quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Book Review -Pai Rico, Pai Pobre - A Revolução do pensamento Financeiro- By Tânia Alexandre




 Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos - Ano Letivo 2024/2025

UC: Métodos de Intervenção e Desenvolvimento Organizacional  - 3º ano - 1º Semestre

Docente: Patrícia Araújo







https://www.ismat.pt/


https://www.richdad.com/products/cashflow-classic


https://www.fnac.pt/Robert-T-Kiyosaki/ia80045



Introdução


O livro "Pai Rico, Pai Pobre", de Robert Kiyosaki, apresenta seis lições fundamentais sobre educação financeira e que desafiam as noções tradicionais sobre trabalho, riqueza e investimentos. Este livro destaca conceitos que ajudaram milhões de pessoas a mudar as suas percepções sobre o dinheiro. Nesta book review, vamos analisar detalhadamente cada uma das lições do livro e conectar  ao contexto da unidade curricular em estudo, refletindo sobre como essas ideias podem ser aplicadas à gestão de pessoas e ao contexto organizacional.


Sobre o autor 

Nascido em Hilo, no Havaí, em 1947, Robert Kiyosaki teve uma infância marcada por duas figuras paternas com visões opostas sobre dinheiro, de um lado, o seu pai biológico, um professor universitário, representava a segurança de um emprego estável e a educação formal, por outro lado, o pai do seu melhor amigo Mike, um empresário de sucesso, apresentou o autor ao mundo dos negócios e investimentos. Essa dualidade foi fundamental para a formação das suas ideias sobre a importância da literacia financeira.

Após se formar na Academia da Marinha Mercante, Kiyosaki serviu como oficial de piloto de helicóptero nos fuzileiros navais durante a guerra do Vietnã. Após retornar à vida civil, trabalhou em organizações como a Standard Oil e a Xerox, onde adquiriu conhecimentos sobre negócios e vendas. E foi nessa altura que começou a desenvolver as suas próprias empresas, muitas das quais não tiveram sucesso.


Resumo geral do livro


Como visto anteriormente, Kiyosaki introduz duas figuras centrais na sua vida: o "Pai Pobre", que é o seu pai biológico, que seguia a vida convencional de educação e emprego estável, é altamente instruído porém vive para trabalhar; e o "Pai Rico", o seu mentor, que lhe ensinou a importância de fazer o dinheiro trabalhar para si e de investir em ativos. Sem qualquer formação superior, surge como grande empreendedor. As seis lições que ele aprendeu com o "Pai Rico" formam a espinha dorsal do livro.


Lição 1: Os ricos não trabalham pelo dinheiro


O pai rico oferece trabalho a Robert e ao seu amigo Mike, onde o salário é intencionalmente baixo, o que desperta neles uma sensação de frustração, e é nesse momento, que o pai rico lhes apresenta a primeira lição: as pessoas têm várias maneiras de reagir a essa situação. i) Elas podem simplesmente aceitar e acomodar-se, ii) reclamar e procurar um novo trabalho, ou iii)  procurar alternativas para fazer o dinheiro trabalhar para elas. Ele explica que a maioria escolhe as duas primeiras opções, movidas pelo medo de não conseguirem pagar as suas dívidas e pela ambição de consumir mais à medida que os seus rendimentos aumentam - A chamada corrida dos ratos.

Assim, para escapar a essa "armadilha", o pai rico propõe que trabalhem de graça, ajudando-os dessa forma a perder o medo de depender do dinheiro. Pois, se não aprendessem essa lição, iriam ser como a maioria das pessoas que trabalham muito para ganhar pouco dinheiro, e eis que surge a primeira ideia dos amigos: criar uma biblioteca. 

Esta primeira lição desmistifica a ideia de que para se enriquecer é necessário trabalhar mais horas ou conseguir um emprego melhor. Kiyosaki enfatiza que os ricos fazem o dinheiro trabalhar para eles, investindo em ativos que geram fluxos de caixa. Também nesta lição, o pai rico confidencia a Robert que, ele e o amigo, Mike, seriam as primeiras pessoas a terem-lhe pedido para lhes ensinarem a fazer dinheiro. Pois, diante de 150 empregados que trabalhavam para o pai rico, e embora todos lhe tivessem pedido trabalho, nunca lhe haviam colocado essa questão.


Lição 2: Porquê ensinar literacia financeira?


