terça-feira, 24 de junho de 2025

Como qualquer pessoa pode negociar – Book Review por Pedro Moteiro “Como conduzir uma negociação- Como chegar ao Sim”

 

ISMAT Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes — ISMAT Instituto Superior  Manuel Teixeira Gomes

Gestão de Empresas, 2ºano – Ano letivo: 2024/2025

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Semestre

Docentes: Doutora Patrícia Araújo

 

Como qualquer pessoa pode negociar – Book Review de “Como conduzir uma negociação- Como chegar ao Sim”

 

 

 

 

Discente: Pedro Moteiro



Resumo da obra:

Negociar! Para muitos, esta palavra lembra imediatamente imagens de salas de reuniões, discussões intensas ou confrontos entre partes que procuram “sair a ganhar”. No entanto, esta visão competitiva e na logica do ganhar e perder, é precisamente o que o livro “como chegar ao Sim” procura contrariar.

Escrito por Roger Fisher, William Ury e Bruce patton, três especialistas intimamente ligados ao Harvard negotiation Project, esta obra tornou-se um marco na leitura sobre negociação e resolução de conflitos. Longe de defender uma logica de imposição ou cedência, os autores propõem um modelo de negociação baseado em princípios racionais, respeito mutuo e construção conjunta de soluções, centrando nos interesses das duas partes e não nas suas posições fixas.

Desde a sua primeira edição em 1981, como chegar ao sim mantém atualidade nos seus conceitos. A clareza dos seus conceitos e a aplicabilidade pratica das suas propostas continuam a tornar este livro uma grande referencia, não apenas na área da negociação e gestão, mas tambem em contextos políticos, jurídicos e até pessoais. Estamos a falar de um guia para negociar de “forma humana”, promovendo acordos sustentáveis e relações duradouras.


Sobre os autores:

Este livro é da autoria de 3 figuras de referencia na área da negociação e da resolução de conflitos

O trabalho destes excelentíssimos senhores nasce no seio do Harvard negotiation project, uma iniciativa académica centrada em métodos eficazes de negociação, aplicáveis tanto em contextos empresariais como políticos e sociais.


Roger Fisher,  nascido a 28/05/1922 e faleceu a 25/08/2012 foi diretor do projeto Negocial de Harvard e professor de direito na universidade de Harvard, que dedicou grande parte da sua carreira a encontrar formas/métodos pacíficos de resolver conflitos internacionais. Participou como consultor e estratega em processos de paz e mediação de conflitos em cenário de grande tensão, desde conflitos no Médio Oriente até á América Latina.

William Ury, de momento com 71 anos é antropólogo e um dos mais respeitados especialistas em negociação no mundo. Tem uma vasta experiencia como mediador em conflitos, incluindo negociações entre governos, empresas multinacionais e até em contextos de guerra.



Bruce Patton, por sua vez, contribuiu significativamente para a consolidação do método apresentados neste livro. É cofundador do programa de negociação de Harvard e tem uma abordagem pratica, orientada para a aplicação dos princípios da negociação em ambientes empresariais, jurídicos e organizacionais.




Sobre o livro:

Negociamos todos os dias. Desde dividir tarefas em casa, combinar locais e horários com amigos ou defender ideias no trabalho, a negociação está presente nas mais pequenas decisões do quotidiano. Quer queiramos, quer não, somos todos negociadores. E é precisamente com essa premissa que “Como chegar ao Sim” nos interpela.

Ao invés de promover estratégicas e técnicas de confronto, baseadas em posições rígidas e jogos de poder, os autores propõem um modelo de negociação por princípios que tem como foco principal a cooperação, justiça e respeito mútuo.

Esta abordagem procura ultrapassar o clássico impasse entre ceder para evitar o conflito ou impor para vencer, oferecendo um caminho onde ambas as partes podem sair valorizadas, sem comprometer resultados nem relacionamentos.

