quinta-feira, 23 de junho de 2022

É possível alterar o nosso Mindset? – Uma Book Review por Ana Rita Marques ao livro “Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso”

 




 

                                                                              

Biografia da Autora:

                                                                            Fonte: Wook.pt

 

Carol Susan Dweck, nasceu a 17 de Outubro de 1946, em Nova Iorque na América. Tem dois irmãos, o pai trabalhava com o negócio de importação e exportação, a mãe trabalhava na área da publicidade. É formada em psicologia no Barnard College em 1967 e têm um doutoramento em psicologia pela Universidade de Yale, concluído no ano de 1972.

O primeiro trabalho de Carol foi na Universidade de Illinois, depois ingressou no Laboratório de Desenvolvimento Humano de Harvard, após alguns anos regressou ao Illinois como professora. Mudou-se para a Universidade de Columbia como professora de Psicologia, e desde 2004, é professora de Psicologia na Universidade de Stanford em Lewis e Virginia Eaton.

A sua principal contribuição para a psicologia social relaciona-se com teorias implícitas de inteligência, descritas no livro Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso.

 

Biografia da autora no site da Wook:

https://www.wook.pt/autor/dra-carol-s-dweck/3157405

 

 

 

 

 

 

 

Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso

 

 

O livro está associado ao mundo do empreendedorismo, tal como o nome indica o mindset, tornou-se uma das ferramentas para atingir o sucesso.

Este livro fala sobre a importância das nossas decisões e a forma como encaramos as situações que nos vão acontecendo ao longo da vida, não existe uma fórmula mágica para lidar com isto, mas é através do nosso mindset que podemos agir de uma forma diferente, neste livro é possível ver qual a importância que o nosso mindset tem seja no nosso fracasso ou no nosso sucesso.

Carol revela no livro que que na sua opinião “os mindsets nada mais são do que crenças. São crenças poderosas, mas são apenas algo que está em sua mente, e você pode mudar sua mente.”, o mindset é formado ao longo do tempo através da nossa mente, e podem sofrer constantes mudanças particularmente pelas nossas crenças e por isso podem mudar ao longo da vida, por isso o mindset é contruído e pode mudar consoante as alterações das nossas perceções individuais.

Ao longo do livro é abordado várias vezes a questão do mindset fixo e do mindset de crescimento, o mindset fixo é associado a uma pessoa acreditar que as suas qualidades são inalteráveis, cria a necessidade constante de provar a si mesmo seu valor, se a pessoa acreditar que apenas tem aquelas qualidades vai passar um processo de aprovação sobre si próprio até perceber que o seu mindset pode ser alterado, este tipo de mentalidade contribui pouco ou nada para o sucesso da pessoa, porque estas pessoas têm tendência a  desistir quando se deparam com os limites que criaram para si mesmas.

O mindset de crescimento acredita as suas falhas e pontos fracos, por isso uma pessoa com este mindset pode estar em constante aprendizagem e crescimento, a procurar o seu sucesso. É um desafio porque se trata de algo novo e que ainda não está bem desenvolvido na pessoa, e por isso é preciso que as pessoas se esforcem e se dediquem para que consigam atingir o sucesso esperado.

Durante o livro é abordado o tema do Mindset e da Liderança, neste capítulo é possível concluir que a autora refere que assim como há talento nato para o desporto também há para o mundo dos negócios, e que as empresas não devem preocupar-se em gastar dinheiro com recrutamento de talentos, porque esta é uma das grandes ferramentas de sucesso face aos seus concorrentes. A autora abordou vários casos como foi fazendo em vários capítulos do livro e chegou a conclusão de que os líderes com mindset fixo, vivem num mundo em que alguns são superiores e outros são inferiores, estão constantemente a afirmar a sua superioridade, e por isso no trabalho e nas empresas acaba por ser um meio para esse fim, porque querem mostrar o seu poder e mostrar que são superiores em relação aos outros.

Os líderes com mindset de crescimento, começam pela crença no potencial e no desenvolvimento humanos, tanto nos deles próprios quanto nos de outras pessoas, usam as empresas como um meio de crescimento no seu todo.