Nesta lição o autor refere que a 1ª regra é saber a diferença entre ativos e passivos, e adquirir apenas ativos. E com ativos podemos entender que é tudo o que aumenta o rendimento, dessa forma quem quer ser rico, tem que comprar ativos. Por outro lado, o passivo é tudo o que lhe tira dinheiro do bolso, tal como refere Robert. É muito comum as pessoas saberem como ganhar dinheiro, em determinada profissão, porém depois não sabem como geri-lo. Outro ponto de vista interessante do autor, prende-se com o facto de referir que maior parte das pessoas ainda acredita que a sua casa é o seu maior ativo, mas Robert afirma ser um passivo, uma vez que todo o dinheiro que está investido nela poderia ser otimizado para outros investimentos (que gerassem valor).

Kiyosaki argumenta ainda, que o sistema educacional tradicional não ensina às pessoas como lidar com o dinheiro de forma eficaz, o que mantém muitos presos num ciclo de pobreza. Ele defende que a educação financeira é essencial para alcançar a liberdade económica.


Lição 3: Cuide dos seus negócios


Aqui, Kiyosaki fala sobre a importância de construir e manter os seus próprios negócios, mesmo que tenha o seu emprego normal. Ele sugere que nos devemos focar em criar uma base de ativos sólidos, como imóveis que gerem rendimento, ações ou empresas, títulos, ou qualquer outra coisa que gere valor ou se venha a valorizar. Refere ainda que os pais devem começar a sensibilizar os filhos com esta prática para que percebam precocemente o que é um ativo. E mais importante ainda,  é adquirir ativos de que tenhamos realmente interesse, algo que gostemos.



Lição 4: A história dos impostos e o poder das sociedades anónimas

Aqui, o "Pai Rico" ensina a importância do "QI financeiro" e os quatro elementos essenciais que o compõem: contabilidade, investimento, conhecimento do mercado e legislação. Ele explica a Robert e Mike que, para construir riqueza, é fundamental entender como funcionam os impostos e as sociedades anónimas.
O autor,  menciona uma diferença crucial: enquanto os trabalhadores recebem os seus salários, pagam impostos e só depois podem gastar o que sobra, os donos de sociedades anónimas têm um caminho inverso. Eles ganham, investem e só depois pagam impostos. Esse sistema permite-lhes controlar melhor os seus recursos, gastando em investimentos que geram valor antes de deduzirem impostos, ao contrário dos trabalhadores, que são tributados diretamente sobre os seus rendimentos.


Lição 5: Os ricos inventam dinheiro


O "Pai Rico" ensina a Robert e Mike a importância de identificar e criar oportunidades financeiras. Robert explica que as pessoas ricas não esperam apenas por oportunidades — elas inventam formas de ganhar dinheiro. Em vez de se limitarem às opções convencionais de trabalho, os ricos desenvolvem uma mentalidade de resolução de problemas e de investimento, ao procurar formas criativas e inovadoras para criar  dinheiro. Esta lição enfatiza a importância da visão empreendedora e do pensamento estratégico para reconhecer e aproveitar as oportunidades, mesmo quando os recursos são escassos.

O autor destaca também que o medo de correr riscos impede muitas pessoas de avançarem financeiramente. Ensina igualmente, que, ao desenvolver uma mentalidade voltada para soluções, os indivíduos aprendem a lidar com os riscos de forma inteligente e a usá-los a seu favor.


Lição 6: Trabalhe para aprender, não para ganhar dinheiro

Esta lição remete para a ideia que o trabalho deve ser visto como uma oportunidade de adquirir competências e experiência, em vez de apenas como uma fonte de rendimento. O ‘Pai Rico’ aconselha Robert a procurar empregos que o ajudem a aprender sobre áreas importantes, como vendas, liderança e investimento, que são fundamentais para o sucesso financeiro. Esta lição destaca inclusive a importância da aprendizagem contínua e do desenvolvimento de um conjunto diversificado de competências, que são a verdadeira riqueza de um profissional.


Interligação com unidade curricular

No contexto desta unidade curricular, ou no geral do curso, podemos ver como o modelo de mudança de Kotter e as lições de Pai Rico, Pai Pobre, se alinham na forma como incentivam a transformação pessoal e financeira, bem como a visão estratégica para se alcançarem objetivos a longo prazo. 