Os quatro princípios da negociação por princípios:

  1. Separar as pessoas do problema: A negociação envolve seres humanos com emoções, perceções e historias próprias. É essencial distinguir o conteúdo objetivo da negociação das reações emocionais ou pessoais, por forma a evitar que a relação entre ambas as parte se deteriore.
  2.  Concentrar-se nos interesses e não em posições: Posições são exigências( “eu quero X”), e interesses são necessidades ou motivações(“eu preciso de X porque”). Ir ao encontro dos reais interesses, em vez de combater posições permite criar soluções que beneficiem ambas as partes.
  3.  Inventar opções para ganhos mútuos: Em vez de procurar  o melhor acordo possível para mim, a negociação deve procurar soluções que beneficiem ambas as partes. O livro mostra exemplos de alternativas que ninguém tinha pensado inicialmente que acabam por ser mais vantajosas para todos.
  4.  Insistir em critérios objetivos: Os autores defendem que as decisões devem basear-se em padrões imparciais, como leis, dados de mercado, praticas justas e não em pressões ou ameaças. Este tipo de negociação é mais racional, reduz o risco de ressentimento e torna o processo mais valido para ambas as partes.

Depois de apresentar os quatro princípios fundamentais, os autores referem que nem todas as negociações decorrem de forma ideal. Existem contextos em que a outra parte mostra  agressividade, inflexível ou pouco disposta a colaborar de forma construtiva. E é justamente para esse tipos de cenários que os autores introduzem três ferramentas fundamentais, como o BATNA(Best Alternative to a Negotiated Agreement), a técnica da negociação jiu-jitsu e uma estratégica para lidar com negociadores inflexíveis.

A Primeira ferramenta é o BATNA, pode se traduzir para MAPAN(melhor alternativa para um acordo negociado) e funciona como um plano B de cada uma das partes, permitindo uma maior segurança e firmeza durante uma negociação. A segunda, inspirada nas artes marciais, é a negociação jiu-jitsu , que ensina a redirecionar ataques e resistências com calma e estratégia, evitando confrontos diretos. E por fim, quando o outro lado mostra se completamente inflexível, os autores propõem negociar o processo da negociação. Ou seja fazer com que a outra parte faça uma reflexão sobre o próprio método usado, permitindo a recuperação do dialogo através de critérios objetivos.

Para encerrar a obra, os autores apresentam uma secção com dez perguntas frequentes, com o objetivo de auxiliar o leitor a preparar, conduzir e avaliar a sua negociação.



Relação com a unidade curricular:

Este livro relaciona-se de forma direta com os conteúdos abordados nesta unidade curricular de técnicas de negociação, motivação e liderança. A proposta de negociação baseada em princípios acaba por estar alinhada com diversos conteúdos abordados como a liderança transformacional, o modelo de liderança situacional onde o líder, adapta-se á maturidade dos liderados. Como a grade de Blake e Mouton que combina a alta preocupação com pessoas e resultados, pois da mesma forma que um bom líder inspira os seus colaboradores através de respeito e inclusão, um bom negociador consegue atingir melhores resultados quando as partes se sentem ouvidas, valorizadas e emocionalmente seguras.

Alem disso, conceitos como o BATNA, negociação jiu-jitsu e gestão de perfis de negociação inflexíveis acaba por estar relacionados com alguns conteúdos como a escuta ativa e inteligência emocional.


Opinião pessoal:

Ao iniciar a leitura de Como Chegar ao Sim, fui movido por curiosidade. Já tinha alguma noção mais pratica do que é negociar, sobretudo por observação e vivência devido a empresa familiar. Mas surpreendeu-me a forma como este livro comunica, ao contrário do que esperava, não se limita a conceitos abstratos nem a exemplos complexos e distantes. Pelo contrário, utiliza situações do dia a dia, histórias práticas e até episódios históricos como os conflitos no Médio Oriente, tornando a leitura acessível, interessante e extremamente aplicável.