Os próprios trabalhadores também são diferentes consoante o mindset do seu líder, as pessoas que trabalham em organizações com mindset de crescimento têm mais confiança na sua empresa e maior senso de propriedade sobre o seu trabalho. Já os trabalhadores nas empresas com mindset fixo dizem que suas empresas são menos propensas a apoiá-los quanto aos riscos e à inovação, mas também tendem a concordar muito mais que as suas empresas são implacáveis e antiéticas.

Carol levanta uma questão interessante, “será que temos problemas em encontrar lideres no futuro?” começa então por explicar que este problema pode começar muito antes das pessoas entrarem no mercado de trabalho, revela que todos os pais bem-intencionados que tentam elevar a autoestima dos filhos dizendo o quanto eles são inteligentes e talentosos, e na consequência que esses mesmos elogios podem trazes, estes filho entraram no mercado de trabalho, com  a certeza que muitos podem não funcionar sem ter um rótulo para cada movimento.

Para as empresas é um desafio cada vez maior compensar estas gerações, são pessoas que precisam de reafirmação constante e que não podem ser criticadas, por consequência disso podem surgir alguns riscos para os negócios. As empresas não estão em posição de retomar o papel dos pais, mas precisam de agir, e tornar uma força de trabalho mais madura e com um mindset de crescimento, para trabalhar nos líderes do futuro.

 É possível mudar o nosso mindset ao longo do tempo, é preciso acreditar na mudança, as nossas mentes estão em constante mudança e estão sempre com um grande poder de observação e interpretação. O mindset orienta no processo de interpretação, e é por essa razão que de pessoa para pessoa o poder de interpretação pode ser diferente. As pessoas com mindset fixo tratam a informação que recebem avaliando com intensidade cada elemento de informação. Já as pessoas de mindset de crescimento também observam constantemente o que acontece, mas não observam com a mesma intensidade, e são mais sensíveis aos temas, e estão focadas na aprendizagem e melhoria continua.

Parece simples mudar, mas não é assim tão simples, por norma as pessoas têm o seu mindset devido a algum acontecimento ou razão, em algum momento na sua vida lhe serviu de alguma coisa. Não é fácil mudar por isso, por algo que nos pertenceu tanto tempo e por alguma razão, não é fácil substituir um mindset fixo por um mindset de crescimento que nos diz que devemos enfrentar todas as coisas que nos pareciam ameaçadoras.

A autora quis mudar o seu mindset fixo para um mindset de crescimento e confessa que nem sempre foi fácil, por diversas razões como o caso de enquanto tinha um mindset fixo celebrar os seus êxitos todos os dias e com um mindset de crescimento não, o facto de não exibir as suas vitórias faziam com que ficasse insegura, o mindset fixo acaba por ocultar um pouco os fracassos.

A mudança de mindset não é uma questão de seguir alguns conselhos de vez em quando, é preciso olhar para as coisas de uma maneira totalmente diferente, quando se muda para um mindset de crescimento, passamos de uma estrutura de julgar e ser julgado para outra de aprender e ajudar a aprender, o compromisso é com o crescimento, e o crescimento exige muito tempo, esforço e apoio mútuo.

  

Os medos que não enfrentamos tornam-se os nossos limites:

 

Este livro despertou-me curiosidade uma vez que sempre senti um grande interesse por perceber melhor o conceito de mindset. É um livro de leitura fácil com uma escrita atrativa que nos dá a conhecer aquilo que a autora pretende transmitir, de forma objetiva e simples, é um livro com vários exemplos prático o que facilita também a nível de compreensão do tema.

A meu ver, este livro é uma leitura obrigatória para quem precisa de perceber a sua maneira de olhar para a sua vida pessoal e profissional, e a forma como pode melhorar a mesma através de um mindset de crescimento e atitude de melhoria continua.