Assim como Kotter enfatiza a importância de estabelecer um senso de urgência e uma visão clara, Kiyosaki, nas suas lições, sublinha a necessidade de compreender o poder dos ativos, de cultivar uma educação financeira sólida e de adotar uma mentalidade de crescimento. Ambas as abordagens desafiam o comportamento convencional, ao encorajar as pessoas a procurarem alternativas para alcançar uma maior independência financeira e a adotarem uma postura ativa perante os seus objetivos, semelhante à urgência e visão necessária em um processo de mudança organizacional.

Também, o processo de criação de uma visão estratégica é central em ambos os contextos: Kotter argumenta que subestimar o poder da visão pode comprometer a transformação, e Kiyosaki destaca que é preciso ter uma "visão de riqueza" ao investir em ativos e competências. Além disso, tanto no desenvolvimento de Kotter quanto nas lições de Kiyosaki, a importância de evitar obstáculos e de cultivar uma mentalidade de aprendizagem contínua são fundamentais para sustentar o progresso, tanto no crescimento organizacional quanto na construção de riqueza pessoal.


Experiência pessoal como leitor e reviewer


A escolha deste livro prendeu-se com um objetivo pessoal de ter um maior conhecimento sobre literacia financeira, porém simultaneamente foi possível entender como as lições de Kiyosaki poderiam ser aplicadas ao ambiente organizacional. No geral gostei desta escolha, permitiu-me ver as coisas noutra perspectiva que até então me pareciam óbvias, e o que pensávamos fazer sentido afinal não faz assim tanto Porém, no entanto achei o livro repetitivo, pois o mesmo está separado por ‘Lições’ e no final de cada lição é repetido o que foi escrito antes.

Este livro não só mudou minha perspectiva sobre finanças pessoais, mas também me fez pensar sobre a importância de incutir educação financeira principalmente nos mais jovens. Na minha ótica, organizações que oferecam esse tipo de suporte estão, na verdade, a criar  uma força de trabalho mais envolvida e preparada para enfrentar desafios.


Tânia Alexandre

Gestão de Recursos Humanos, 3º ano - 1º semestre

e-mail: tania.alexandre94@gmail.com


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Book Review do Livro "IKIGAI - VIVA BEM ATÉ AOS CEM", por Ana Antunes

 

Book Review: “Em busca do meu IKIGAI”

    Este libro foi lançado em outubro de 2016, pelas mãos de Héctor García e Francesc Miralles, que juntos foram tentar encontrar o significado de “IKIGAI”, e quiçá descobrir o seu!

Héctor García, nascido em 1981 em Valência, mudou-se para Tóquio em 2004 e desde então tem publicado na sua página “Kirainet” textos sobre a cultura japonesa.

    O outro autor do livro, Francesc Miralles, nasceu em Barcelona em 1968, e tem-se dedicado à escrita embora exerça funções de assessor literário e consultor de editores.

Ambos quiseram perceber o significado do “IKIGAI”, e nada melhor que ir à origem, malas feitas e foram conhecer a aldeia de Ogimi, em Okinawa no Japão. A aldeia é conhecida por ter as pessoas mais velhas do mundo, em que muitos dos seus habitantes passam dos 100 anos de vida. Aldeia esta em que a Felicidade é uma constante e a Longevidade também! É então que o conceito de “IKIGAI” começa a ganhar forma e força nas mentes dos autores, transcrevendo as suas vivências, aprendizagens, segredos e formas de manter uma vida saudável para chegar aos 100 anos, neste livro.

Estes aldeões fazem uma alimentação à base de legumes, tofu, peixe e batata-doce, bebem muita água e chá, fazem exercício físico mesmo depois de reformados para manter o corpo ativo, riem muito e assim se mantem um espírito positivo e alegre, dançam e cantar, vivem em comunidade e numa constante relação interpessoal. Alias, em crianças é-lhes atribuído um amigo e essa amizade dura a vida inteira, são cúmplices, parceiros, e é esta união que, segundo eles, os fazem sentir bem e em paz. Outros dos rituais que fazem é o banho de floresta, estar perto da natureza transmite uma paz incrível, recarrega baterias, este contato permite ouvir os sons da natureza “transportando-os” para uma outra dimensão de calma e serenidade. Outra das formas de longevidade é saciar o nosso corpo com cerca de 80%, não sobrecarregando o organismo, assim o estômago mantém-se ativo e consegue facilmente digerir toda a comida ingerida.