A leitura deste livro ajudou me a reforçar a ideia que negociar não se limita a salas de reuniões, mas sim, algo que fazemos todos os dias. E nesse sentido, todos somos negociadores, quer queiramos, quer não. Ao longo do livro, fui identificando momentos do meu próprio passado desde vendas no OLX de peças de motas, até interações que testemunhei na empresa dos meus pais e percebi que muitos desses episódios incluíam elementos como a ocultação de interesses, rigidez posicional ou até resistência emocional. E este livro ajudou-me a pôr nomes nessas atitudes e, acima de tudo, a perceber como lidar com elas.

Sinto que este livro preparou me de forma prática para lidar com negociações difíceis, auxiliando a manter o equilíbrio entre respeito, firmeza e inteligência emocional.

Recomendo vivamente este livro, não só a gestores, mas a qualquer pessoa. As suas lições aplicam-se a todas as áreas da vida, e mostram como é possível influenciar com ética, respeito e inteligência.

E não se esqueça “goste ou não, é um(a) negociador(a)”


Autor da Book Review: Pedro Moteiro, 21 anos, natural de S.B Messines, aluno da licenciatura de gestão de empresas ISMAT

Sobre mim: Acredito que os nossos gostos e até o nosso caracter acabam por ser moldados pelas vivencias, hábitos e costumes com que crescemos. No meu caso, desde cedo tive contacto com o mundo empresarial graças a empresa dos meus pais e isso influenciou diretamente o meu percurso.

Ambiciono, no futuro, criar a minha própria empresa ligada aos meus interesses como o setor automóvel e motociclos ou algo direcionado á gestão de recursos hídricos, dando continuidade ao setor de atuação da empresa dos meus pais.



Referencia Bibliográficas:



Caro/a Leitor, para Citar esta book Review, use esta referência final:

Moteiro, P. (2025). Como Chegar ao Sim – Book Review do livro de Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton. Book Review orientada pela PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de Técnicas de Liderança, Motivação e Negociação. ISMAT – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/


domingo, 22 de junho de 2025

Mais do que Lucro: A Liderança que Transforma– Book Review de "Gestão por Valores" por Diogo Ribeiro

 





Licenciatura em Gestão de Empresas

Ano Letivo 2025/2025

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação – 2º Ano – 2º Semestre

Docentes: Patrícia Araújo

 

 

 

Mais do que Lucro: A Liderança que Transforma – por Diogo Ribeiro

 Fig 1- Capa do livro

 

Discente: Diogo Ribeiro – a22305210









Sobre os autores

Ken Blanchard é autor e consultor de renome na área da liderança. Ganhou notoriedade com O Gestor Minuto, onde defende uma liderança eficaz e centrada em princípios. É cofundador da The Ken Blanchard Companies, especializada no desenvolvimento de lideranças.

Michael O’Connor foi psicólogo organizacional e consultor especializado em comportamento humano nas empresas. Focou-se na tomada de decisão baseada em valores e na criação de culturas organizacionais sustentáveis, sendo uma influência central no modelo da Gestão por Valores.



Fig. 2 e 3 - Ken Blanchard (esquerda) e Michael O'Connor (direita)



Sobre o livro

O livro Gestão por Valores apresenta-se como uma proposta alternativa e profundamente ética para liderar e gerir organizações num mundo em constante transformação. A obra é uma fusão entre narrativa ficcional, conceitos de desenvolvimento organizacional e reflexão pessoal, através da qual os autores demonstram que os verdadeiros alicerces de uma empresa de sucesso não estão apenas nos resultados financeiros, mas na vivência coerente e partilhada de valores fundamentais.

A narrativa centra-se em Tom Yeomans, um gestor de topo que, apesar de alcançar sucesso e reconhecimento profissional, começa a sentir um profundo vazio pessoal. Enredado na lógica da produtividade, da eficiência e dos resultados imediatos, Tom afasta-se da sua família, dos seus interesses pessoais e do próprio sentido da sua função. Essa desconexão entre sucesso externo e insatisfação interna leva-o a repensar profundamente o seu papel enquanto líder, a forma como tem conduzido a sua organização e os valores que a mesma afirma defender, mas já não pratica.