Acredito que tal como diz o título os medos que não enfrentamos se tornam os nossos limites, tal como a resistência ao mudar para um mindset de crescimento, leva-nos a estagnar e a olhar para a nossa vida com uma perspetiva muito pouco ambiciosa.

Enquanto estudante do Mestrado em Gestão de Recursos Humanos e Intervenção Organizacional, é fundamental ter este mindset de crescimento, e para mim foi importante ler este livro para eu própria fazer a reflexão se enquanto líder tinha um mindset de crescimento ou não. A partir da leitura deste livro, consegui ficar com uma visão diferente sobre o mindset e perceber que é possível mudar o nosso mindset ao longo da nossa vida, basta encarar a mudança do mesmo como algo positivo e produtivo para a nossa vida, é uma mudança para uma visão diferente, uma visão mais ampla.

 

Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

 

Marques, A (2022). É possível alterar o nosso Mindset? – Uma Book Review ao livro Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos Avançados de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional”. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes.

 

 

 Sobre mim:


 

 LápisAna Rita Marques

Enveloperitamarques-_@outlook.com

Sou natural de Portimão. Atualmente sou trabalhadora-estudante no Mestrado de Gestão de Recursos Humanos e Intervenção Organizacional no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, o que me faz desenvolver diariamente a minha capacidade de gestão e me ajuda diariamente no meu trabalho enquanto responsável de loja.

Gosto imenso de viajar, conhecer sítios e pessoas novas, acredito que nos enriquece e nos ajuda a compreender melhor o mundo e as pessoas. Acredito que devemos trabalhar na nossa melhor versão todos os dias, sem nunca desistir dos nossos objetivos e dos nossos sonhos.


https://www.ismat.pt/pt/




 

Investir para ser livre - Book Review do livro “Pai Rico, Pai Pobre” por Lucas Rosa

 

 

 

 


Figura 1- Capa do Livro “Pai Rico, Pai Pobre”

 

Robert Toru Kyosaki nasceu em 08 de abril de 1947 no Hawai – Estados Unidos, autor, conferencista motivacional, empresário, criador de jogos e conhecido mundialmente como defensor da educação financeira. O livro Pai Rico, Pai Podre é o principal destaque entre diversos livros Bestsellers,  com sua irreverencia e coragem desafiou e mudou a forma que milhões de pessoas em todo mundo pensam sobre o dinheiro e finanças pessoais, saiba mais em https://www.richdad.com/

 

 


Figura 2- Robert Kyiosaki

 

                Robert Kyosaki acredita que a educação financeira deve ser ensinada desde de cedo e o seu jogo Cahsflow ilustra situações cotidianas e ensina a fugir das armadilhas que vivemos por não termos a capacidade de fazer uma análise técnica sobre como cuidar e investir dinheiro para alcançar a saúde financeira pessoal.

O livro Pai Rico, Pai Pobre com mais de 26 milhões de copias vendidas mundialmente, é inteligente, didático e desruptivo, vem trazer conceitos de educação financeira de maneira simples e divertida, porém, na opinião de especialistas do mundo financeiro, os ensinamentos do livro são criticados e tidos rasos, errôneos e com maus exemplos práticos.

A história do livro é narrada como uma autobiografia, onde o autor conta a jornada da sua infância e juventude, aprendendo educação financeira sob a orientação contrastante de seus dois pais, o seu pai biológico um acadêmico funcionário público e que, como a maioria das pessoas, sofria as consequências de não ter conhecimento financeiro, no livro é intitulado “Pai Pobre’, e o pai de seu melhor amigo da escola que foi intitulado “Pai Rico”, que apesar de não ter estudos formais, constituiu riqueza através de seus conceitos, que no livro, são retratados como os ensinamentos passados ao autor e seu amigo.

Estudar, ser o melhor aluno, conseguir um emprego estável e melhor ainda público, esse era o discurso e a visão de futuro do “Pai Pobre”, porem o resultado era o comum a toda a maior parte da população, muito trabalho, pouco reconhecimento e tranquilidade financeira.

