e do sucesso, ao mostrar uma perspetiva que valoriza a autenticidade e a responsabilidade.


Capítulo 1: “Não Tentes”

    Mark Manson inicia o livro com um conceito que pode contradizer muitas ideias tradicionais de autoajuda, ou seja, a vida não é sobre tentar ser extraordinário ou estar sempre à procura do sucesso, este utiliza a história do escritor Charles Bukowski para ilustrar esta mensagem. Bukowski era um homem que vivia à margem da sociedade, com uma história de fracassos e de hábitos autodestrutivos. No entanto, ao abraçar a sua verdadeira natureza e ao escrever sobre a realidade cruel da sua vida, tornou-se um dos escritores mais influentes do seu tempo. Manson propõe que a obsessão de sermos sempre “os melhores” ou “os mais bem-sucedidos” é uma fonte de frustração e de insatisfação. Além disso, encoraja-nos a aceitar quem somos, com todas as nossas imperfeições, o que desafia a ideia de que devemos ser extraordinários para sermos felizes, propondo que encontrar significado em ações simples e no momento presente pode ser mais libertador, ou seja, neste capítulo é transmitido que a felicidade deriva de termos de aceitar quem somos do que tentar ser aquilo que não somos.

Capítulo 2: “Felicidade é um Problema”

    Manson desconstrói a ideia de que a felicidade é um estado permanente ou algo que pode ser “alcançado”. Para ele, a felicidade não é a ausência de problemas, mas sim a forma como escolhemos enfrentá-los, este conceito pode parecer contraintuitivo, mas faz sentido, quando pensamos como é que nos sentimos realizados após conseguirmos superar desafios difíceis. O autor reforça que é impossível viver sem problemas, o que podemos fazer é escolher os problemas que nos levem a algum tipo de crescimento ou de aprendizagem.

Capítulo 3: “Não És Especial”

    Mark, ataca a mentalidade contemporânea de cada pessoa como sendo única e especial, indicando que a crença cria expectativas irrealistas e gera frustração. Para o autor o que nos torna valiosos não é aquilo que somos por nascimento, mas o que escolhemos fazer e todo o esforço que colocamos nas nossas ações. Manson descreve como a obsessão de sermos “especiais” e de querermos ser reconhecidos constantemente pode levar a uma vida superficial, onde o foco está na aceitação externa, em vez do crescimento interno. Ele encoraja-nos a aceitar a nossa mediocridade como ponto de partida, relembrando de que a grandeza vem do esforço e do compromisso com o que nos importa.

Capítulo 4: “O Valor do Sofrimento”

    Neste capítulo, o autor argumenta que os nossos valores são aqueles que definem a qualidade da nossa vida. Assim, diferencia os valores saudáveis, por exemplo, a honestidade, a compaixão e a resiliência, dos valores tóxicos, como a procura pela aceitação ou de ser “famoso”. Segundo Mark, através dos nossos valores conseguimos ver como determinamos os problemas que enfrentamos e de como escolhemos enfrentá-los.

    O autor refere que precisamos de alinhar os nossos valores com a realidade, onde os valores saudáveis são aqueles que dependem de nós e não de fatores externos, por exemplo, em vez de procurarmos sempre em agradar aos outros (um valor dependente), deveríamos focar-nos em sermos honestos com nós próprios, algo que está sob o nosso controlo.

Capítulo 5: “És Sempre Responsável”

    O blogger, introduz um dos conceitos mais impactantes do livro, a responsabilidade radical, embora que, não sejamos culpados por tudo o que acontece na nossa vida, somos sempre responsáveis pela forma como reagimos a essas situações. A distinção entre a culpa e a responsabilidade é importante, pois, por exemplo, a culpa pode não ser nossa de termos perdido o emprego, mas somos nós os responsáveis em decidir o que fazer a seguir.

    O autor descreve como devemos de assumir a responsabilidade pelas nossas reações, o que transforma a forma de como enfrentamos os desafios. Por mais que nos colocaremos no papel de vítimas, acabamos por ganhar mais controlo sobre as nossas escolhas e emoções.

Capítulo 6: “Estás Errado Sobre Tudo (Mas Eu Também)”

    Manson explora a noção de todos nós que estamos frequentemente errados sobre muitas coisas na vida, o que coloca à prova a nossa necessidade de estarmos certos o tempo todo e apresenta a vida como um processo contínuo de aprendizagem e correção. A isto, dá o nome de humildade intelectual, que segundo o autor, é uma ferramenta poderosa para o crescimento.

    No entanto, ele utiliza exemplos práticos para mostrar como estar aberto à possibilidade de estar errado pode melhorar as nossas relações, as tomadas de decisão e do desenvolvimento pessoal explicam que a certeza é uma armadilha, pois impede-nos de explorar novas ideias e de mudar as perspetivas. Assim, saber reconhecer que podemos estar errados é, contraditoriamente, uma força e não uma fraqueza.

Capítulo 7: “O Fracasso é o Caminho para a Frente”

    Neste capítulo é apresentado o “princípio do fazer” como uma visão revolucionária para o progresso, Mark indica que, em vez de esperarmos pela motivação para agir, devemos simplesmente começar por iniciativa própria. Já a ação, por mais que seja pequena, gera motivação e energia, o que se cria um ciclo positivo de progresso.

    Por sua vez, o autor também desmistifica o fracasso, referindo que é uma parte essencial do sucesso de todos nós. Este partilha exemplos de como os maiores avanços pessoais e profissionais, por muitas vezes surgem após múltiplos fracassos. Nesta parte, é um convite de abandonarmos o medo do erro e abraçá-lo como uma ferramenta de aprendizagem.