Outro princípio, é o de ser grato e de agradecer pela vida, por tudo o que recebemos e damos, por tudo o que fazemos, pela natureza, pela bênção de estar em paz. Muita das vezes, este agradecimento é feito na meditação, quer seja de manhã quer seja à noite, às entidades em quem acreditam.

“IKIGAI”, “Iki” = vida e “Kai” = razão, em suma, “IKIGAI” significa razão de viver. Foi nesta perspetiva que os autores foram em busca do seu propósito de vida.

A dita “razão de viver”, abrange as mais diversas áreas da nossa vida, como a nossa missão de vida, a nossa paixão por algo que nos dá prazer e gosto, a nossa vocação seja profissional ou pessoal, sobretudo, qual é o nosso propósito, embora estas áreas variem de pessoa para pessoa.

Pensar sobre o nosso “IKIGAI” (https://www.linkedin.com/pulse/ikigai-o-segredo-japon%C3%AAs-para-uma-vida-longa-e-feliz-rodrigues/?originalSubdomain=pt), pode implicar uma mudança de vida, uma mudança de profissão, tantas outras mudanças. A mudança é algo positivo, faz-nos crescer e desenvolver competências, faz-nos adaptar e sair da nossa zona de conforto entrando na zona do desafio, ou até na zona de pânico, mas é o nosso “IKIGAI” que nos vai motivar a ter vontade de mudar. As motivações intrínsecas (https://www.connecta.pt/2020/04/21/motivacao-intrinseca-vs-extrinseca/), são o mote para a mudança, é do nosso interior que parte esta necessidade de procurar a nossa razão de viver.

Enquanto reviewer, esta experiência foi fantástica, li um livro fascinante! Fez-me questionar, por diversas vezes, qual é o meu propósito enquanto ser humano, enquanto profissional da área de Recursos Humanos, se estou no caminho certo, se os meus sonhos serão tangíveis.

Escolhi o livro, pois nunca tinha abordado este tema, nem sequer conhecia o conceito em questão. Fez-me pôr em causa muitas das minhas práticas diárias, de como levo a vida, a forma como educo os meus filhos…ponderar sobre os meus objetivos, se os mesmos estão alinhados a minha razão de viver ou com o meu propósito/missão.

Desejo mudar a minha vida, para este conceito, a adaptação levará o seu tempo, o conjugar com a rotina diária também, mas creio que as mudanças de hábitos serão benéficas para o meu corpo e para a minha mente. Este livro abriu-me horizontes, fez-me ver para além do quotidiano, ter uma visão 360º, que me possibilita ter noção da minha envolvente e do espaço que ocupo neste mundo.

A nível profissional, senti que posso olhar para as pessoas que diariamente entrevisto, de forma diferente e tentar procurar dentro delas o seu “IKIGAI”, e conciliá-lo à função à qual se candidata, articulando a sua vocação à sua motivação e à sua paixão, não esquecendo as suas competências, capacidades e aptidões para o exercício da função.

Eu sou a Ana Antunes, nasci em dezembro de 1982, sou natural de Óbidos, tenho dois filhotes lindos, um com 16 anos e outro de 12 anos. Sou filha, sou mãe, sou profissional, sou esposa, sou amiga, sou colega, sou bombeira, sou arbitra de natação, sou instrutora da Escola de Infantes e Cadetes do Corpo de Bombeiros de Óbidos, sou psicóloga, sou confidente, sou ouvinte, sou irmã, sou tia, sou madrinha, sou nora, sou cunhada, sou cúmplice, sou eu! Este é o meu “IKIGAI”! É assim que sou e quero ser! Sou Licenciada em Gestão de Recursos Humanos e frequento o Mestrado em Gestão de Recursos Humanos no ISLA Santarém.

                                    

Linkedin: www.linkedin.com/in/ana-sofia-martins-1982RH

Aconselho-o vivamente a leitura do livro, e desejo que procure o seu “IKIGAI”, e esteja atento aos sinais que o seu corpo lhe transmite! Se tiver de fazer uma mudança radical? Faça!

Caro/a Leitor, para citar esta book review, use esta referência final: Antunes, A. (07/02/2023). Book Review: Em busca do meu IKIGAI.