A crise pessoal de Tom serve como metáfora para aquilo que os autores identificam como um problema estrutural nas organizações contemporâneas: a obsessão pelo lucro e pelo controlo, frequentemente em detrimento das pessoas, da cultura e da autenticidade. Muitas empresas, segundo Blanchard e O’Connor, vivem em contradição: proclamam valores nobres nas suas declarações públicas, mas internamente cultivam ambientes baseados no medo, na hierarquia rígida e na lógica do curto prazo. É neste contexto que os autores introduzem o conceito das “Empresas Afortunadas 500” - uma visão alternativa à clássica lista das Fortune 500. Enquanto estas medem o sucesso com base na faturação, as afortunadas distinguem-se pela qualidade humana do serviço, pelo compromisso com os colaboradores e pela integridade com que operam.

Ao longo da história, Tom embarca num processo de transformação pessoal e empresarial com o apoio de dois consultores especializados em mudança organizacional. Este processo é estruturado num modelo a que os autores chamam Gestão por Valores (GPV)  um sistema de liderança que propõe a definição clara de um conjunto de valores essenciais, a sua comunicação eficaz e, sobretudo, a sua implementação prática e coerente em todos os níveis da organização. O objetivo é tornar os valores visíveis nas decisões, nas atitudes e nas relações internas e externas.

A GPV assenta em três fases fundamentais, apresentadas como um caminho progressivo, mas interdependente:

1. Definir Filosofia e Valores

A primeira etapa do processo exige que a organização identifique, de forma clara e honesta, quais são os valores fundamentais que a definem - aquilo em que acredita, o que considera prioritário e o que pretende representar perante os seus colaboradores, clientes e a sociedade em geral. Esta definição não deve ser genérica ou meramente retórica, mas profundamente enraizada na identidade e missão real da empresa. É aqui que se constrói a base para uma cultura organizacional sólida e coerente.

2. Comunicar Claramente

A segunda fase implica traduzir os valores definidos em linguagem acessível e partilhada, garantindo que toda a estrutura organizacional os compreende e se identifica com eles. Não basta que a direção defina os valores. É necessário que estes sejam vividos, discutidos e assumidos por todos. A comunicação deve ser consistente, transparente e contínua, de modo a reforçar a confiança e o alinhamento interno.

3. Alinhar Práticas com os Valores

Na terceira fase, os valores deixam de ser apenas declarações institucionais e passam a orientar decisões concretas, comportamentos e rotinas operacionais. É neste momento que a gestão, as lideranças intermédias e as equipas devem agir de forma coerente com os princípios estabelecidos. Desde o estilo de liderança até à forma como se resolve um conflito, desde o recrutamento à gestão de fornecedores, todas as decisões devem refletir os valores partilhados. Só assim se constrói uma cultura verdadeiramente autêntica, baseada na confiança mútua e na credibilidade.

Além deste modelo, os autores apresentam o conceito CEOS, que sintetiza os quatro grupos essenciais que qualquer empresa deve servir com equilíbrio e responsabilidade:

  • C – Clientes
  • E – Empregados (Colaboradores)
  • O – Owners (Proprietários ou Acionistas)
  • S – Stakeholders significativos (fornecedores, parceiros, comunidade, financiadores, entre outros)

A ideia base é que cada pessoa na organização, independentemente da sua posição hierárquica, deve agir com o mesmo sentido de responsabilidade, orgulho e empenho que se espera de um CEO. Este modelo reforça a noção de que todas as partes interessadas contam, e que o verdadeiro sucesso empresarial é construído quando se equilibra o valor gerado para todos os intervenientes.

