“Viver
Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson” - Book Review de Joana Mina
Sobre o autor:
Mark Manson é um autor, blogger e empreendedor norte-americano que nasceu em Austin, Texas nos EUA, no dia 9 de março de 1984(40 anos). Transformou a indústria da autoajuda ao trazer uma abordagem mais realista e crua, ao desconstruir mitos sobre a felicidade e o desenvolvimento pessoal. Manson é formado em Finanças pela Universidade de Boston, começou a sua carreira como consultor e rapidamente desenvolveu um blog popular, onde explorava os temas relacionados com a psicologia, a filosofia e o crescimento pessoal, o autor utiliza uma linguagem direta e com uma abordagem baseada em "aceitação radical" dos aspetos desafiadores da vida, tornando-o uma voz distinta entre autores de autoajuda. É considerado um autor bestseller do “The New York Times” e publica regularmente artigos com a BBC, CNN, Business Insider, Time, entre outros.Resumo e Estrutura do
Livro:
O livro é organizado por
9 capítulos que desconstroem as ideias tradicionais da felicidade e do sucesso,
ao mostrar uma perspetiva que valoriza a autenticidade e a responsabilidade.
Capítulo 1: “Não Tentes”
Mark Manson inicia o
livro com um conceito que pode contradizer muitas ideias tradicionais de
autoajuda, ou seja, a vida não é sobre tentar ser extraordinário ou estar
sempre à procura do sucesso, este utiliza a história do escritor Charles
Bukowski para ilustrar esta mensagem. Bukowski era um homem que vivia à margem
da sociedade, com uma história de fracassos e de hábitos autodestrutivos. No
entanto, ao abraçar a sua verdadeira natureza e ao escrever sobre a realidade
cruel da sua vida, tornou-se um dos escritores mais influentes do seu tempo.
Manson propõe que a obsessão de sermos sempre “os melhores” ou “os mais
bem-sucedidos” é uma fonte de frustração e de insatisfação. Além disso,
encoraja-nos a aceitar quem somos, com todas as nossas imperfeições, o que
desafia a ideia de que devemos ser extraordinários para sermos felizes,
propondo que encontrar significado em ações simples e no momento presente pode
ser mais libertador, ou seja, neste capítulo é transmitido que a
felicidade deriva de termos de aceitar quem somos do que tentar ser aquilo que
não somos.
Capítulo 2: “Felicidade é
um Problema”
Manson desconstrói a
ideia de que a felicidade é um estado permanente ou algo que pode ser
“alcançado”. Para ele, a felicidade não é a ausência de problemas, mas sim a
forma como escolhemos enfrentá-los, este conceito pode parecer contraintuitivo,
mas faz sentido, quando pensamos como é que nos sentimos realizados após
conseguirmos superar desafios difíceis. O autor reforça que é impossível viver
sem problemas, o que podemos fazer é escolher os problemas que nos levem a
algum tipo de crescimento ou de aprendizagem.
Capítulo 3: “Não És
Especial”
Mark, ataca a mentalidade
contemporânea de cada pessoa como sendo única e especial,
indicando que a crença cria expectativas irrealistas e gera
frustração. Para o autor o que nos torna valiosos não é aquilo que somos por
nascimento, mas o que escolhemos fazer e todo o esforço que colocamos nas
nossas ações. Manson descreve como a obsessão de sermos “especiais” e de
querermos ser reconhecidos constantemente pode levar a uma vida superficial,
onde o foco está na aceitação externa, em vez do crescimento interno. Ele
encoraja-nos a aceitar a nossa mediocridade como ponto de partida, relembrando
de que a grandeza vem do esforço e do compromisso com o que nos importa.
Capítulo 4: “O Valor do
Sofrimento”
Neste capítulo, o autor
argumenta que os nossos valores são aqueles que definem a qualidade da nossa
vida. Assim, diferencia os valores saudáveis, por exemplo, a honestidade, a
compaixão e a resiliência, dos valores tóxicos, como a procura pela aceitação
ou de ser “famoso”. Segundo Mark, através dos nossos valores conseguimos ver
como determinamos os problemas que enfrentamos e de como escolhemos
enfrentá-los.
O autor refere que
precisamos de alinhar os nossos valores com a realidade, onde os valores
saudáveis são aqueles que dependem de nós e não de fatores externos, por
exemplo, em vez de procurarmos sempre em agradar aos outros (um valor
dependente), deveríamos focar-nos em sermos honestos com nós próprios, algo que
está sob o nosso controlo.