O “Pai Rico” ensinou as crianças a pensar e ver o mundo de forma diferente, através de uma ótica focada nos objetivos e pautada em conceitos firmes de gestão financeira pessoal, explicou as crianças sobre a dependência que criamos do trabalho e do ordenado devido a falta de visão e ambição em buscar a independência financeira, a esse ciclo de dependência o autor chamou de “Corrida dos ratos”, assim livro tenta nos passar conceitos para sair desse ciclo.

Os principais ensinamentos do “Pai Rico” aos seus filhos são:

  1. Não faça parte da corrida dos ratos
  2. Trabalhe para aprender e não para ganhar
  3. Saiba a diferença entre ativos e passivos
  4. Comece a aprender sobre educação financeira e investir cedo
  5. Faça o dinheiro trabalhar para você
  6. Reduza os seus gastos e compre o luxo por ultimo
  7. Controle as suas emoções e não se leve por crenças limitantes
  8. Estude continuamente, esteja atualizado
  9. Não tenha medo de investir
  10. Seja empreendedor, trabalhe para você mesmo

 

Ou seja, sobre a Inteligência Financeira devemos aprender, entender, conhecer sobre a administração e investimento do nosso dinheiro para diminuir os nossos passivos (Gastos) e gerar ativos (Bens) que nos farão aumentar nosso patrimônio.

E sobre o nosso comportamento, a frase “Não consigo comprar isso, eu não tenho dinheiro” deve ser substituída pela frase “o que devo fazer para comprar isso? ” é um exemplo da mudança de mindset focada na criatividade, identificação de oportunidades, e nos objetivos.

                Os ensinamentos do pai Rico no livro são voltados para que os seus filhos sejam felizes e independentes financeiramente e que trabalhem para aprender e ganhar dinheiro e não por necessidade, sempre com dois focos, o primeiro é que se deve “fazer que o seu dinheiro trabalhe por você” e que “Seja dono do seu negócio, faça que o sistema trabalhe por você”

 


Figura 3 - Tipos de personalidades

Fonte: https://bmarques.com/pai-rico-pai-pobre-os-10-maiores-ensinamentos/

No mestrado em Gestão de Recursos Humanos e intervenção organizacional do ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (https://www.ismat.pt/) e na cadeira de Métodos Avançados de Intervenção e Desenvolvimento organizacional somos levados, de maneira pratica, a desenvolver a capacidade de analisar criticamente e encontrar soluções de problemas em todos os âmbitos de uma organização com o foco no principal ativo de uma organização que é o ser humano, assim é possível ver pontos de similaridade entre o livro e temas abordados no nosso conteúdo programático, principalmente em relação aos pontos voltados para inteligência emocional, quando o livro mostra que somos nós os principais agentes das mudanças em nossas vidas, quer sejam elas pessoais ou financeiras, somos os responsáveis por encontrar maneiras de atingir nossos objetivos.

O livro tem um início cativante, me prendeu a leitura, escolhi “Pai Rico, Pai Pobre” pois tenho filhos e gostaria de verificar se poderia aproveitar algum ensinamento para aplicar com eles, e aprendi que devemos incentivar desde cedo nossos filhos a entender sobre educação financeira, para não ficarem presos na “corrida dos ratos” e terem saúde financeira para buscar as coisas que realmente os façam felizes. O livro também me levou a refletir que nunca é tarde para aprendermos sobre qualquer tema, mesmo que não pareçam ligados ao nosso cotidiano.

Como é um livro aparentemente de autobiográfico senti-me um pouco desconfortável em relação aos exemplos usados pelo autor para ilustrar os seus negócios, vendas ou investimentos, pois pareciam-me um pouco forçados e repetitivos.

Enfim, o livro “Pai Rico, Pai Podre” é leitura obrigatória para quem quer ter uma nova visão para o mundo da educação e gestão financeira, tem uma didática simples e, no fim, me deu vontade de aprender mais sobre o assunto e iniciar os meus investimentos, mas não sozinho, acompanhado dos meus filhos.