O livro propõe ainda uma reflexão sobre a experiência humana no trabalho e na vida, a partir dos chamados “três atos da vida”:

Ato I – Alcançar: Fase centrada em atingir objetivos, alcançar sucesso e cumprir metas. É muitas vezes vivida com intensidade, mas à custa das relações e do bem-estar pessoal.

Ato II – Relacionar: Esta fase surge geralmente após uma crise pessoal ou profissional. Representa a revalorização dos laços afetivos e da importância dos outros. amigos, família, colegas que foram sendo negligenciados no Ato I.

Ato III – Integrar: O ato final corresponde à maturidade pessoal e profissional, onde a pessoa aprende a equilibrar ambição com autenticidade, trabalho com relações, sucesso com sentido. É a integração entre o “fazer” e o “ser”.

Tom, enquanto líder, só começa verdadeiramente a transformar a sua empresa quando assume as suas próprias falhas, aprende a escutar os outros e altera a sua forma de estar. Esta mudança interior é o verdadeiro catalisador da mudança cultural. A GPV, como modelo, só se torna eficaz quando os líderes deixam de ser gestores do controlo e se tornam facilitadores da confiança, do compromisso e do crescimento mútuo.

Um dos aspetos mais realistas e importantes abordados pelos autores é o tempo de implementação da GPV. Não se trata de uma mudança imediata ou superficial. É um processo profundo, que exige cerca de três anos para começar a mostrar resultados visíveis e duradouros. Esta transformação requer paciência, consistência e envolvimento genuíno de todas as pessoas da organização.

Os resultados da aplicação da GPV vão muito além da satisfação interna. As empresas que adotam este modelo com seriedade tendem a melhorar a qualidade dos seus produtos e serviços, aumentar a lealdade dos clientes, reduzir a rotatividade interna e fortalecer as relações com fornecedores, investidores e comunidades externas. Ao alinhar os comportamentos com os valores, a organização reforça a sua identidade, credibilidade e resiliência num mercado cada vez mais exigente e consciente.

 

Opinião Pessoal e Reflexão Crítica

O livro "Gestão por Valores" foi uma leitura envolvente e esclarecedora. Através de uma narrativa acessível e bem estruturada, o livro mostra como é possível liderar com propósito e coerência, colocando os valores no centro da cultura organizacional. Identifiquei-me com a transformação do protagonista, que espelha muitos dos desafios reais enfrentados por líderes atuais.

Considero que a obra tem grande valor formativo, pois demonstra que a motivação e o desempenho das equipas estão diretamente ligados ao alinhamento entre valores pessoais e organizacionais. Além disso, reforça a importância de uma liderança mais humana, centrada na escuta e na confiança.

Apesar de reconhecer que algumas propostas do livro podem parecer idealistas em contextos empresariais mais rígidos, acredito que o seu principal contributo está em provocar reflexão e inspirar mudança. É um livro que não se limita a ensinar técnicas, mas convida à construção de organizações mais conscientes e equilibradas.

 

Relação com UC

O livro “Gestão por Valores” tem uma ligação direta com os temas centrais da unidade curricular, ao propor um modelo de gestão que valoriza a coerência entre os princípios da liderança e a vivência concreta dos valores no contexto organizacional.

A transformação do protagonista, Tom Yeomans, ilustra de forma clara a evolução de um estilo de liderança autoritária e centrada no controlo para uma liderança mais humana, participativa e baseada na escuta e na confiança. Esta mudança vai ao encontro dos modelos de liderança estudados na unidade, como a liderança transformacional e servidora, onde o papel do líder é inspirar, envolver e desenvolver as pessoas, e não apenas comandar.

No campo da motivação, o livro reforça que colaboradores sentem-se mais motivados quando os valores da organização estão alinhados com os seus próprios valores pessoais. Ao envolver as equipas na definição e vivência desses valores, cria-se um ambiente onde o trabalho tem significado, o que potencia o compromisso e o desempenho.

Por fim, o modelo CEOS e os três atos da vida sublinham a importância do equilíbrio entre objetivos, relações humanas e realização pessoal - elementos essenciais para uma liderança motivadora e eficaz.