Capítulo 8: “A Importância de Dizer Não”

    O foco principal deste capítulo é aprender a dizer “não” é o foco deste capítulo, e o autor Mark Manson apresenta que esta é uma característica essencial para proteger os nossos valores e prioridades. É ilustrado que, ao tentarmos agradar a todos ou aceitar tudo, acabamos por negligenciar aquilo que realmente importa.

    Manson estuda o impacto de estabelecermos limites saudáveis, tanto no contexto pessoal como profissional, além disso, ressalta que dizer “não”, não é apenas um ato de autopreservação, mas também uma forma de honrar as relações que realmente valorizamos. Ao definirmos limites claros, conseguimos priorizar as coisas certas e  de mantermos um equilíbrio emocional.

Capítulo 9: “…E Depois Morrerás”

    No capítulo final, Manson leva-nos a encarar uma das verdades mais universais de que todos iremos morrer, em vez de evitar este tema, como muitas vezes fazemos, o autor encoraja-nos a aceitar a nossa mortalidade como forma de dar significado à vida. Ou seja, refere que, ao reconhecermos a nossa finitude, conseguimos focar-nos melhor no presente e dar mais valor ao tempo que temos. Contudo, o empreendedor norte-americano, reflete como o medo da morte pode ser transformado numa fonte de motivação poderosa. Assim, desafia-nos a usar a consciência da mortalidade para viver de forma mais intencional, escolhendo com cuidado como gastamos o nosso tempo e com quem o partilhamos.

    Ao ler A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da, de Mark Manson, fui particularmente marcada por quatro capítulos que considero que para mim, sejam os mais impactantes, que são “A Felicidade é um Problema” (capítulo 2), “Não És Especial” (capítulo 3), “És Sempre Responsável” (capítulo 5) e” O Fracasso é o Caminho para a Frente” (capítulo 7). Estes capítulos trouxeram-me a reflexões profundas e a ensinamentos práticos que irei tentar aplicar tanto na minha vida pessoal quanto no meu desenvolvimento profissional.


Análise Crítica

    Como foi mencionado anterior mente, Mark Manson desafia os conceitos tradicionais de autoajuda e oferece uma perspetiva mais prática, que para muitos, é libertadora sobre de como encarar a vida, em vez de incentivar uma procura constante pela felicidade e pelo sucesso. O blogger propõe que reconheçamos as falhas e limitações como parte natural do desenvolvimento humano, ainda que, esta visão pode ser especialmente relevante para gestores, uma vez que a aceitação das falhas e de problemas pode criar um ambiente de trabalho mais resiliente e menos preocupado em evitar conflitos.

    Apesar do estilo direto e uma linguagem vulgar podem ser um choque para alguns leitores, esta abordagem também torna o livro acessível e genuíno. No entanto, para aqueles que preferem uma abordagem mais suave, o estilo de Manson pode ser uma desvantagem, ainda assim, é difícil ignorar o impacto transformador que este livro tem para muitos leitores que procuram uma mudança autêntica nas suas vidas.


Relação com a Unidade Curricular e a leitura do livro:

    Este livro está profundamente ligado aos temas discutidos na disciplina de Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional (MIDO). Um dos pontos é a ideia de escolher valores significativos, que é algo fundamental tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para o sucesso organizacional, tal como Manson propõe que os valores sólidos ajudem a enfrentar os problemas de forma significativa. Nesta UC é destacado que o alinhamento dos valores da organização com os seus objetivos é importante para sustentar a mudança.  Por fim, uma reflexão sobre abandonar o que não traz valor, reflete com a ideia de que, para implementar novas práticas, é necessário deixar para trás hábitos e estruturas obsoletas.

 

Experiência Pessoal como Reviewer:

    Escolhi este livro devido à sua abordagem diferenciada à autoajuda, que se alinha com a minha vontade de entender a vida de uma forma mais realista e prática. A leitura foi envolvente e trouxe várias reflexões sobre como lidar com os problemas pessoais e profissionais. Ao ler este livro, fui levada a questionar as minhas próprias prioridades e a pensar mais sobre o que realmente merece o meu investimento emocional. Como futura gestora de recursos humanos, estas lições são valiosas, pois ajudam-me a focar no essencial e a manter um ponto de vista mais equilibrado. A experiência de escrever esta book review, também foi enriquecedora, pois permitiu-me articular e integrar as ideias do livro com temas relevantes para o desenvolvimento organizacional.


Sobre mim:

Chamo-me Joana Mina, tenho 20 anos e sou de Albufeira. Neste momento, estou no meu último ano da licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), Portimão.

Nos meus tempos livres, gosto de passear, de conhecer sítios novos, mas mais precisamente, de ver o mar, pois é onde me transmite tranquilidade.





Caro/a Leitor, para Citar esta book Review, use esta referência final:

Mina, J. (Data). “Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson”. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2024/11/book-review-mark-manson-byjoana-viversemmedodeerrar.html 


Ligações Relevantes e Fontes Externas

 

Referências Bibliográficas

Manson, M. (2016). “A ARTE SUBTIL DE SABER DIZER QUE SE F*DA: Uma abordagem contraintuitiva para viver uma vida melhor”. Saída de Emergência.

Manson, M. (2018). The Subtle Art of Not Giving a F*ck: A Counterintuitive Approach to Living a Good Life. Harper.

Manson, M. (2022). Subtle Art of Not Giving a F*ck Journal. HarperCollins Publishers Limited.

    Gestão de Empresas, 2ºano – Ano letivo: 2024/2025 UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Semestre Docentes: Dout...