Book Review orientada pela PhD Patrícia Araújo, no âmbito da unidade curricular de “Gestão da Mudança”, integrada no Mestrado de Gestão de Recursos Humanos, do ISLA de Santarém: https://www.islasantarem.pt/pt/

 

Muda hoje para amanhã seres um sucesso! Book Review: "A startup por $100" por Ana Rita Vieira



O livro apresentado destina-se a todas as pessoas que queiram iniciar uma nova fase e começar o seu próprio negócio.

O autor na sua viagem entrevistou cerca de 1500 pessoas que inicialmente começaram a investir 100 euros, ou menos, que lhes renderam um montante anual de 40.000 euros. Destacando que ninguém precisa de um MBA em Gestão de Empresas, de um plano de negócios ou, sequer, de empregados, para começar um negócio próprio

Quando acabou de entrevistar todas estas pessoas deparou-se com o facto de que todas reuniam as condições: O Modelo “siga a sua paixão”, demonstraram interesse em construir negócios nos seus tempos livres, mas que nem todas tinham as contas o capital necessário; Capital reduzido, o investimento nos negócios eram inferiores a oitocentos euros, em especial para serem lançados com o montante de cem euros; Pelo menos 38.000 euros do rendimento liquido anual; Ausência de competências especificas, onde podem iniciar a profissão sem qualquer formação mas ao longo do processo vão-se especializando; Ausência de reservas à divulgação de dados financeiros, as pessoas têm de concordar com os valores e revelar os pormenores; e menos de cinco empregados, relaciona-se com empresários inesperados ou acidentalmente geridos por uma pessoa que se relaciona com objetivo da liberdade pessoal.

As vertentes mais utilizadas que o autor revela é o facto de conciliarmos aquilo que estamos mais aptos para fazer com o que os outros estão dispostos a adquirir (convergência). O facto de sermos bons numa determinada área pode indicar que provavelmente também somos bons noutras (correlação de competências) e que da junção das duas vertentes resulta o sucesso.

Para abrirmos um negócio são necessárias de três coisas: um produto ou serviço; um grupo que esteja disposto a adquiri-lo; e um meio para sermos pagos.

Na obra são apresentados vários exemplos: de pessoas com espírito empreendedor e de coragem; de alguns casos para arriscar algo que se tem como certo por algo incerto, para se sentirem livres e autónomos; e de desempregados que se depararam com a sua vida menos facilitada e que mais tarde conseguiram o seu próprio negócio.

Ao longo do livro, o autor apresenta o “valor” como um dos principais conceitos. Começou por ajudar as pessoas mencionando que a liberdade e a criação de valor estão diretamente relacionadas. Podemos encontrar a liberdade enquanto criamos valor para as pessoas. A liberdade é aquilo que um empreendedor procura, não ser dependente de ninguém, já que o valor é aquilo que é criado para partilhar com o mundo.

De forma a ajudar o leitor a descobrir a melhor forma de aplicar o modelo de Start-up de 100 euros, são demonstradas três estratégias: redobrar esforços para descobrir necessidades ocultas; fazer com que o seu cliente se sinta um herói; vender o que as pessoas precisam de comprar.

Um dos exemplos mencionado para demonstrar que as pessoas sejam pagas para fazer o que gostam, assegurando que isso é o que elas procuram, é o de Gary Leff. Considerado um dos “piratas das viagens” acumula através das promoções das marcas aéreas milhares de milhas., aproveitando o facto de muitas das pessoas que as conseguiam adquirir não as usufruíam. Gary com a informação que os passageiros lhe davam (destino, transportadoras e datas pretendidas) efetuava uma análise e contactava as transportadoras, o que lhe permitia identificar e aproveitar todos os benefícios, por este serviço cobrava cerca de 190 euros. Muitos dos serviços traziam benefícios pois muitas das viagens custariam o dobro se fossem os próprios a fazê-lo.

Os erros iniciais do autor para a procura de um determinado negócio, ensinaram-lhe que o mais importante é concentrarmo-nos no que os clientes querem demonstrando-o num quadro em que a coluna do “mais” incluem coisas positivas como amor, dinheiro, aceitação/aprovação e tempo livre. Ou seja, as coisas que os clientes realmente querem e dão valor e a coluna do “menos” inclui as coisas indesejáveis como stress, longos trabalhos e conflitos. Com isto, Broke Snow, sem trabalho certo dava aulas numa pequena cidade, mas deparando-se com as fracas inscrições este decide expandir o seu trabalho, nomeadamente a criação de um curso online com a ajuda de um dos inscritos no seu curso. Fazendo com que mais lhe rendesse cerca de 23.000 euros contribuindo para a melhoria de vida.