 

Sobre Mim

O meu nome é Diogo Ribeiro, sou aluno do 2º ano da licenciatura em Gestão de Empresas no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, sou de Lagos, Algarve. O meu sonho é ser um gestor financeiro em uma empresa relevante.


Referências Bibliográficas

Blanchard, K., & O’Connor, M. (1997). Managing by values: How to put your values into action for extraordinary results. Berrett-Koehler Publishers.


Caro/a Leitor, para Citar esta Book Review, use esta referência final:

Ribeiro, D. (2025). Gestão com sentido: Book review de “Gestão por Valores” de Ken Blanchard e Michael O’Connor. Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação’. ISMAT – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em:https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2025/06/mais-do-que-lucro-lideranca-que.html











 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

"A arte subtil de saber dizer que se f*da" - Erica Duarte

 

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Licenciatura em Gestão de Empresas - Ano Letivo 2024/2025 

UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Ano - 2º Semestre 

Docente: Patrícia Araújo 

 

 

Viver com Menos Peso – book review de “A Arte Subtil de Saber Dizer que se F*da” por Erica Duarte 

Fig. 1 – Capa do livro


 

Discente:

Erica Duarte – a22302088

Bibliografia de Mark Manson:

Mark Manson é um autor bestseller do The New York Times, blogger e consultor de desenvolvimento pessoal norte-americano, nascido a 9 de março de 1984. Tornou-se mundialmente conhecido pelo livro "A Subtil Arte de Saber Dizer que se F*da" (2016), que combina humor, filosofia e psicologia para apresentar uma visão mais realista da vida e do autoconhecimento.

Antes do sucesso literário, Manson começou a escrever em blogs sobre o estilo de vida e relações pessoais. Em 2011, publicou o seu primeiro livro, "Models: Attract Women Through Honesty", voltado para relacionamentos e autenticidade masculina.


Fig. 2 – Autor “Mark Menson”

 

Sobre o livro:

Mark Manson desafia a ideia de que devemos estar sempre bem e lutar para sermos especiais ou extraordinários, mostrando que essa obsessão pelo positivismo e sucesso constante só aumenta a nossa frustração e infelicidade. Em vez de tentar sentir-se bem o tempo todo, ele propõe que aprendamos a escolher com cuidado aquilo com que nos importamos, dizendo “que se f*da” ao que não é verdadeiramente importante. Um conceito central é o ciclo negativo das emoções, muitas vezes sofremos não só pela emoção em si, mas pela forma como reagimos a ela, criando uma espiral que nos prende e piora o nosso estado. Para ilustrar, cita Charles Bukowski, que só alcançou sucesso quando parou de tentar ser alguém que não era e passou a aceitar-se.

Manson desafia a ideia de que devemos procurar felicidade o tempo todo, afirmando que a vida está cheia de problemas e que a dor é útil e necessária para o crescimento e para aprendermos a lidar com frustrações. Quanto mais procuramos felicidade, mais frustrados ficamos por ela ser uma preocupação constante.

Ele critica a noção de que todos somos especiais, apontando que isso gera insegurança, medo de falhar e uma expectativa de recompensas sem esforço. Aceitar a nossa mediocridade é um sinal de maturidade, e o verdadeiro valor está em fazer coisas com significado, mesmo sem sermos os melhores. Reconhecer que os nossos problemas não são piores que os dos outros ajuda a viver de forma mais autêntica, valorizando as coisas básicas, como amizades e pequenos momentos de paz.

Sobre o sofrimento, Manson propõe que não se trata de evitá-lo, mas de escolher o tipo de sofrimento pelo qual vale a pena lutar, alinhado aos nossos valores e objetivos. A verdadeira felicidade está em enfrentar os desafios certos, não em fugir das dificuldades.