Capítulo 5: “És Sempre
Responsável”
O blogger, introduz um
dos conceitos mais impactantes do livro, a responsabilidade radical, embora
que, não sejamos culpados por tudo o que acontece na nossa vida, somos sempre
responsáveis pela forma como reagimos a essas situações. A distinção entre a
culpa e a responsabilidade é importante, pois, por exemplo, a culpa pode não
ser nossa de termos perdido o emprego, mas somos nós os responsáveis em decidir
o que fazer a seguir.
O autor descreve como
devemos de assumir a responsabilidade pelas nossas reações, o que transforma a
forma de como enfrentamos os desafios. Por mais que nos colocaremos no papel de
vítimas, acabamos por ganhar mais controlo sobre as nossas escolhas e emoções.
Capítulo 6: “Estás Errado
Sobre Tudo (Mas Eu Também)”
Manson explora a noção de
todos nós que estamos frequentemente errados sobre muitas coisas na vida, o que
coloca à prova a nossa necessidade de estarmos certos o tempo todo e apresenta
a vida como um processo contínuo de aprendizagem e correção. A isto, dá o nome
de humildade intelectual, que segundo o autor, é uma ferramenta poderosa para o
crescimento.
No entanto, ele utiliza exemplos práticos para mostrar como estar aberto à possibilidade de estar errado pode melhorar as nossas relações, as tomadas de decisão e do desenvolvimento pessoal explicam que a certeza é uma armadilha, pois impede-nos de explorar novas ideias e de mudar as perspetivas. Assim, saber reconhecer que podemos estar errados é, contraditoriamente, uma força e não uma fraqueza.
Capítulo 7: “O Fracasso é
o Caminho para a Frente”
Neste capítulo é
apresentado o “princípio do fazer” como uma visão revolucionária para o
progresso, Mark indica que, em vez de esperarmos pela motivação para agir,
devemos simplesmente começar por iniciativa própria. Já a ação, por mais que
seja pequena, gera motivação e energia, o que se cria um ciclo positivo de
progresso.
Por sua vez, o autor
também desmistifica o fracasso, referindo que é uma parte essencial do sucesso
de todos nós. Este partilha exemplos de como os maiores avanços pessoais e
profissionais, por muitas vezes surgem após múltiplos fracassos. Nesta parte, é
um convite de abandonarmos o medo do erro e abraçá-lo como uma ferramenta de
aprendizagem.
Capítulo 8: “A
Importância de Dizer Não”
O foco principal deste
capítulo é aprender a dizer “não” é o foco deste capítulo, e o autor Mark
Manson apresenta que esta é uma característica essencial para proteger os
nossos valores e prioridades. É ilustrado que, ao tentarmos agradar a todos ou
aceitar tudo, acabamos por negligenciar aquilo que realmente importa.
Manson estuda o impacto
de estabelecermos limites saudáveis, tanto no contexto pessoal como
profissional, além disso, ressalta que dizer “não”, não é apenas um ato de
autopreservação, mas também uma forma de honrar as relações que realmente
valorizamos. Ao definirmos limites claros, conseguimos priorizar as coisas
certas e de mantermos um equilíbrio
emocional.
Capítulo 9: “…E Depois
Morrerás”
No capítulo final, Manson
leva-nos a encarar uma das verdades mais universais de que todos iremos morrer,
em vez de evitar este tema, como muitas vezes fazemos, o autor encoraja-nos a
aceitar a nossa mortalidade como forma de dar significado à vida. Ou seja,
refere que, ao reconhecermos a nossa finitude, conseguimos focar-nos melhor no
presente e dar mais valor ao tempo que temos. Contudo, o empreendedor
norte-americano, reflete como o medo da morte pode ser transformado numa fonte
de motivação poderosa. Assim, desafia-nos a usar a consciência da mortalidade
para viver de forma mais intencional, escolhendo com cuidado como gastamos o
nosso tempo e com quem o partilhamos.
Ao ler A Arte Subtil de
Saber Dizer que se F*da, de Mark Manson, fui particularmente marcada por quatro
capítulos que considero que para mim, sejam os mais impactantes, que são “A
Felicidade é um Problema” (capítulo 2), “Não És Especial” (capítulo 3), “És
Sempre Responsável” (capítulo 5) e” O Fracasso é o Caminho para a Frente”
(capítulo 7). Estes capítulos trouxeram-me a reflexões profundas e a
ensinamentos práticos que irei tentar aplicar tanto na minha vida pessoal
quanto no meu desenvolvimento profissional.