 

Sobre mim:

Estudante de Mestrado em Gestão de Recursos Humanos e intervenção Organizacional do ISMAT, Profissional de Logística com longa experiência no setor de Transportes.

Sou minha família e sou minha fé.

 

 


Figura 4 – Lucas Rosa

 

https://www.ismat.pt/

 

Caro/a Leitor, para Citar esta book Review, use esta referência final:

 

Rosa, Lucas. 12/06/2022 . Book Review do livro “Pai Rico, Pai Pobre”. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2022/06/investir-para-ser-livre-book-review-do.html


Book Review do Livro “Quem Mexeu No Meu Queijo”, por João Silva

O que queremos mudar na nossa vida? - Book Review do Livro “Quem Mexeu No Meu Queijo”, por João Silva

O que queremos mudar na nossa vida? - Book Review – “Quem Mexeu No meu Queijo?”


 

 


  

Spencer Johnson foi um escritor fiel ao seu ideal de Liderança e procurou que os seus leitores e seguidores refletissem sobre o conceito de mudança, quer na vida profissional quer na vida pessoal, estimulando o pensamento sobre aquilo que cada um de nós poderá fazer para que a mudança seja uma regra e não uma exceção.

 

Formado em Psicologia, ao longo da sua vida escreveu e editou livros motivacionais, de reflexão, de aprendizagem, onde permitia, ao sabor da sua escrita, que cada um refletisse sobre o seu propósito onde nada é eterno, onde só a mudança será o caminho, será o futuro.

 

Assim, em 1998, editou o seu livro mais conhecido, intitulado “Quem Mexeu no Meu Queijo”, uma parábola cujas personagens podem ser cada um de nós se nos permitirmos encontrar na brilhante alegoria que o mesmo retrata.

 

O escritor faleceu em 2017, vítima de cancro no pâncreas.

  



Resumo

 

Quem comeu o meu o meu queijo é uma história que nos faz refletir sobre a vontade de mudar e o que somos capazes de fazer para deixar o que o medo nos invada o propósito humano, e foi assim que Michael deixou os antigos colegas de turma a refletir sobre as suas próprias vidas.

Nesta história encontramos quatro personagens, dois ratos Sniff e Scurry, que possuem um simples cérebro animal, mas com um forte instinto, e dois duendes, Hem e Haw, com um cérebro idêntico aos dos humanos adultos, onde as crenças invadiam a forma como viam a felicidade e a procuravam.

Estas personagens consumiam um determinado tipo de queijo numa zona de um labirinto. Contudo, a grande diferença é que os ratos depois de encontrar esta fonte de queijo nunca deixaram de descobrir o resto do labirinto pois perceberam que mudanças podiam acontecer e a sobrevivência nunca pode estar em causa, enquanto que os duendes na crença de que aquela fonte de queijo não ia ter fim, por se considerarem merecedores, nunca saíram dessa zona de conforto.

Quando a fonte de queijo acabou os dois ratos continuaram o seu caminho no labirinto tendo encontrado outra zona com queijo, enquanto os duendes apenas perdiam tempo e energia procurando uma justificação para o fim do queijo, ao invés de procurarem outra fonte deste alimento.

Haw foi o único duende que decidiu arriscar, e mesmo passando por períodos complicados, onde pensou em desistir pela força e poder que as crenças tinham sobre este, nunca o fizera. Acreditou e mudou de direção, pois percebeu que era mais seguro procurar a sobrevivência do que permanecer esperando por algo que não o levaria à sua necessidade, o Queijo.

Assim, entre avanços e recuos, entre medos e crenças, entre ilusões e conquistas, e sempre apelando para que o amigo Hem o acompanhasse, apesar deste não o ter feito, Haw percebeu que “velhas crenças não o levam ao novo Queijo”, e mesmo assim, pela amizade que tinha ao seu amigo, enquanto descobria o labirinto ia escrevendo pequenas frases que considerara servirem de pistas caso o seu amigo Hem quisesse ir ao seu encontro.