Com isto, a paixão muita das vezes pode se tornar um negócio rentável. 

Exemplos de casos em que a paixão se tornou rentável:



Por fim, o autor destaca uma mensagem importante: Muda de trabalho para mudares a tua vida. A paixão por fazer algo que gostamos é apenas uma ajuda para o sucesso, uma vez que se não existirem competências necessárias, esta paixão de nada serve, porque poderá não haver um público para adquirir os nossos serviços ou produtos. Nem todas as paixões são viáveis, mas é possível montar um negócio num só dia. Quanto mais específico for melhor será o seu resultado, mas para isso temos de descobrir a nossa paixão e o modelo de negócio mais eficaz para o nosso sucesso.

                                            Reflexão Integrativa

No âmbito da matéria de Gestão de Mudança, o presente livro relaciona-se com a motivação e não tanto com a liderança porque são só mencionados exemplos em que as pessoas trabalham de forma independente. A maior parte das motivações são intrínsecas à necessidade de sobrevivência, um impulso para satisfazer as necessidades, uma ação para resolver o problema e no fim uma satisfação em algo que foi obtido com sucesso pelo seu esforço. Identificam-se os cenários de mudanças não planeadas e a mudança estratégica, pois em muitos dos casos abordados não se esperava do resultado obtido.

                                                                    Critica do livro

A escolha deste livro deve-se ao facto de ter um título ser um tema apelativo e desafiante. um negócio e poder aproveitar algumas ideias de exemplos descritos em termos práticos e não tanto teórico.

É de fácil leitura, objetivo e de rápida interpretação.

O livro transmite motivação, por vezes achamos que um problema não tem solução e o livro demonstra o contrário. Muitos dos exemplos citados poderiam dar errado tornaram-se em casos motivadores e de realização.

Os exemplos são baseados em casos verídicos e isso torna o livro ainda mais apelativo. Quando só há teoria nunca é suficiente para se saber resolver certas situações. Os casos podem variar de pessoa para pessoa, mas incentiva a não desistir.

No livro apenas são abortados casos de sucesso. O autor podia ter mencionado alguns casos que não tivessem tido tanto sucesso, mantendo a mesma perspetiva positiva.

                                                            Bibliografia de Chris Guillebeau

Chris Guillebeau é autor, blogueiro, orador e empreendedor americano nascido em Oregon, Estados Unidos, no dia 7 de abril de 1978.

É o autor do livro: “A STARTUP DE $100”, um dos mais vendidos do New York Time.

Dirige um dos 15000 blogues mais visitados dos Estados Unidos, The Art of Non-Conformity, o Business Week, o Huffington Post, o Washington Time e o MSNBC.

Por volta dos seus 20 anos, Chris Guillebeau, quis iniciar a sua aventura de visitar vinte países por ano começando por visitar 193 países do mundo até ao seu trigésimo quinto aniversário, descrevendo o seu próprio objetivo no seu blog.

Atualmente é responsável pelo seu site: https://chrisguillebeau.com/ , dá palestras em universidades, em empresas e conferencias por todo o país.


SOBRE MIM...


Chamo-me Ana Rita Vieira, sou licenciada em Administração Pública e neste momento decidi aprofundar o meu conhecimento e estou a frequentar o mestrado de Gestão de Recursos Humanos no ISLA Santarém. 

Referências bibliográficas

Guillhebeau. C. (2012) “ A start-up por $100” Editora Saraiva;

Araújo, P. (2023) Material de apoio nas aulas de Gestão de Mudança. ISLA Santarém.


Caro/a leitor, para citar este Book Review, use esta referência final:

Vieira, A (2023). A start-up por $100. Book Review Orientada por PhD Patrícia Araújo no âmbito da unidade curricular de “Gestão de Mudança”. ISLA- Santarém. Disponível em https://desenvolvimento-organizacional.blogspot.com/2023/02/muda-hoje-para-amanha-seres-um-sucesso.html


 
https://www.islasantarem.pt/pt/





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