Ele destaca ainda que estamos sempre a escolher mesmo quando pensamos que não, principalmente na forma como reagimos às situações. A distinção entre culpa e responsabilidade é importante pois, talvez não sejamos culpados pelo que nos acontece, mas somos responsáveis por como lidamos com isso. Evitar escolhas é, em si, uma escolha que frequentemente nos leva à passividade.

Manson reforça que a maior parte do que acreditamos estar certo provavelmente está errado, inclusive as nossas certezas. O crescimento pessoal vem de reconhecer as nossas limitações, questionar as nossas ideias e aceitar que mudar de opinião é sinal de maturidade, não de fraqueza. A busca por estar sempre “certo” pode nos tornar rígidos, orgulhosos e infelizes.

Ele também desconstrói o medo do fracasso, afirmando que errar é essencial para o progresso e que agir gera motivação, não o contrário. O fracasso deve ser visto como parte natural do processo, especialmente se valorizamos o aprendizado e o crescimento.

Saber dizer “não” é outro ponto fundamental para Manson. Dizer “sim” a tudo gera confusão, cansaço e perda da identidade. A verdadeira liberdade vem da capacidade de fazer escolhas conscientes, recusando o que não se alinha com os nossos valores. Relações fortes exigem limites claros, e evitar o desconforto de dizer “não” só cria problemas no futuro.

Por fim, o autor reflete sobre a morte como uma força transformadora. Aceitar a nossa finitude ajuda-nos a viver com mais intenção, coragem e verdade, fazendo escolhas mais sábias e valorizando o que realmente importa. A morte não é para temer, mas para lembrar que a vida deve ser vivida de forma autêntica, significativa e livre.

 

Opinião pessoal
Gostei muito deste livro porque, ao contrário de outros livros de autoajuda, ele não tenta vender uma fórmula mágica para a felicidade. Pelo contrário, faz-nos olhar para a vida de forma mais honesta e consciente. Aprendi a aceitar melhor as dificuldades, a dar menos importância ao que não merece, e a valorizar mais aquilo que realmente conta. A ideia de que não precisamos de ser extraordinários para ter uma vida significativa fez-me repensar muita coisa. Foi um livro direto, desconfortável às vezes, mas extremamente necessário. Recomendo a toda a gente que queira crescer e ver a vida com outros olhos.

 

Reflexão Integrativa com a UC – Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação

A leitura de A Subtil Arte de Saber Dizer Que Se F*da o complementou de forma clara os conteúdos da UC de Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação. O livro reforçou a importância da responsabilidade pessoal, da autenticidade e da escolha consciente, princípios essenciais para uma liderança eficaz e negociações bem-sucedidas. Aprendi que enfrentar desafios com maturidade, saber dizer “não” e lidar com as emoções de forma responsável são ferramentas fundamentais tanto no crescimento pessoal quanto na gestão de equipas e da motivação.

Sobre mim

Chamo-me Erica, sou estudante no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes e tenho um grande interesse pelo desenvolvimento pessoal. Gosto de refletir sobre temas como propósito, escolhas e crescimento emocional. Valorizo livros que me fazem pensar de forma diferente e que desafiam as ideias feitas como A Subtil Arte de Saber Dizer Que Se F*da, que me marcou bastante. Acredito que aprender a lidar com as dificuldades da vida com mais consciência e maturidade é essencial para viver com autenticidade e equilíbrio.


Fig. 3 – “Erica Duarte”

 

 

Bibliografia

Manson, M. (2020, 6 de outubro). The most important lesson from 83,000 brain scans | Mark Manson [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=lz8sUiXAnbs&ab_channel=MarkManson



Duarte, E. (2025).  – Book Review de “A arte subtil de saber dizer que se lixe” por Erica Duarte. Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de ‘Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação’. ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em: https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2025/06/licenciatura-em-gestao-de-empresas-ano.html


    Gestão de Empresas, 2ºano – Ano letivo: 2024/2025 UC: Técnicas de Negociação, Liderança e Motivação - 2º Semestre Docentes: Dout...