Depois de um longo percurso, onde perdera força física, mas ganhando força anímica, descobre o famoso “Posto N” cheio de Queijos, onde estavam os seus velhos amigos, Sniff e Scurry.

Haw percebeu que “quando temera a mudança estivera mantendo a ilusão do velho queijo que não estava mais lá”, aprendeu que “o caminho mais rápido para mudar é rir da sua própria insensatez” e todos os dias procurava novos caminhos e novas áreas no labirinto, sentindo-se com esperança que o seu amigo Hem visse as suas pistas e confiante em si próprio para novas descobertas, livre.

 

Métodos Avançados de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional

 

A Unidade Curricular “Métodos Avançados de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional” permitiu, quer através dos oradores da 3ª edição de Seminários, quer através das aulas, que refletíssemos sobre a aplicação prática que este livro nos oferece.

Como referi anteriormente, este livro não é mais do que uma alegoria a todos os temas que foram e serão apresentados, debatidos e estudados, inclusive encontro uma no mesmo um reflexo da aprendizagem que tirei do, também, brilhante livro “O Principezinho põe a Gravata”, de Borja Vilaseca.

 

Experiência enquanto Reviewer

 

A escolha do livro teve por base a curiosidade que o título do mesmo fez suscitar em mim, pois fiquei com vontade de perceber qual a relação da palavra “mudança” com a palavra “Queijo” que observei na capa do livro enquanto estes iam sendo apresentados à turma, pois não o conhecia.

De uma leitura fácil, este livro permitiu interrogar-me enquanto pessoa e profissional, colocando em causa as minhas ações, ou a ausência delas, e sobretudo na forma como estava e estou absorvido por crenças que me limitam na forma de acreditar em mim e, sobretudo, na liberdade para mudar.

 

Opinião

 

O livro em análise não é mais do que o reflexo do papel que temos nas nossas vidas, quer profissional, quer pessoal, encontrando na figura do “Queijo” qual a nosso propósito.

Um Gestor de Recursos Humanos, antes de profissional, tem de ser um Gestor da própria pessoa, pois esse será o reflexo da nossa capacidade em observar, aprender e mudar.

Enquanto lia as palavras de Spencer Johnson imaginei-me, por diversas ocasiões, no corpo quer de Hem quer de Haw, e isso permitiu-me refletir sobre as minhas ações ao longo da minha, ainda, curta vida.

Este advérbio de tempo não é mais do que a certeza que ainda me posso tornar num Haw, libertando-me de algumas velhas crenças (assumo que as tenho) e simplesmente ser capaz de tornar o ego negativo e nas desculpas colocadas em outrem que não eu próprio, em capacidade de mudança.

O estável não é eterno, a segurança não é sinónimo de ego, a humildade não tem conceito certo, e a liberdade é somente a força maior que cada um pode ter para ser capaz de mudar.


 


 

João Miguel Dias da Silva

joao-miguel-2007@hotmail.com

 

Sobre mim:

 

Sou portimonense com sangue dos valentes cavaleiros de Alferce (Monchique), Montanha Sagrada do nosso Algarve, onde encontro a minha origem, onde me encontro sempre, onde me encontram sempre.

Tendo iniciado o meu conhecimento académico junto das doutrinas jurídicas, especialmente em Direito do Trabalho, tornou-se necessário ir além da letra da lei, e com esta interessante obra “Quem Comeu o Meu Queijo”, é possível refletir sobre a pessoa enquanto trabalhador, enquanto homem ou mulher, enquanto simples ser vivo que pode vencer se for livre para sonhar.




Referências pertinentes:

 

·       https://www.ismat.pt

·       https://www.youtube.com/watch?v=6btxMx7fj4w&t=79s

·       https://pt.wikipedia.org/wiki/Quem_Mexeu_no_Meu_Queijo%3F

 

 

Silva, J. (2022). O que queremos mudar na nossa vida?. Book Review Orientada pela PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Métodos Avançados de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional”. ISMAT – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes.

Disponível em: https://www.blogger.com/blog/post/edit/preview/3268341675809187225/972874331805797923

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