Análise Crítica
Como foi mencionado
anterior mente, Mark Manson desafia os conceitos tradicionais de autoajuda e
oferece uma perspetiva mais prática, que para muitos, é libertadora sobre de
como encarar a vida, em vez de incentivar uma procura constante pela felicidade
e pelo sucesso. O blogger propõe que reconheçamos as falhas e limitações como
parte natural do desenvolvimento humano, ainda que, esta visão pode ser
especialmente relevante para gestores, uma vez que a aceitação das falhas e de
problemas pode criar um ambiente de trabalho mais resiliente e menos preocupado
em evitar conflitos.
Apesar do estilo direto e
uma linguagem vulgar podem ser um choque para alguns leitores, esta abordagem
também torna o livro acessível e genuíno. No entanto, para aqueles que preferem
uma abordagem mais suave, o estilo de Manson pode ser uma desvantagem, ainda
assim, é difícil ignorar o impacto transformador que este livro tem para muitos
leitores que procuram uma mudança autêntica nas suas vidas.
Relação com a Unidade
Curricular e a leitura do livro:
Este livro está
profundamente ligado aos temas discutidos na disciplina de Métodos de
Intervenção e Desenvolvimento Organizacional (MIDO). Um dos pontos é a ideia de
escolher valores significativos, que é algo fundamental tanto para o
desenvolvimento pessoal quanto para o sucesso organizacional, tal como Manson
propõe que os valores sólidos ajudem a enfrentar os problemas de forma
significativa. Nesta UC é destacado que o alinhamento dos valores da
organização com os seus objetivos é importante para sustentar a mudança.
Por fim, uma reflexão
sobre abandonar o que não traz valor, reflete com a ideia de que, para
implementar novas práticas, é necessário deixar para trás hábitos e estruturas
obsoletas.
Experiência Pessoal como
Reviewer:
Escolhi este livro devido
à sua abordagem diferenciada à autoajuda, que se alinha com a minha vontade de
entender a vida de uma forma mais realista e prática. A leitura foi envolvente
e trouxe várias reflexões sobre como lidar com os problemas pessoais e profissionais.
Ao ler este livro, fui levada a questionar as minhas próprias prioridades e a
pensar mais sobre o que realmente merece o meu investimento emocional. Como
futura gestora de recursos humanos, estas lições são valiosas, pois ajudam-me a
focar no essencial e a manter um ponto de vista mais equilibrado. A experiência
de escrever esta book review, também foi enriquecedora, pois permitiu-me
articular e integrar as ideias do livro com temas relevantes para o
desenvolvimento organizacional.
Sobre mim:
Chamo-me Joana Mina, tenho 20 anos e sou de Albufeira. Neste momento, estou no meu último ano da licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), Portimão.
Nos meus tempos livres,
gosto de passear, de conhecer sítios novos, mas mais precisamente, de ver o
mar, pois é onde me transmite tranquilidade.
Caro/a Leitor, para Citar esta book Review, use esta referência final:
Mina, J. (Data). “Viver Sem Medo de Errar: Lições de Mark Manson”. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2024/11/book-review-mark-manson-byjoana-viversemmedodeerrar.html
Ligações Relevantes e Fontes Externas
- https://markmanson.net/
- https://www.ismat.pt/
- https://www.wook.pt/livro/a-arte-subtil-de-saber-dizer-que-se-f-da-mark-manson/25048300?gad_source=1&gclid=Cj0KCQiAouG5BhDBARIsAOc08RR6LVQ7xgOzO2KZLUuEKrMyFza1eG-Xrnyg2eEBE0dvbzn_jOwmt0gaAtAJEALw_wcB
- https://www.youtube.com/@TheSubtleArtofNotGivingaFck
- https://open.spotify.com/show/11VjrLJfoiNvgjjqov4RWh?si=5b645d1ae36b4544
Referências
Bibliográficas
Manson, M.
(2016). “A ARTE SUBTIL DE SABER DIZER QUE SE F*DA: Uma abordagem
contraintuitiva para viver uma vida melhor”. Saída de Emergência.
Manson, M.
(2018). The Subtle Art of Not Giving a F*ck: A Counterintuitive
Approach to Living a Good Life. Harper.
Manson, M.
(2022). Subtle Art of Not Giving a F*ck Journal. HarperCollins
Publishers Limited.